Categoria: Chile
A caminho de San Pedro de Atacama
Seguindo para a Bolívia – A caminho do Salar de Uyuni
P.s: Na foto, montanhas bolivianas a caminho do Salar de Uyuni. Na frente, o outro Jipe que íamos acompanhando
No outro dia acordei quase de madrugada e fui de camionete para o passeio do Salar de Uyuni. Apesar de todos chamarem desse jeito, o Salar de Uyuni é só uma das dezenas de atrações e paisagens que vemos pelas montanhas da Bolívia sendo o ponto final.No caminho para atravessar a fronteira, conheci uma brasileira que estava simplesmente desesperada. A amiga havia esquecido o passaporte na fronteira da Bolívia e aquilo tinha um potencial gigantesco para dar problema a elas caso fosse perdido. Por sorte quando chegamos a fronteira os guardas bolivianos haviam guardado o passaporte e entregaram de volta. Sem antes, lógico, não cobrarem uma “multa” de 150 reais relativo a “esquecimento de passaporte na fronteira” que obviamente foi inventada ali na hora e direto para o bolso deles. Logo no primeiro lugar que eu pisei na Bolívia já dava para começar a perceber como era que o país funcionava.
No posto de fronteira já descemos para tomar o café da manhã em um sol de rachar e um frio de doer as canelas. Estranho isso, sol com frio. Rapaz, e quando batia o vento então… Fomos divididos e eu acabei ficando com um casal de chilenos e o guia Jonnhy, boliviano e gente boa demais. Ele era engraçado. Não podia a gente parar o carro que ele se enfiava debaixo. Eu olhava aquilo e ficava torcendo para que fosse um costume boliviano e não o fato do carro estar quebrando. Não era quebrado não, ele simplesmente gostava de ficar deitado embaixo. Vai saber…
Uma curiosidade que ele me falou é que para ser motorista dentro do Parque você tem que ser boliviano. Achei engraçada essa reserva de mercado.
O que fazer em San Pedro de Atacama
San Pedro do Atacama é uma cidadezinha pequena e é como Bonito no Rio Grande do Sul (veja o post sobre Bonito aqui), vive nitidamente apenas para o turismo. Para onde você olha é agência de turismo, restaurantes, baladas, hotéis e albergues para acomodar a galera que quer se aventurar no Atacama ou seguir para Uyuni na Bolívia. Outra coisa engraçada que logo descobri é que tem tanto, mas TANTO brasileiro viajando por lá que um guia me falou que eles tão quase para mudar o nome da cidade para “São Paulo do Atacama”. Inclusive cheguei a conhecer alguns brasileiros que moravam lá pela cidade mesmo. Arrumaram um emprego e me disseram gostar de viver por lá devido a tranquilidade do lugar. Não consegui conversar muito com eles, pois eles pareciam meio arredios, não me davam muito papo e realmente pareciam não querer conversar comigo. Acho que é tanto brasileiro por lá, fazendo tantas vezes a mesma pergunta “como é morar aqui em San Pedro” que os caras acabam por encher o saco.
Inclusive conheci um filha da puta lá que me colocou maior medo sobre as montanhas bolivianas. Disse-me que fazia um frio de matar qualquer um. Quando eu disse que só tinha um sobretudo, um agasalho, uma calça e algumas meias, ele só faltou dizer que eu ia morrer congelado por lá. Gastei uma grana na cidade comprando meias, calças, gorros, luvas com preços extorsivos. No final nem precisei usar. Comprei tudo só por causa do medo que aquele filho da puta me colocou.
Além disso, escutei relatos de se você pagar barato corre o risco de pegar um motorista bêbado, louco ou sacana. Ou os três juntos. Ou, pior, acontecer como o ocorrido com uma amiga de um brother nosso que estava viajando no meio do Salar quando do nada o motorista pergunta se alguém tinha uma bússola. Com a negativa de todos, após duas horas rodando, o motorista começou a chorar dizendo que estava perdido e que não podia morrer porque tinha mulher e filhos para sustentar. Assim, nessa sutileza. Cara, se o motorista que é a base da sua confiança em um deserto começa a chorar, você faz o que? Pois é, paguei caro para tentar evitar esse risco.