Depois de Arraial, de volta ao Rio de Janeiro

Inicialmente, não estava nos meus planos gastar um dia para passear no Rio de Janeiro. Desde o começo eu queria mesmo era mergulhar em Arraial do Cabo, pegar meu avião e voltar pra Brasília. Acontece que ocorreu um grande imprevisto. Quando estava em Arraial do Cabo, todos me alertavam que eu deveria me precaver bastante pra poder conseguir chegar a tempo no aeroporto do Rio de Janeiro. Como falei, a Região dos Lagos estava lotada de gente que desceu pra lá pra poder aproveitar o feriado e por isso até peguei um engarrafamento gigantesco na ponte Rio-Niterói. O que foi me falado é que a viagem de volta, devido ao feriado prolongado, deveria ser de mais ou menos umas quatro horas. Aí comecei a fazer as contas. Bem, meu vôo é 20h42min, portanto vou tentar chegar ao aeroporto às 19h. Pra chegar ao aeroporto às 19h, tenho que chegar à rodoviária às 18h30min. Como todo mundo falou que a viagem de ida deve demorar umas quatro horas, vou tentar pegar um busão às 13h30min, uma hora a mais de precaução nunca é demais, né? “O que? Não tem ônibus 13h30min? Só tem 12h50min e 14h10min? Er.. vamos ser prudentes, me dá o busão de 12h:50m!

Comprei a passagem e que horas acabei chegando à rodoviária do Rio? Meu amigo, cheguei à rodoviária eram 3 horas da tarde EM PONTO! Que porra de quatro horas de viagem nada! Você vê como não dispor das informações certas e confiar em besteira que gente sai falando pode lhe dar muito problema! Depois que voltei pra Brasília que fui ver no Google que Arraial do Cabo fica a uns 150 quilômetros do Rio de Janeiro! Cara, se eu fosse demorar CINCO HORAS pra poder chegar de busão, ele ia ter uma velocidade média de 30 km/h! Quase uma bicicleta! Maldita prudência! Podia ter ficado mais em Arraial!
Desci pro aeroporto voado pra ver se ainda conseguia mudar minha passagem e pegar um vôo mais cedo (já que tinha um que saía às quatro e meia). Quem disse? Cheguei lá no aeroporto e o vôo tava lotado. Resultado? Eram rodados 15h30min e meu vôo só saía às 20h42min. E aí, o que fazer? Como tava com uma verdadeira biblioteca na mochila, até pensei em ficar lá lendo e esperando. Mas bicho, meu vôo era OITO E QUARENTA quase CINCO horas depois! Era tempo DEMAIS pra poder ficar esperando sem fazer nada. Decidi que ia achar alguma coisa pra poder fazer por lá mesmo. Comecei a ligar pra alguns amigos em Brasília e alguém me deu a idéia de ir visitar o Museu de Arte Contemporânea, obra do Niemeyer que fica na cidade de Niterói.


Como não tinha muitas escolhas, aluguei um armário lá no aeroporto, joguei minha mochila dentro e peguei um busão pra Niterói. Informei-me com o motorista e a cobradora e eles me falaram que a viagem iria demorar mais ou menos uma hora pra ir, outra pra voltar. Eu tinha cinco horas, duas de transporte, meu vôo era 20h42min, era bom que eu chegasse com uma hora de antecendên… Ah porra! Sem mais cálculos de prudência, se desse pra chegar a tempo, que desse, se não desse, que não desse! Eu iria pra lá, veria o que tinha de ver, quando estivesse satisfeito voltava. Simples assim.
Peguei o busão e comecei a conversar com a cobradora. Primeiro que tinha uma coisa curiosa. A passagem era uns cinco conto em horário de trabalho e uns quatro reais em horário, digamos, de farra. Fiquei pensando pra que diabos aquilo servia. De noite a segurança é precária, tem menos pessoas sendo trafegadas e, pior, estas pessoas tendem a estar bêbadas ou fazendo farra (o que só dá mais trabalho e aumenta a chance de um cobrador ou motorista ter problemas, por exemplo) ou seja, só fatores que tendem a encarecer a passagem. Então, pra que diabos a passagem da noite é mais barata que a da manhã? Faz menos calor e com isso gasta-se menos com ar-condicionado? Difícil saber… Em cidades normais a tendência seria que as pessoas que viajassem pela manhã pagassem menos das que viajasse à noite para incentivar que as pessoas utilizassem transporte público pra poder ir trabalhar. Não o contrário. Mas se bem, que, bem, se bem que é o Rio de Janeiro. A lógica lá deve ser o contrário.
Fiquei conversando com a cobradora e ela foi me explicando que o busão não passava em frente ao museu. Que eu provavelmente iria ter que pegar outro busão dentro de Niterói pra poder ir pra lá. Gasta-se mais tempo quando precisa-se pegar dois busões pra ir, dois pra voltar e por aí vai. Comecei a pensar se realmente valeria a pena eu ir pra esse museu naquele dia. Enquanto pensava no que iria fazer, passamos em frente à Candelária e do lado dela tinha um prédio, Centro Cultural Banco do Brasil, onde estava tendo uma exposição de Escher, o mestre das figuras impossíveis.


Algumas das figuras impossíveis de Escher. Tente seguir o curso da água ou ver quem está subindo e quem está descendo na foto acima.

Durante um tempão eu nutri um desejo de ir a essa exposição quanto teve aqui em Brasília. O problema é que eu fui deixando, deixando, deixando… E quando vi, no final, a exposição acabou e eu não fui. Ah rapaz, quando eu vi as figuras de Escher no topo do prédio, eu não tive dúvidas, parei o busão, desci e fui direto lá.
Cara, quando eu desci do ônibus. Meu amigo! O que era aquilo?!?! Que calor era aquele? Olha, eu sou nascido e criado no Maranhão, mas calor como esse não era algo que eu tava muito acostumado não. Rapaz, era um calor que no Maranhão a gente se refere como “calor de assar diabo”. Quente que só uma assadeira. Tava aquele calor com mormaço, saca? Quando tá prestes a chover? Eu não tinha tido tanto acesso a esse calor antes de descer do busão porque, desde o busão que eu peguei em Arraial do Cabo, passando pelo o aeroporto e o busão pra Niterói, todos tinham ar-condicionado. Rapaz, eu achei que eu ia era assar do lado de fora. Por essas e outras que não me restou outra opção que não a de entrar o mais rápido possível naquele prédio porque lá dava pra ver que tinha ar-condicionado!
Pra quem não sabe quem foi Escher, eu não vou explicar, a Wikipedia faz isso melhor, mas só posso dizer que a exposição era muito, mas MUITO legal. Realmente valeu a pena eu ter ido. Não sei se valeu mais a pena pelas peças em si ou por causa do ar-condicionado mesmo. Depois que eu terminei a volta no museu, ainda era umas cinco da tarde e eu não tava nem um pouco a fim de voltar para o aeroporto. Pensei em descer pra Copacabana pra poder ir tomar um chopp por lá, mas depois acabei descartando a idéia porque ia dar um certo trabalho ir até lá e depois voltar para o aeroporto. Resolvi visitar um dos meus locais preferidos no Rio de Janeiro, o Mosteiro de São Bento, um dos locais mais interessantes do Rio de Janeiro na minha humilde opinião. O mais legal é que no domingo costuma ter um Canto Gregoriano antes da missa, que, cara, é um show a parte! Toda a liturgia, todos os protocolos, o monge lá em cima tocando no órgão, os outros em baixo cantando em latim. Sério, toda vez que eu vou lá e assisto a essa celebração me sinto como se estivesse na Idade Média. É simplesmente SENSACIONAL! Quem não foi ainda lá, vá! Vale muito a pena assistir!
Saí do Mosteiro e resolvi seguir de volta para o aeroporto, pois já era quase seis e meia da tarde e eu realmente tava a fim de ler alguns dos livros que havia comprado. Fui andando por entre as quadras do centro do Rio de Janeiro e peguei um busão de volta, só que esse, infelizmente, sem ar-condicionado! Cara, andar naquele busão sem refrigeração, somado aos quase quinze minutos que caminhei naquela sauna a céu aberto que era o Rio de Janeiro me fizeram simplesmente pirar e desejar ao máximo alguma coisa BEM gelada pra poder beber. Fui voltando pro Aeroporto e pensando o que eu poderia fazer. Beber água de bebedouro? Fora de questão, a água era rala e ainda assim quente. Comprar uma por lá? Ia pagar uns três reais por um copinho de 200 ml. Como o aeroporto era quase que do lado ao centro do Rio, resolvi sair procurando um boteco qualquer ao menos pra poder comprar uma cerveja. Quem disse que achei um aberto? Rapaz, mas carioca até em dia de domingo não gosta de trabalhar.
Como não estava disposto a desistir, continuei andando a esmo disposto a achar um maldito lugar onde fosse possível eu achar um maldito chopp pra poder tomar naquele maldito calor daquele maldito dia! Depois de mais ou menos meia hora andando pra cima e pra baixo, sempre pelas imediações do aeroporto, quando já estava por desistir, me apareceu aquele oásis. Aquele eldorado. Aquela visão do paraíso. Aquela praia de São Luís numa manhã de sol. Cara, surgiu uma loja de conveniência com um freezer cheio, mas CHEIO de cerveja! AH MLK!
Mermão, na hora eu já corri pra lá. Que felicidade! Na hora me lembrei do Mc Donald´s que comi em Fiji, sem sombra de dúvidas o Mc Donald´s mais gostoso da minha vida (link da história aqui)! Cara, que alívio. Nossa, aquela brisa artificial de ar-condicionado é boa demais. Aquele ventinho gelado nos couros! Viva a vida industrializada e os combustíveis fósseis! Sentei lá, pedi uma cerveja, depois outra, depois um pacote de Doritos, depois outro, depois uma coca, depois um guaraná… Chega meu rim doeu de tanta porcaria de bebida e comida que eu enfiava pela goela. Mais uma vez, viva a vida industrializada!
Depois de quase uma hora naquela vida mundana, resolvi seguir de volta ao aeroporto pra poder pegar meu avião de volta. Corri pra sala de embarque (havia um bom ar-condicionado lá) para vir direto a Brasília. De volta a minha vida de servidor público federal.

