Arequipa se destaca pela sua Praça das Armas (ao que parece, em todas as cidades da América do Sul a praça principal é chamada de Praça das Armas). Grande, elegante e muito frequentada.
Enquanto no Brasil a gente se refere aos pombos como ratos de asa, eles não parecem ser um problema em Arequipa. Rapaz, você andava pela praça, era pombo para todo lado e a meninada fazendo a festa. O mesmo ritual:
1 – O pai jogava milho
2 – O pombo vinha tentar comer
3 – A criança ia correndo
4 – A criança tentava chutar o pombo
5 – O pombo ia embora com fome
Isso de dois em dois minutos. O pombo vinha desesperado tentar comer, a criança ia desesperada tentar chutar e ficavam naquela brincadeira sadia por horas…
Nesta praça se encontra uma Catedral o qual não há outro adjetivo para se referir a ela que não “impressionante”. Ela é gigantesca e lá dentro dá para fazer uma visita guiada que custa 10 soles (12 reais) e vale muito a pena.


De início a gente já dá de cara com um altar todo feito em mármore Carrara.


Mais a frente um púlpito todo em madeira esculpido na França

Toda vez que eu entro em uma catedral da Bolívia, do Peru e do México eu fico pensando como as catedrais desses países são absurdamente maiores, mais luxuosas e ricas e mais imponentes do que as nossas. Acho que os maiores centros católicos brasileiros são a Basílica de Aparecida, a Catedral da Sé de São Paulo e o Templo de Maringá, todos construídos no século XX e que estão longe de rivalizar com as catedrais do século XVI desses outros países latinos. Talvez só o Templo de Salomão do megalomaníaco Edir Macedo possa rivalizar com elas, porém, volto a reiterar, construído no século XX. Você só tem noção da riqueza e do quanto essas colônias foram exploradas pela Espanha logo após o descobrimento quando entra nessas catedrais. Enquanto o Brasil passou séculos como terra de ninguém e só conheceu uma exploração plena no ciclo do ouro (lá pelos fins do século XVII) em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, a exploração e saque desses países ocorreram ainda no Século XVI, o que se explica essas catedrais tão imponentes.
