Em tudo que eu lia sobre Bangladesh era consenso que a principal atração turística era uma só: O lugar não ser turístico. Pela surpresa das pessoas nas ruas, você tem a sensação de ser o único turista em uma cidade do tamanho de São Paulo. Cara, é tão engraçado, que até o rapaz da imigração ficou encucado querendo saber o que diabos eu tinha ido fazer em Daca. Por mais que eu falasse que tinha ido a turismo, ele não acreditava.
Agora imagina uma população da cidade de São Paulo só que empilhada em uma cidade sem metrô e sem nenhuma avenida de três pistas? Pois então, o lugar é um caos, muito pior que São Paulo ou Teerã (a cidade com pior trânsito que eu já vira até o momento). Para piorar, todo mundo dirige com a mão na buzina.
Cheguei ao aeroporto, e, seguindo orientação, fui pegar um Uber. Mas quem disse que eu conseguia? No Uber aparecia a placa do rapaz bonitinha, AC135643. Porém, em Bangladesh, o alfabeto é diferente. Inclusive os números. Então, mano, era simplesmente impossível saber qual carro eu deveria entrar. O negócio foi ficar em pé com o celular na mão e ficar observando os carros que iam chegando. Depois de uma meia hora, e três Ubers cancelados depois, consegui pegar um Uber. Isso porque, veja você, uns taxistas ficaram querendo entender o que eu tava fazendo e, quando viram que eu tava tentando pegar um Uber, eles me ajudaram. Os caras são tão amigáveis no país que até os taxistas te ajudam a pegar Uber, dá para acreditar?
Passeei por alguns pontos turísticos de Daca, visitei um palácio lá que até era importante para a história deles, mas nada demais. A única parte legal mesmo foi descobrir uma Igreja Cristã Armênia no meio de Daca. Era da comunidade armênia que existia em Bangladesh, hoje quase inexistente, já que grande parte dessa galera foi embora do país. Porém, tinha um cemitério com algumas tumbas do começo dos anos 1800. Muito legal.
Lá pela área da igreja morava um cara que veio bater um papo comigo, gente boa demais. Foi o único bengali que eu consegui entender perfeitamente o inglês, já que todos os outros se enrolavam todo para falar inglês. Na hora que eu fui assinar o livro de visitas, uma surpresa, havia a assinatura de uma brasileira, e, ainda por cima, de Brasília. Depois ele foi me explicar que ela que trabalhava na Embaixada Brasileira em Daca.
Ainda passei por um palácio que havia sido importante para eles, partes importantes de acordos e celebrações de Bangladesh haviam sido assinadas por lá. A única questão era que o lugar ainda estava caindo aos pedaços. A noite ainda comi uma parada bacana. Um tal de um frango piri-piri, nome de uma cidade do Piauí e que, depois fui ver, tem origem na culinária portuguesa.
Depois é só se preparar para visitar a capital, Dacca, cidade com o maior número de riquixás (carrocinhas puxadas por bicicletas) no planeta. De longe o seu principal meio de transporte