Arraial do Cabo – conheça o “Taiti carioca”

(esse post vai sem fotos minhas. Fui pra lá sem câmera fotográfica :P)

Bem, fim de semana retrasado fui tentar mergulhar nas praias de arraial do Cabo, uma cidadezinha próxima a Cabo Frio, no Rio de Janeiro, famosa por ser um ótimo lugar de mergulho e cheio de tartarugas. Há muito tempo que nutro o desejo de mergulhar novamente com saudades do tempo em que fazia isso na Tailândia ou apenas fazia snorkeling em praias do Sudeste Asiático e Oriente Médio.

Uma coisa que sempre me chateou é que o Brasil, apesar de possuir um litoral imenso, não parecia possuir sequer um só local apropriado ao mergulho e ao snorkeling. Mas quando digo nenhum, é nenhum MESMO, tirando Fernando de Noronha. Depois de um muito tempo procurando aonde ir, me pareceu que Arraial do Cabo era um lugar apropriado para prática. Não pensei duas vezes, na sexta desci pra rodoviária do Rio de Janeiro e fui comprar a minha passagem pra Arraial do Cabo.
Assim é Arraial do Cabo visto de cima

Consegui meio que de milagre um couch lá (só tinha UMA pessoa oferecendo, isso em um dos lugares mais turísticos do Brasil) e por isso estava animado. Bem, “estava” é a palavra correta pra poder definir meu estado de espírito antes de chegar na rodoviária. Meu amigo, lá tava LOTADO de gente, mas tinha gente, GENTE, mas parecia que tavam era distribuindo farinha. Foi feriado no Rio de Janeiro na quinta feira e muita gente aproveitou pra poder emendar, além de que em Cabo Frio tava rolando o Cabo Folia, o que estava levando mais gente pra lá.

