Hospedagem em Bratislava – Meu couch

Cara, por incrível que pareça, conseguir um couch em Bratislava me deu um certo trabalho. Eu realmente não estava esperando que fosse tão difícil, pois Bratislava não é lá um lugar que muitas pessoas desejam viajar quando estão pela Europa. Acabou me tomando quase uma semana pra poder conseguir um couch. Dentre um dos motivos acho que é porque a comunidade do Couchsurfing é muito pequena por lá.
O céu mais azul que eu vira em meses de Europa Oriental
De qualquer maneira, consegui um couch com uma menina que tinha um profile, no mínimo, esquisito. Ela na foto tava toda torta, fazendo um movimento meio doido de yoga e nas suas descrições ela pedia algumas coisinhas meio singelas e recorrentes, entre elas que ninguém entrasse no seu apartamento com nenhum pedaço de animal morto lá dentro. “Até porque uma das coisas mais comuns no Couchsurfing é que quando você chega na casa de alguém você a presenteia com uma ovelha degolada (confira a história aqui) . Ainda bem que ela falou antes que não gostava” – eu pensei. Depois que eu li aquilo que eu fui me tocar que a mina era quase que uma vegetariana fanática e realmente não aceitava que pessoas comessem nenhum tipo de carne ou vestissem roupas provenientes de um animal dentro da sua casa. Filé, pra mim não tinha problema. Era só comer no Mac Donald´s todo dia, hahahaha.
Quando ela me aceitou e disse que eu poderia ficar na sua casa, falou que tinha um problema. Eu teria que dividir o couch com um outro couchsurfer que já havia pedido antes de mim. Trocando em miúdos, ele iria dormir na cama e eu iria dormir no sofá. Até aí sem problemas, pra mim tudo é festa. O outro, e mais grave, problema era que ela dizia que tinha um gato no apartamento e ele tinha livre trânsito por lá. Que se eu tivesse alergia a pelos de gatos, que não fosse pra lá. Bem, eu MORRO de alergia de pelo de gato, mas, fazer o que? Eu não tava conseguindo nenhum lugar pra ficar, tinha que ser lá mesmo.
O gato era muito folgado. O bicho realmente tinha livre trânsito pela casa. Quando a gente ia comer, e puxava a cadeira da mesa pra isso, lá estava ele deitado dormindo na paz dos justos. Quando eu ia dormir, tinha que tirá-lo de cima do meu travesseiro no sofá, pois o bichano só dormia em cima de coisas fofas (isso, claro, sem a Suzana ver, porque se ela visse era capaz de ela mandar eu dormir no chão pra não acordar o gatinho dela). Vocês sabem que gato não bebe água parada, né? Pois então, ele tinha todo um jeito peculiar de beber água corrente…

E ai de quem fechasse essa torneira
Eu só me perguntava se o gato dela também só comia alface. Gatos são bichos carnívoros, o que será que ela dava pro bicho comer? Será se ele só comia do lado de fora? Tirando problemas com gatos, o principal problema mesmo foi pra poder conseguir chegar na casa dela. Ela morava em um bloco de apartamentos (só um adendo. Em ex-países comunistas, parece que TODO mundo mora em blocos de apartamentos) e não tinha uma placa nas portas dos apês dizendo quais eram os números dos apartamentos. Resultado? Cara, sem brincadeira, fiquei uma QUATRO horas pra poder achar o lugar até que alguém que entendia inglês me ajudou a achar o lugar. Até cartão telefônico eu comprei, só que, inexplicavelmente, não consegui usar.
Dormindo no sofá, aproveitando que o gato não estava por perto querendo tomar meu lugar

 

De qualquer maneira consegui achar e fiquei conversando com a host enquanto o outro couchsurfer não chegava. Só foi engraçado que quando o Hugo, o outro couchsurfer, chegou, a gente foi sentando na mesa e começando a conversar. Rapaz, na hora o menino me tira um sanduíche de frango e começa a se deliciar no meio da mesa da Suzana (a host). Rapaz, a menina ficou uns dois segundos olhando pra ele com uma cara de “EU NÃO ESTOU ACREDITANDO NISSO” e ele sem entender o que estava acontecendo. Até que na hora ela gritou: “PRA FORA COM ESSE SANDUÍCHE DE FRANGO!!”. Rapaz, o cara levou um susto tão grande que até jogou ele pela janela ao mesmo tempo enquanto pedia desculpas por não lembrar que ela havia pedido que ninguém comesse nada com carne na casa dela.
Depois de tudo de boa, como não queríamos perder tempo, já fomos logo articulando como seria a nossa primeira balada em Bratislava. A Suzana falou que iria chamar mais uma amiga (hummm…) e que nós quatro iríamos pra uma das mais tradicionais baladas em Bratislava. Uma balada que rolava embaixo do principal ponto turístico da cidade, o castelo de Bratislava. Ãhn? Como assim? A balada era dentro ou EMBAIXO do castelo? Sim, amigão, isso mesmo que você leu. A balada era EMBAIXO do castelo de Bratislava. Mas como isso é possível, vai ser nas masmorras? – nos perguntávamos.
Indo para balada
A Suzana explicou pra gente que durante o auge da Guerra Fria, os comunistas procuravam algum lugar pra poder se esconder caso ocorresse uma hecatombe nuclear entre União Soviética e Estados Unidos. Que lugar seria o último que os inimigos iriam procurar por eles? Sim, isso mesmo que você pensou. Debaixo de um morro em um dos principais pontos turísticos da cidade, o castelo de Bratislava. Sim, e onde entra a balada nisso? Eu não sei se isso é realmente muito esperto ou não, mas os caras resolveram fazer um BUNKER (casamata, construção fortificada) à prova de explosão nuclear embaixo do castelo para que a alta cúpula lá pudesse se reunir caso sofresse uma agressão estrangeira.
Se liga na portinha do Bunker
Entrada do Bunker
Bem e daí? E daí que felizmente não ocorreu nenhuma hecatombe nuclear, a URSS se esfarelou e hoje a Eslováquia é uma democracia liberal com economia de mercado. E por ser uma democracia liberal com economia de mercado, alguns eslovacos viram ali uma boa oportunidade de ganhar dinheiro e resolveram transformar o bunker em uma balada. Balada sensacional, diga-se de passagem.
Fiquei com a ficha 171
Cara, lá dentro era MUITO louco. A música era doida demais, a cerveja barata e a galera pirada. Chegamos na balada umas 11 da noite e só fomos conseguir voltar pra casa quase cinco da manhã. Isso, claro, nós supomos, já que ninguém lembra PATAVINAS de como chegamos em casa de tão doido que estávamos. A gente só supôs isso porque a amiga da Suzana mandou uma mensagem pra uma outra amiga às 4:30 da manhã dizendo que estava muito louca e que ia chegar em casa mais ou menos umas cinco da manhã. Noite difícil essa. Mas mais difícil foi enfrentar a situação que tive de enfrentar quando acordei. Sem sombra de dúvidas uma das coisas MAIS ENGRAÇADAS E INUSITADAS de toda a minha viagem. Não percam os próximos capítulos…

