Em um domingo qualquer dos vários que passei em Vasórvia foi marcado um encontro do Couchsurfing numa das suas ruas principais. Chequei no grupo e qual não foi minha surpresa ao perceber que a tal festa de rua, seria uma “festa brasileira”. Claramente me empolguei pacas e caí para o agito.
A festa realmente era bem produzida e interessante. Uma grande manifestação da cultura brasileira em plena Europa Oriental. Como não sou bobo, coloquei meu agasalho do Brasil e parti para o abraço. Ao chegar fui logo tomado pela surpresa de ver um roda de capoeira rolando no meio da praça principal. Ainda pensei em me meter no meio e chamar um dos polacos pra porrada, mas vi que os caras mandavam muito bem e eu corria o risco de sair de lá seriamente ridicularizado, já que minhas habilidades em capoeira são parcas.
Além de oficinas de capoeira ainda ocorriam oficinas de percussão, onde a polacada mandava ver no bumbo.
Além de todas essas atrações, havia as principais que eram, claro, as polacas vestidas com fantasias semelhantes às que vemos nos desfiles de escola de samba dançando do Rio de Janeiro, com tais fotos já ilustrando outro post que escrevi sobre o meu primeiro dia na Polônia.
Não gente, apesar de eu ter certeza que é fácil vocês confundirem, ela não é baiana não!! Ela é da Polônia!! Só tá fantasiada de baiana!! Se eu não falasse vocês nem iam perceber, né?
CONHECENDO A MINHA FUTURA COMPANHEIRA DE CARONAS – GOSIA
Eu na verdade nem iria escrever sobre essa festa nas ruas de Vasórvia, apenas estou escrevendo devido a um fato deveras engraçado e interessante que ocorreu comigo enquanto estava nesta festa.
Assim que cheguei, fui me apresentando pra galera do couchsurfing que estava por lá. Galera gente boa demais e fui logo ficando amigo de geral. De repente, uma loirinha angelical sentou do meu lado e veio conversar comigo:
– Oi, seu nome é Claudio, né? Você é aquele brasileiro que fica agitando na comunidade de Vasórvia no Couchsurfing chamando a galera pra sair, né?
– Uai, sou eu sim! Posso saber seu nome?
– Meu nome é Gosia!
– Massa, Gosia, prazer!
– Então, Claudio, o que é que você tá pensando em fazer amanhã? Segunda-feira?
– Gosia, eu tou pensando em ir ao museu do “Levante de Vasórvia”, o museu acerca daquela luta que Vasórvia teve contra os alemães durante a ocupação nazista na Polônia. A galera falou que é um museu muito completo, com várias informações, vídeos, fotos, ilustrações, peças etc. Como escrevo um blog, por cada país que passo eu sempre procuro escrever sobre a história do mesmo, entender um pouco sobre sua cultura e algo assim. Os museus geralmente são grandes aliados em relação a isso… blá blá blá…
– Ah tá…
– Por quê?
– Vamos viajar de carona amanhã?
– Er… Carona?? Como assim?? Pra onde, menina??
– Ah, sei lá! Pra qualquer lugar…
– Ãhn?? Como assim? Como você pretender fazer isso?
– Bem… A gente faz desse jeito… Amanhã de manhã nos encontramos na estação principal de trem daqui de Vasórvia e pegamos um metrô até a última estação. Chegando à tal estação andamos até a rodovia que leva à saída da cidade e começamos a pedir carona. O primeiro carro que parar e perguntar pra onde estamos indo nós diremos “qualquer lugar” e nem perguntaremos onde eles estão indo. Depois de mais ou menos duas horas viajando com eles, descemos na próxima cidade e assim vamos indo até chegarmos em outro país. Dormimos por lá e voltamos no outro dia. Topas? Ou tu vais pro museu mesmo???
– Mu… o que menina??? Que museu o que!! Museu de … é …!! Dane-se o museu!!! Vamo pra pista!!!
Cara, tem cabimento isso? Imagina a situação!! Tou eu lá, sentando, conversando e, DO NADA, aparece uma polaquinha parecendo um anjinho, loira dos cabelos encaracolados e de olhos azuis, me chamando pra pegar a estrada depois de me conhecer por uns dez minutos!! Desculpa, eu não sei vocês, mas no Maranhão a gente não é treinado pra suportar uma tentação dessas não, amigo!