Acabou que eu cheguei à rodoviária umas cinco da tarde e só acabei conseguindo busão pras oito da noite, sendo que saía ônibus mais ou menos de meia em meia hora. Na ponte Rio-Niterói um congestionamento gigantesco! Cheguei em Arraial já era quase onze horas da noite e segui pra poder me encontrar com o host. O host em si era uma figura! Ele se chamava Dudu e era crescido em Arraial do Cabo. Filho de um francês com uma pernambucana. Trabalhava seis meses aqui no Brasil, durante o nosso verão e, durante o inverno, baixa temporada em Arraial do Cabo, seguia para trabalhar em algum país do Hemisfério Norte, já que possuía passaporte europeu. Basicamente passava a vida curtindo verões por aí. Além de que parecia o dono da cidade, já que trabalhava no restaurante do pai, um dos mais importantes da cidade, andava pela rua cumprimentando todo mundo e ainda possuía um barco que ele alugava pra galera ficar fazendo passeio. Tinha todas as informações da cidade de onde era melhor pra comer, mergulhar, fazer o que for! Gente boa demais!
Gruta que visitei

Cheguei no centro da cidade e lá já fervilhava. O pessoal tava fazendo um esquenta pra poder descer mais tarde pro Cabo Folia e por isso tava tomando umas por lá antes de descer pra Cabo Frio (de Cabo Frio pra Arraial parece que são 20 minutos de busão). Dudu também estava indo e perguntou se eu não queria acompanhá-lo. Como não tava muito na pira de sair pra encher a cara e acordar só meio dia do dia seguinte, preferi ficar por lá e dormir cedo, pra poder acordar cedo e procurar uns lugares para mergulhar. O Dudu me passou um bizú de procurar o barco dele e falar que era “amigo do Dudu” pra poder conseguir um desconto no passeio do barco. Engraçado mesmo foi só que acordei pela manhã com a trupe do Dudu chegando em casa, fazendo mó arruaça e gritando que era a “pica das galáxias”. Destaque só pra um diálogo que acabei captando entre dois namorados:

– Amor, onde cê tá indo?
– Ow, minha flor, vou ali fazer um xixizinho no banheiro!
– Ah mor, mija lá fora!
– Mas, minha flor, eu já tou aqui do lado do banheiro! Vou mijar lá fora por quê?
– Ah, mas você já mijou lá fora a noite inteira! Vamo logo embora!
Nada como saber argumentar quando se está com pressa.

E AMANHECE EM ARRAIAL DO CABO

No dia seguinte, procurei o rapaz indicado por ele, falei a senha “amigo do Dudu” e consegui o meu desconto pro passeio de barco pela praias de Arraial do Cabo. Aluguei também um óculos de mergulho, um snorkel e, como tava com um pouco de receio, resolvi comprar um protetor solar pra me proteger do sol também. Bem, aí começou um problema. Qual? Bem, eu nunca na minha vida usei protetor solar, sou nascido e criado no Maranhão e lá, por sempre estar na praia, nunca tive problemas com costas queimadas. Como estava preocupado de estar muito tempo fora da praia, resolvi comprar um protetor porque todo mundo fala que é importante. Qual eu comprei? Comprei o mais barato, ou menos caro (porra, protetor solar é caro demais!), lógico, o de fator 15 😛
O passeio de barco foi interessante, o grande problema foi que como acabei ficando muito tempo no sol voltei do passeio só um caco. As costas ardendo que só uma frigideira, apesar de eu ter usado protetor solar (foi engraçado. Como falei, eu não tenho costume de utilizar protetor solar, portanto só utilizei um pouco e ainda assim no rosto e na parte superior das costas. Rapaz, mas meu lombo e meus braços ardiam…). Resolvi dar uma “pratada” e fui tirar um cochilo. Isso foi o suficiente pra poder ferrar toda a minha vida por lá.
Agora deixa eu explicar meu drama. Apesar de ter chegado numa sexta a noite e ter planejado ir embora no domingo, ou seja, o sábado inteiro em Arraial, eu preferi deixar pra poder fazer o meu mergulho com cilindro só no domingo, pra primeiro conhecer o lugar e só depois ir mergulhar. Se eu não tivesse ido dormir e já emendasse um mergulho vespertino eu poderia ter mergulhado já no sábado e não estaria impedido de mergulhar no domingo. Impedido? É exatamente isso que eu disse, impedido! Só sábado a noite que eu fui lembrar de uma velha regra que todo mergulhador deve seguir. Não se pode mergulhar em um dia e viajar de avião horas depois sob pena de um risco MUITO grande para seus pulmões, haja vista que a 10 metros de profundidade a pressão atmosférica dobra e dentro do avião ela é mais ou menos a metade. Ou seja, essa diferença de quase quatro vezes de pressão pode fazer borbulhar o seu sangue e fazer com que essa viagem de avião seja a última da sua vida! O idiota aqui não tinha lembrado. Trocando em miúdos, eu não poderia ir mergulhar!
Rapaz, mas pense num cara que ficou chateado com isso tudo? Caraca, mas eu queria MORRER depois dessa imbecilidade que fiz. Resultado? Não pude mergulhar de cilindro em Arraial do Cabo!! AAAAAAAHHHHHHHH!! O Dudu até tinha me passado um contato lá e dito pra eu falar que era “amigo do Dudu” pra ganhar um desconto também no mergulho, mas depois nem me animei em ir.
Fiquei bem chateado, pensei até em voltar mais cedo pra Brasília, mas como já estava lá, achei que o melhor era de alguma maneira tentar extrair algo de bom da situação e ficar por lá mesmo. Informei-me e descobri que havia uma praia lá que era bem legal pra se fazer snorkeling. Bem pra quem não tem nada, metade já é muito, resolvi acordar cedo no domingo e ver de qual é. Falei com o Dudu e ele até me passou um bizú de um cara que trabalhava lá e que se eu chegasse e falasse que era “amigo do Dudu” ele podia me dar um desconto (ao que me parece “amigo do Dudu” é algo como uma “senha promocional” em Arraial do Cabo. Agora vocês entendem porque eu disse que o bicho parecia o prefeito da cidade! Eu pensei até em não colocar isso no blog, pra alguém aqui não sacanear caso vá pra lá e diga a “senha”, mas depois pensei que entre centenas de vendedores, dois ou três efetivamente são amigos dele ;P, logo não dá pra alguém usar aleatoriamente!).
Essa é a Praia do Forno