Eu e Hugo. Antes que os engraçadinhos digam besteira, meu olho estava vermelho era da alergia do gato, não era por causa de maconha não

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Viajando pela Eslováquia

A Eslováquia é um pequeno país da Europa Central com uma população de cinco milhões e meio de habitantes (um pouco menos que o estado do Maranhão) apesar de possuir uma área um pouco maior que a do Espírito Santo. Durante toda a sua história os eslovacos não tiveram um país independente e viveram sob o domínio de algum Império específico sendo o Soviético o último antes deles, pela primeira vez, se tornarem um país independente de fato.

Este país é proveniente da divisão da antiga Tchecoslováquia que, como o próprio nome já deixa claro, era composto pela junção da República Tcheca e da Eslováquia. A Eslováquia era meio que um “primo-pobre” do antigo país já que todos conhecem ou já ouviram falar da República Tcheca ou de Praga, enquanto que todo mundo confunde Eslováquia com Eslovênia.

Pelo mapa vê-se o quanto era fácil se orientar pela Eslováquia

A Eslováquia é um país membro da União Européia e quando eu viajava por lá a sua moeda era a coroa eslovaca. Hoje a Eslováquia faz parte da zona do Euro e conseqüentemente a sua moeda corrente já é a mesma da União Européia. Hoje o país possui uma das menores taxas de desemprego da Europa (No passado era de quase 20%, hoje é de mais ou menos 8%. Só para ilustrar, a taxa de desemprego da Espanha é de 19%). Crescimento da Economia? Poderia até ser, já que o país, antes da crise, possuía taxas de crescimento próximas às chinesas, o que é uma raridade, pois na zona do Euro dificilmente um país cresce a 5%. Mas não, não é por causa da taxa de crescimento. Um dos principais motivos que levaram a uma queda tão abrupta da taxa de desemprego do país foi que grande parte da população eslovaca, buscando melhores oportunidades de emprego e salário, emigrou do país quando ele começou a fazer parte da Zona do Euro.

Antigas coroas eslovacas
Na Eslováquia mesmo eu só fui para Bratislava, a capital. É uma cidade bem charmosinha e muito pequenina, me lembrando bastante a capital da Eslovênia (post sobre a Eslovênia aqui). Cheguei num sábado a tarde e parecia não haver ninguém nas ruas da cidade, apenas quando entrei num supermercado pra poder comprar algumas coisas que eu pude ver alguém lá por dentro. Pra falar a verdade parecia era que a cidade INTEIRA tava dentro daquele supermercado tamanho o tanto de gente que havia por lá.

Outro ponto interessante que merece ser citado é que as mulheres de lá são MUITO gatinhas, brother. Parece um bando de bonequinhas, gatinhas demais.
Enfim, experiência ou não. Sim, elas eram bem bonitinhas.
A cidade não tinha nenhuma atração que valesse você passar uma semana por lá. A minha própria host (que falarei no próximo post) quando eu cheguei por lá disse que Bratislava não valia mais do que uma tarde de caminhada pra poder ver tudo. Lá tinha um castelo, que estava longe de ser mais interessante do que os outros castelos que visitei pela Europa (e olha que eu nem visitei os mais badalados) e algumas ruas num estilo meio gótico, mas nada que se comparasse a Praga.
O castelo dos bichos é tão, mas tão importante pra eles, que eles simplesmente o usam para escorar um out-door em comemoração ao Euro que estava para chegar (brincadeira, o castelo tava de reforma mesmo)
Trocando em miúdos. Ruim passar por lá não era. A cidade apesar de pequenina tinha o seu charme e as baladinhas até que foram legais. Mas engraçado mesmo foi o couch que fiquei, história que deixo pra contar depois.
Bratislava vista de cima do castelo
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Update de Bratislava

Galera, desculpa por demorar a postar, mas e’ que fim de semana sempre e’ mais complicado por causa das baladas. Tou em Bratislava na Eslovaquia, fiquei hoje o dia inteiro andando pela cidade e batendo fotos e agora tou saindo pra encontrar com os couchsurfers da cidade.
Hoje nao vai ter post novo, mas amanha com certeza eu posto a primeira parte do post sobre o Nepal.
abracos maranhenses
P.s: Estou em Bratislava agora, mas me encontro escrevendo sobre o Nepal
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