Crônicas de um mochileiro pelos Andes Bolivianos

Às vezes eu fico pensando como a vida pode ser engraçada. Em Brasília, no ônibus, a caminho do aeroporto para começar a minha viagem, subiu um cara para vender algumas coisinhas no coletivo. Como ele era ex-usuário de drogas, parei para escutar. Ele começou falando que não estava nem aí se quase ninguém no ônibus ia se importar no que ele tinha a dizer, dissera que já fora morador de rua e ser ignorado nada mais fora do que sua realidade durante muitos anos. Porém, se uma pessoa ao menos escutasse o que ele tinha a dizer, já valeria a pena. Falou que tinha uma vida normal e estável trabalhando com tecnologia até começar a usar drogas e tudo ir pelo ralo. Quando achava que sua vida estava fadada, membros de uma igreja evangélica o acolheram nas ruas e o levaram a um tratamento numa clínica de reabilitação. Fazia alguns anos que não usava mais drogas e agora retribuía arrecadando recursos para a congregação para que outros pudessem ter uma oportunidade como a dele.Depois iniciou um belo discurso sobre a mensagem de Cristo e da Bíblia sobre amar o próximo, sobre perseverança, sobre nunca desistir de ajudar um outro ser humano ainda que ele esteja em uma situação de extrema vulnerabilidade. Tudo isso, lógico, com poucas pessoas prestando atenção.Aquilo me fez pensar o que aconteceria se ele fosse outro extremo. Se tivesse subido no ônibus com uma bíblia na mão babando sangue e propondo o extermínio de homossexuais ou que todos estávamos fadados ao inferno por alguma bobagem qualquer, se ele fosse basicamente um filhote do Feliciano se não daríamos muito mais atenção para o que ele estava falando. Como nos importamos quando alguns idiotas utilizam a religião para falar as suas asneiras e quase não damos moral quando um cristão, um islâmico, um judeu… falam sobre a mensagem que suas crenças têm a passar sobre amor ao próximo, perseverança, acolhimento, perdão, sobre a batalha diária para ser cada dia uma pessoa melhor, que é a real mensagem que suas religiões apresentam.Bem, porque eu tou falando tudo isso? Comprei o que ele estava vendendo sem ver direito o que vinha no pacotinho, que coloquei na bolsa. No avião, quando estava arrumando minha mochila, pude ver que no saquinho havia, além de algumas balinhas, um batom de cacau e uma lanterna, meio que antevendo duas das coisas que eu mais precisei, e havia esquecido de comprar, quando estive nas montanhas secas e com pouca iluminação elétrica.Se eu fosse religioso, diria que foi Deus que quis me passar uma mensagem, mas acredito mesmo que é bem legal quando a gente ajuda alguém sem pretensão nenhuma e acaba no final sendo ajudado. Lembrou-me Francisco de Assis e seu “é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado”Por uma cidade com menos ódio às crenças alheia e por mais mensagens de amor ao próximo sendo escutadas dentro dos ônibus =)

Meu agradecimento em duas rodas ao Conjunto Nacional

Hoje tive que resolver uns problemas no setor bancário norte e, aproveitando que estava do lado, fui almoçar no Shopping Conjunto Nacional.
Entrei com minha bicicleta no estacionamento do shopping, achei um bicicletário para amarrar a minha bike e quando estava prendendo ela um dos seguranças do shopping veio em minha direção com um tíquete na mão.
Já comecei a ferver de raiva imaginando que eles iriam cometer o cúmulo de cobrar para eu amarrar a minha bicicleta dentro do estacionamento, já fui pensando em não pagar e amarrar a bike no meio da praça de alimentação só de raiva.
Qual não foi a minha surpresa que, Romário (lembro até agora o nome do fiscal, nome de craque), perguntou meu nome, anotou no tíquete, me entregou e falou que aquilo era cortesia do shopping para com os bikeiros. Que depois que eu amarrasse a minha bicicleta com minha corrente, ele iria passar uma segunda corrente por cima e a minha bicicleta só sairia de lá se eu entregasse meu tíquete a ele, que eu guardasse para a minha própria segurança.
Quando fui sair, não deu outra, ele pegou o tíquete, desacorrentou a minha bike, parou os carros e me ajudou sair do estacionamento. Muito legal!
Tíquete da minha bicicleta!
Em uma cidade que cada dia mais parece que baba sangue quando vê alguém de bike na rua, que olha a bike como uma mira para passar com o carro por cima, que não entende que um gordo em cima de uma bike significa um carro a menos no engarrafamento e uma vaga a mais para estacionar o seu carro, que surta de raiva quando vê a gente pedalando a 25 km/h em uma via de 40 km/h, em uma cidade como essa, uma pequeneza dessas de um shopping faz a gente se sentir menos lixo e lembrar que subir em uma bicicleta não me faz menos humano…
Todo mundo acha bonitinho salvar os pandinhas. Porém não só não quer largar o carro de mão como ainda quer ferrar com a vida de quem resolve deixar o carro em casa (ainda que ande bicicleta por preocupação com taxas de colesterol como eu =P)

Vestibular cidadão

Povo, vou aproveitar o espaço no blog aqui e dar um recado pro pessoal que mora aqui em Brasília.

Estão abertas as inscrições para o cursinho pré-vestibular “Vestibular Cidadão”.