MERGULHANDO COM OS PAULISTANOS

A praia se chamava Praia do Forno e, bem, no final vi que era o que eu estava buscando mesmo. Depois de tantos imprevistos, tantas buscas, tantos problemas, estava chegando ao lugar que sempre busquei. Não era um mergulho na Tailândia ou em Fiji, mas de qualquer maneira foi de longe o melhor lugar que já pude estar mergulhando no Brasil. Peixes de várias cores diferentes, alguns poucos corais e um céu azul indescritível! Ah sim, e também, o mais legal de todo o snorkeling, acabei me deparando com três tartarugas marinhas também. Essas tartarugas salvaram minha viagem! Cara, que coisa linda! Elas nadam devagar, quase flutuando nas águas com muita graça e leveza! Uma cena linda demais de ser vista. Lembrou-me até o Havaí, sendo que lá só vi uma tartaruga e em Arraial do Cabo vi três. Link da viagem do Havaí aqui

Engraçado foi uma hora que eu, já quase chegando à areia, meio que esbarrei num grupo de quatro paulistanos que também estavam mergulhando por lá. Aproveitei pra poder perguntar as horas, pois um deles tinha um relógio a prova d´água no braço. Eles estavam com algumas câmeras de bater foto embaixo d´água e me perguntaram se eu já tinha visto uma tartaruga. Eu falei que já havia visto duas e que era só eles continuarem procurando que logo logo achariam alguma. Fui voltando e vi uma tartaruga meio que encostada nas pedras e resolvi falar pra eles irem vê-la. Rapaz, que arrependimento, viu? Na hora um deles voltou, olhou a tartaruga e só gritou pros outros:
– Ôrra, meu!! Achei uma tartaruga!!! Corre aqui, mano! – falando com aquele sotaque característico dos paulistanos.
Rapaz, que aperreio a bichinha passou, viu? Os malucos ficaram desesperados tentando bater uma foto dela! Começaram a seguir a pobrezinha que, por ser pequena e eles estarem de pé de pato, não conseguia se evadir deles. Depois de um tempo eu só escutei um deles gritando: “Cerca, cerca ela! Vamo bater uma foto!”. E lá foi a pobrezinha ficar mais bandeada que peru em véspera de natal! Ela nadando prum lado, eles cercando pelo outro, ela ia pra um lado, eles cercavam ela! Parecia neguinho perseguindo leitão em festa caipira, só que na versão marinha! A tartaruga desesperada, só faltava saltar pra fora da água. Eu fiquei imaginando o que aqueles abestados queriam fazer, se eles tavam era querendo tirar foto abraçando o pescoço da pobre da tartaruga e dando tchauzinho! Depois fiquei pensando porque cada dia mais tem menos tartarugas por lá. Essa daí nunca mais na vida dela volta pra Arraial do Cabo e assim como elas milhares já devem ter passado por uma situação dessas e resolveram mudar, sei lá, pra Antártida ou algo assim!
Depois dessa cena bizarra, saí da água e segui para rodoviária pra poder pegar meu ônibus pro Rio de Janeiro que, apesar de eu não estar esperando, também acabou sendo bem engraçado…
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Rio de Janeiro

