Chegando à Eslovênia

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Postando de um Pub
Cara, a Eslovênia foi engraçada, viu? Foi a primeira vez desde quando eu comecei a viajar que eu senti o cansaço. A Eslovênia foi meio que o meu “turning point” e o momento em que eu realmente comecei a ficar de saco cheio de viajar e com vontade de voltar pra casa. Já estávamos em outubro e eram rodados dez meses desde a saída do Brasil. O cansaço já se fazia latente nos meus couros. Pra complicar mais ainda a situação a minha viagem pelo Oriente Médio havia sido MUITO cansativa, como vocês puderam ver no post anterior.

Trocando em miúdos. Cheguei na Eslovênia SÓ O BAGAÇO!! Tudo o que eu mais queria quando cheguei por lá era uma cama confortável e um lugar pra dormir e foi o que eu acabei conseguindo.

Enfim, antes de sair da Turquia, mais uma vez, me preparei todo pra poder passar pela imigração. Passagem de volta, dinheiro na conta, lugar onde eu ia ficar etc. Mais uma vez fui numa tensão sem fim pra poder passar na fila de imigração. Cara, pode parecer besteira, mas fila de imigração SEMPRE dá um frio sinistro na barriga. Lembrei de como foi minha passada na Áustria e pensei, se lá não deu tudo errado, boto fé que vai ser aqui que meu azar vai dar as caras e terei problemas. Como não tinha o que fazer no avião, fui treinando as respostas das possíveis perguntas que me seriam feitas quando estivesse frente a frente com meu inquisitor, digo, com o oficial de imigração. Chegando na Eslovênia, aquela rotina que eu já estava acostumado, europeus de um lado, a ralé de outro. Peguei a fila da ralé.

Fiquei lá esperando até a hora que o oficial me chamou. Ele olhou dentro dos meus olhos com aquele olhar que só oficial de imigração sabe fazer, aquele olhar de “eu sei que você veio se prostituir na Europa” e me perguntou: ONDE VOCÊ ESTÁ INDO?

Nessa hora eu comecei a pensar: “Será se ele ta fazendo uma pegadinha comigo??”. Sério, porque, tipo, eu passando esse guichê só terei uma escolha pra onde ir. Para a saída do aeroporto, ou não? Tipo, será se atrás desse guichê tem tipo um tobogã onde a gente pula e cai dentro de outro país da Europa? Inglaterra, sei lá? Por que, real, eu passando esse cara eu vou pra onde? Maranhão? Juro que eu pensei em perguntar o que ele queria dizer com isso, mas só me limitei a falar “Eslovênia?”. Ele só puxou meu passaporte, disse “bem-vindo” e deixou eu passar… Passei pelo guichê, saí direto na saída do aeroporto e, PIMBA, estava livre!! Até hoje eu fico pensando o que diabos ele queria dizer com “ONDE VOCÊ ESTÁ INDO?”. Será se ele estava era testando se eu realmente sabia onde estava? Acho que até hoje ele espera alguém dizer “Espanha” pra ele responder “país errado, favor voltar para o avião, a sua parada é a próxima” que nem motorista de ônibus faz quando a gente erra a rodoviária… Pensei até em voltar lá, dar uma bisca na cabeça dele e dizer: TOU NA EUROPA, FI DUMA ÉGUA!! AGORA EU NÃO VOLTO MAIS!!, mas achei que talvez seria uma péssima idéia.

Assim que sentei no aeroporto e liguei pra minha host ir me buscar, comecei a notar algo que seria a característica principal da Eslovênia. O país parece que é feito de Lego, cara! Tudo é pequenino lá e bem arrumadinho. O aeroporto é MINÚSCULO e a praça de alimentação, sem brincadeira, deve ser do tamanho do meu apartamento aqui em Brasília. Tinha só um café e uma lojinha de lanches. Real, até a rodoviária de Bacabal parecia ser maior. Depois fiquei pensando, quem diabos viaja pra Eslovênia além de um maranhense perdido que nem eu? Liguei pra Tanja e fiquei esperando ela ir me buscar.

COUCH EM LJUBLJANA

Cara, acabou ocorrendo algo muito interessando na Eslovênia. Pela primeira e única vez em toda minha viagem, meio que ocorreu um “intercâmbio” de couchs. Ao contrário dos outros couchs, não acabei achando a Tanja na louca, como todos os outros, pedindo pra trinta pessoas e esperando uma me falar que eu poderia ficar em sua casa. Na verdade a Tanja JÁ HAVIA sido hospedada na minha casa aqui em Brasília. Bem pra ser mais exato, ela havia sido hospedada na minha ex-casa de Brasília. Enquanto eu estava viajando, ela e uma amiga estava viajando pelo Brasil e acabaram ficando no apartamento que eu morava. Os meus antigos colegas de apartamento me falaram e me passaram o endereço dela e quando cheguei na Eslovênia, ela meio que pra retribuir também me hospedou em sua casa. Uma mão lava a outra…

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Tanja e meus ex-companheiros de casa
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Eu e Tanja

A Tanja foi uma pessoa super agradável, me disponibilizou prontamente a sua casa, me deu a chave e disse que eu poderia entrar e sair a hora que quisesse, mas nem precisava. Cara, a primeira coisa que eu fiz foi falar “muito obrigado” e, CATAPLOFT, caí na cama. Eram sete horas da manhã e ela estava indo trabalhar, por isso me deixou dormir. Acordei só as sete da noite com ela voltando para casa. Ficamos conversando um pouco, preparei algo pra comermos e quando deu onze horas da noite, fomos dormir. Acordei só no outro dia quase duas da tarde. Isso mesmo, em 24 horas dormi quase as 24 horas inteiras. Quando digo que estava cansado da Turquia, cara, não era a toa não. Aquela viagem simplesmente me matou.

Além disso, de todo esse desgaste físico que os países árabes me proporcionaram, a Eslovênia parecia também não contribuir para que eu ficasse acordado. Cara, tava um clima muito agradável por lá. Sabe aquele friozinho gostoso? Ainda mais depois de ter pego uns 40 graus na Síria? Pois era assim mesmo que tava lá. Todo dia eu acordava umas dez, saía pra dar uma volta e era aquele friozinho gostoso no pescoço. Cara, teve dia que eu saí quase meio dia de casa e ainda tinha neblina, dá pra acreditar? Aí não tinha jeito, volta pra casa e continua dormindo.

Só sei que essa semana pra mim foi quase que baixando filme o dia inteiro, escrevendo blog, fazendo planos e, claro, dormindo MUITO!! Mermão, essa Eslovênia foi bem legal…

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5 comentários em “Chegando à Eslovênia

  1. Nesse intercambio, os teu amigos sairam no lucro.
    Trocaram um maranhaense com cara de paraiba, por tres “Eslovênia Quentes”.

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