Isso é Couchsurfing, cara! Deus o livre!!
VAMOS FUGIR DESTE LUGAR, BABY. VAMOS FUGIR. ESTOU CANSADO DE ESPERAR QUE VOCÊ ME CARREGUE
No outro dia de manhã, nos encontramos na estação de trem como havíamos combinado. Quando chegamos à estação de trem ela se espantou com o tamanho da minha mala pra uma viagem de apenas um dia. De molecagem veio e até me perguntou se eu tinha era um secador de cabelos dentro da mala. Falei que não e expliquei para ela o porquê:
– Aí, você acha que só você que pode ser louca nessa história? Pois eu também tenho a minha parte de loucura nessa parada!! Vocês acham que polaco são malandro, mas maranhenses são muito mais!! Olha só o Sarney, já foi até presidente da república! Na universidade que você tá aprendendo eu já sou reitor! É o seguinte, como não sabíamos onde iremos dormir eu resolvi dar o meu par de prosa nessa loucura… Peguei a barraca que eu trago comigo quando viajo, dois colchonetes que havia lá em casa e trouxe. Agora é só no caminho a gente procurar um camping e dormir na cidade que ficarmos.
– Camping o que, rapaz! Eu tenho uma ideia melhor!! A gente vai viajando, para em uma cidade e quando começar a escurecer a gente compra umas cervejas. Colocamos na mochila e caminhamos até sair da cidade. Assim que sairmos da cidade, caminhamos um pouco pela rodovia e assim que encontrarmos um lugar tranqüilo, pulamos dentro do mato e acampamos lá dentro. Ninguém vai nos achar!
– Mas isso é permitido?
– A gente vai descobrir quando chegar lá…
Rapaz, a mulher era doida de pedra mesmo!
Descemos do trem e ficamos com os dedos em riste pedindo carona. Depois de mais ou menos uns trinta minutos sem conseguir carona, tentamos uma maneira de chamar mais a atenção. Não, a polonesa não fez topless, brother! Nem eu fiquei de cueca! Ela pegou o celular dela, botou pra tocar um samba e eu comecei a mandar a sambar no meio da rua! Ah, meu amigo! Mas foi dez minutos, parou um carro e perguntou que diabos estávamos fazendo. Falamos que estávamos precisando de carona e eles perguntaram pra onde:
– Pra qualquer lugar – dissemos a ele no melhor estilo “Vamos fugir deste lugar baby. Vamos fugir estou cansado de esperar que você me carregue…”
Os caras falaram de boa e nos enfiamos dentro do carro em direção a um lugar onde nenhum maranhense jamais esteve…
foi assim ke a maria perdeu a virgindade viu maranhão?
jiHUIA keria ke minha namo fosse legal ke nem a taize 😛
(pode dizer a ela pessoalmente, ke ta de parabens pela confiança., primeiro passo pra um relacionamento longo =P)
a minha muier. se eu saisse daki da BaHêA pro maranhão (logo ali,depois dos cactos e dos Teúis) ja ia ficar me aporrinhando
imagina eu na polônia? xD
Abraços =)
CurtirCurtir
Saudade de um post como esse… contando históriasque acabam em coisas engraçadas e com um suspensezinho no final! Parabéns Claudiomar!
CurtirCurtir
Só presta assim! kekekekeke
Tinha comida brasiliera também Claudiomar?
Quero mesmo ver onde vc foi parar!!
Vlw mestre 🙂
CurtirCurtir
Eita essa européias são moderninhas demais…
a Sua namorada deve ter ficado…
adorei esse post, muito bom ver o povo curtindo as coisas brasileiras.
como aqui em Tókyo, tem o grande desfile com um monte de japoneses(as)…
bjs
CurtirCurtir
Aguardando a segunda parte do post! Bom demais!
CurtirCurtir
Gente olha o Obama atras do maranhense na oitava foto!!!
CurtirCurtir
Grande Claudiomar, acredito que se você tivesse entrado nessa roda de capoeira, podia levar uma moquecada. Lembro que em 2001 estava hospedado num Hotel em Salvador e tinha um grupo de polacas, troquei umas idéias com elas e as mesmas estavam participando de um congresso internacional de capoeira, é mole?
CurtirCurtir
Oh o cara! Pedindo carona em Okecie, aultima estacao do bonde, Alleja Krakowska, saudade…
NM
CurtirCurtir