Galera, estive sumido no blog esses dias porque estava na reta final de um concurso e não queria me desfocar muito. Por uma questão de prioridades, tive que deixar o blog um pouco de lado. Porém, teve um lado bom. Ocorreram várias coisas engraçadas no Rio de Janeiro e resolvi escrever sobre elas porque eu realmente não gostaria de esquecê-las. Fazia algum tempo que eu não viajava ao Rio de Janeiro. A última vez que eu tinha ido lá acho que foi há uns quatro ou cinco anos atrás e nem deu pra eu viajar bastante. Por isso eu estava bastante empolgado em voltar ao Rio novamente.

Aeroporto Santos Dumont invadindo o oceano
 
Uma das coisas mais legais no Rio de Janeiro é pousar no Santos Dumont. Cara, parece que o avião vai cair na água e, de repente, aparece a pista do aeroporto e o avião pousa de boa. É muito legal. Quando cheguei ao aeroporto, peguei o mapa do caminho da casa do Marco Aurélio, meu amigo que ia me hospedar, e comecei a pedir informação de onde eu tava indo pro pessoal na rua. Engraçado que todo mundo, por mais que eu chegasse do lado deles andando e estivesse a apenas algumas centenas de metros do lugar que eu estava procurando, me perguntava: – Cê vai andando? Me dava vontade de responder: – Não, eu não vou andando! Eu vou voando, tem uma asa-delta aqui na minha mochila!!!!!!! Mas enfim, consegui chegar de boa na casa dele. Chegando lá eu descobri que havia mais algumas pessoas na casa: um casal amigo nosso do couchsurfing, um outro amigo do Marco e mais a namorada do Marco. Todo mundo num apartamento de um quarto e sala. Bem, pra quem já dormiu em oito num sala, isso não seria lá um grande problema… Demos um jeito de acomodar todo mundo lá dentro e no final ficou tudo de boa.

Arcos da Lapa
 
A primeira noite que cheguei, uma sexta feira, aproveitamos logo pra poder ir para a Lapa, tradicional ponto da boemia carioca. Fomos nos arrumar e mais ou menos meia-noite, quando todo mundo tava pra poder ficar pronto, nos foi dito que era melhor a gente esperar um pouco porque a Lapa só começaria a ficar legal mais ou menos umas duas da manhã, horário que geralmente a gente volta da balada aqui em Brasília. Sim, o pessoal no Rio sabe se divertir. A Lapa é bem legal! Parecia o carnaval de rua que eu estava acostumado a ir em São Luís, com uma cambada de gente se divertindo, bêbados pra todo lado e aquele esgoto passando debaixo do seu pé dando o último toque de decadência no lugar. A diferença é que em São Luís é assim cinco vezes por ano e no Rio é todo fim de semana. O único problema hoje é que agora os caras tão pintando os arcos da Lapa pra poder deixá-los mais bonitinhos pros turistas, o que eu achei uma droga, já que a principal graça da Lapa é o seu estado decadente, típico de lugares boêmios. Além de tudo, a lata de cerveja de 500ml era vendida pelo inacreditável preço de dois reais! Deus não dá asa a cobra mesmo, no fim de semana que eu não posso beber por causa do concurso, me aparece uma dessas.
Depois de um tempo caminhando, chegamos em uma das escadarias da Lapa e sentamos por alguns instantes. Do nada sentou um cara do lado de um dos couchsurfers que tava com a gente e começou a trocar maior papo com ele. O cara tinha álcool no sangue de um jeito que se ele passasse do lado de uma churrasqueira ele explodia. De repente apareceu um mendigo meio louco lá que ficava colocando uma venda nos olhos e caminhando pra cima e pra baixo no maior estilo David Coperfield. Esse cara que conversava com nosso amigo saiu da escadaria e começou a pular e a abraçar o mendigo que tava mais sujo que pau de galinheiro. A gente falou pro nosso amigo ir lá apartar o cara, já que o mendigo tava sujo que só o diabo e qual não foi a nossa surpresa ao descobrir que não, o nosso amigo não conhecia aquele cara não, ele só tinha era aparecido do nada mesmo e tava conversando, mais louco que o Batman. Cara, depois fiquei pensando que caminhar pela Lapa é quase que uma experiência antropológica.
Saímos de lá e acabamos nos perdendo do Marco Aurélio e da namorada e ficamos num lugar mais próximo da Catedral. Só depois de um tempo que eu fui perceber que estávamos na área gay da Lapa e que, sim, os couchsurfers que estavam com a gente, com a exceção dos casais, eram todos gays (isso explicava muita coisa…). Bem, cara, pra mim isso não é um problema, até porque eu acho a galera gay muito engraçada e de bem com a vida, mas quando a gente fica num lugar desse só tem que tomar cuidado, né? Todo mundo quer tirar casquinha de um pedaço de maranhense como esse aqui e a galera chegou até a me mostrar um cara que não parava de me encarar. Mundo perigoso esse.
Acabamos ficando por lá mesmo, já que a bancada gay do Couchsurfing tava, como a gente dizia no Maranhão, “toda toda” e tava bem engraçado. Só teve uma hora que me deu uma vontade súbita de ir embora. Por quê? Bem, um dos nossos amigos conversava com um cara e eu cheguei lá só pra poder fazer um social. Cara, o cabra era grande, mas GRANDE. Comecei a conversar com ele e quando fui perguntar o nome dele, ele já foi se apresentado como Fernando, o EMPALADOR! Um cabra com uma, digamos, “alcunha” dessas é algo realmente assustador… Bem, com um nome desses, qualquer um começaria a tremer na base e não foi de outra maneira que ocorreu comigo. Deu logo um sono e resolvemos logo voltar pra casa pra poder dormir, já que já eram rodados quase seis horas da manhã e “o empalador” estava a solta.

Esse era o tipo de coisa que o nosso amigo empalador gostava de fazer com as pessoas. Digamos apenas que ele tinha uma “estaca” própria pra isso…
 
No outro dia fomos para um samba que estava rolando no centro da cidade do Rio de Janeiro e onde iria comparecer, mais uma vez, uma galera gente boa do Couchsurfing. Fomos caminhando até o próximo ponto de ônibus e começamos a ouvir uma buzina tocando. Quando vimos era o bonde que se aproximava e aí, bem, aí trepamos no bicho de qualquer maneira e fomos dar uma volta. O bonde saía do nosso bairro e ia diretamente para o Centro, próximo ao local que estávamos pensando em ir. A melhor parte do bonde é que no final, ele ainda passava por cima dos arcos da Lapa, onde dava pra bater uma fotos legais do centro do Rio de Janeiro.

O bonde cobra 0,60 centavos se você for sentando e não cobra nada caso você vá em pé. Lógico que eu fui de pé.
 
O samba foi até bem legal, mas não pude ficar muito tempo, já que queria dormir cedo pra poder ir pro concurso do dia seguinte. Ainda choveu um pouco o que acabou por dispersar a galera. Foi legal pq fomos para um bar do Rio chamado Mangue Seco, onde pude comer a melhor empadinha de camarão da minha vida. Domingo foi fazer prova e segunda feira de volta ao batente.
Acabou? Bem… a semana ainda promete. Essa semana vai rolar o encontro nacional do Couchsurfing em Curitiba, lógico que eu estarei por lá e lógico que escreverei sobre ele quando voltar. Desculpem o post vir sem fotos que eu tirei, mas é que as esqueci em casa e não queria atrasar mais ainda a postagem.
Aguardem o desenrolar da programação…
Abraços maranhenses