É de praxe quando você vai mergulhar, que você reserve com um dia de antecedência, haja vista que os caras tem que preparar os cilindros, equipamentos e coisas assim. Como havia chegado em Varadero as 22h, não consegui fazer isso (nem jantar). No outro dia pela manhã, assim que abriu o guichê da agência de turismo, corri para poder tentar reservar o mergulho. Liga daqui, liga de lá e de repente para o busão da galera do mergulho na frente do hotel e eu fui voado falar com os caras. Eles falaram que eu até podia ir, mas tinha que ser naquela hora. