Na busca do Flamingo mauritano

Imagine se teria muito o que se fazer a noite no meio de um país onde quase não se acha bebida alcóolica para vender? Óbvio que eu e Emanuelzinho queríamos ver alguma coisa para fazer. Começamos a perguntar em alguns restaurantes se havia alguma balada, algum lugar onde pudéssemos sair a noite e nos foi sugerido ir a um lugar chamado “Flamingo”, mas que lá só abría para lá de meia noite.
Fiquei pensando. Em um país onde começa a escurecer e todo mundo se entoca em suas casas, onde não há um teatro, cinema e outros entretenimentos, onde muita gente vive sobre regras estritas da religião e não escuta nem música que não seja religiosa, quem diabos iria se dar ao trabalho de ficar esperando dar meia noite para poder ir a alguma balada? Pelo sim, pelo não, eu e Emanuelzinho decidimos ir para lá antes ao menos para checar. Confesso que a gente ficou até um pouco encabulado de sair perguntando na rua se alguém sabia onde era esse tal desse Flamingo porque, bem, considerando o contexto e o nome, era muito provável que fosse um lugar onde, digamos, as “mulheres dançavam com muito pouca roupa”… Tudo que a gente menos queria era parar em um lugar como esses e depois termos algum tipo de problema. Enfim, conseguimos chegar ao lugar.
A casa tinha muros imensos e uma porta grande. Batemos lá e veio um cara super mal encarado falar com a gente perguntando o que a gente queria por lá. Falamos que ouvimos falar que lá tinha uma balada e ele, meio que desconfiado, nos perguntou o que queríamos, já que lá só abria meia noite. Dissemos que queríamos ver o lugar porque estávamos pensando em ir mais tarde e ele falou que não era permitido entrar. Argumentamos que só queríamos olhar para ver como era e depois iríamos embora. Ele ficou olhando, pensou e falou que só um de nós poderíamos ir, desde que o outro ficasse do lado de fora. Não poderíamos entrar sem a mochila e ele me passou o detector de metal. Nessa hora eu tive certeza que o lugar era um puteiro.
Quando fui entrando, apareceu um espanhol super gente boa e simpático e começou a falar com a gente. Ele era o dono do lugar. O cara foi bem bacana, convidou a gente para entrar, mostrou o lugar e dizia que lá vendia uísque!!!!! Mano!!!! Não era nem Gin contrabandeando em garrafas de plástico, era uísque!!!!!
Voltamos para casa encucados com isso e decidimos que iríamos de qualquer jeito. Passamos antes para comer um kebab. Eu pedi um de carne e ele de frango. Rapaz, mas foi a gente chegar em casa que eu comecei a passar mal e a vomitar (um mauritano nos falou que devem ter dado carne de burro invés de carne de vaca). Eu fiquei incapacitado. Pior que outro dia eu também comi no mesmo lugar e passei mal de novo.
Acabamos que não podemos ir e conferir o que diabos era o lugar.
Porém, o que me deixou ainda mais encucado foi que eu saí pesquisando na internet se havia alguma informação sobre o lugar. Sei lá, qualquer comentário na internet já bastava. Nada. Procura daqui, procura de lá e o máximo que consegui achar foi o Facebook do espanhol que encontramos lá.
Com a foto abaixo como sua última postagem:
Rapaz… Anota o nome aí. Boate Flamingo em Nouakchott. Quem um dia for lá, depois me diz que tipo de bruxaria rola dentro daquele lugar. Obviamente, não precisa nem mostrar as fotos.
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