Até aí nada demais, né? Milhares de cursinho pelo Brasil inteiro estão abrindo vagas.

Mas então, o que diferencia o “Vestibular Cidadão” e os outros cursinhos de Brasília é o fato de o mesmo ser gratuito!! Sim, brother? De graça, NA FAIXA! Ele é um cursinho pré-vestibular que a galera do meu semestre na UnB (eu fui o primeiro coordenador de física, dá pra acreditar?) montou há uns cinco anos atrás!!

Para participar da seleção basta apenas ser aluno de baixa renda oriundo de escolas públicas ou bolsista de particulares.

Caso haja interesse favor visitar o blog para mais detalhes.

Abraços maranhenses

Sem internet

Galera… vim aqui só pra avisar aos leitores que ainda estou vivo…

Cometemos uma vacilo aqui em casa e esquecemos de pagar a internet, logo a mesma foi cortada 😛

Só estou conseguindo fazer este post neste exato momento porque consigo roubar um pouco da internet de alguns dos meus vizinhos, mas o sinal está MUITO fraco…

Em um ou dois dias a situação estará normalizada.

Enquanto isso, tava pensando em combinar com o Thiagones de reunir a galera que lê o blog pra gente ir tomar umas cervejas no sábado agora. Tem alguém interessado em aparecer? Nos encontraremos no bar “por-do-sol” (408 Norte), provavelmente no sábado, em horário a definir ainda. Quem estiver interessado e quiser comparecer pra conversar sobre detalhes da viagem, bater um papo ou apenas ouvir sobre presepadas e outras histórias mais que não posso publicar por aqui, me dá um ligada. Meu telefone é 913 4914. Só não liguem das 19h às 22:30, porque estarei em aula 😛

Espero que pelo menos uma pessoa me ligue, hahahaha…

Abraços maranhenses

Post de ontem

Galera, desculpa por não ter postado ontem, mas é que saiu o resultado de um concurso que eu havia feito há um tempo atrás e, olha só, fui aprovado 🙂

Como não dava pra ficar em casa, resolvi sair pra comemorar com uns brothers no pôr-do-sol e por isso não deu pra terminar o post 🙂

Mas enquanto estive lá tive uma grata surpresa. Um transeunte chamou minha atenção e se identificou como Fernando, maranhense radicado em Brasília que também lê meu blog. Gente boa demais o cara. Batemos uma foto que eu prometi postar no blog como estou fazendo agora. Depois de dessa me senti tão famoso quanto o Luis Fernando Veríssimo, heheheh.


Não foi como um post passado, mas foi uma grata surpresa!!

Abraços maranhenses

P.s: Galera, tou indo almoçar agora com a Taíze, quando voltar posto sobre minha volta Vasórvia.

Mãe a gente só tem uma


Hoje fomos ao shopping eu, minha mãe e Taíze. Como não tinha bolsos na bermuda, pedi pra minha mãe e pra Taíze pra elas carregarem minha carteira, meu celular, minha digital…
Quando foi agora, tava indo me preparar pra dormir pra fazer o concurso amanhã o telefone daqui de casa toca. Era Taíze desesperada avisando que minha carteira tinha ficado dentro da mochila dela. Entramos em desespero nós dois, já que a prova amanhã é oito horas da manhã e Taíze mora a 30 km de onde estou dormindo (sim, Brasília é insano, cara! Aqui realmente é tudo longe!).
Sem saber o que fazer fui falar com minha mãe:
– Mãe, como a gente faz? Esqueci a minha carteira dentro da bolsa da Taíze. Preciso da identidade pra fazer prova amanhã! E agora? Vamos pegar o carro e ir buscar? Vamos de táxi? Vamos pedir pra Taíze pegar um ônibus amanhã seis horas da manhã pra entregar minha carteira? O que a gente faz, mãe?
– Eu SABIA que isso ia acontecer. Por essas e outras que eu já tinha me prevenido. Sabe aquela hora que eu pedi pra você me emprestar a sua carteira pra eu checar seu cartão de crédito? Então, eu quase que prevendo que você ia esquecer a sua carteira em algum lugar, sabendo que você é esculhambado e desorganizado, surrupiei a sua carteira de motorista e sua carteira de identidade e coloquei dentro da minha bolsa, ia te entregar só amanhã. Toma aqui, elas tão aqui comigo, agora vai dormir…
Me entregou as carteiras e ficou meia hora me esculhambando e me dando sermão dizendo que eu tenho que parar de ser desorganizado… Eu nunca fiquei tão feliz de pegar sermão da minha mãe como hoje. Não tinha como eu ir pra minha prova sem postar isso no blog!!
Mãe, a gente só tem uma. Hahahaha.
P.s: Má, dá carrinho não, Má!

Cheguei…


Galera, não falei antes no blog porque queria fazer uma surpresa pra alguns amigos e para a Taíze. Acabou que já cheguei no Brasil e me pegaram direto do aeroporto pra um rodízio de espetinhos… Mermão, matei a minha saudade de carne, arroz, FAROFA!!!! Éguas, pense num menino que ficou feliz… Enfim, voltei ao Brasil, mas continuo escrevendo, não esqueçam que ainda estou escrevendo sobre o Nepal 🙂

Abraços maranhenses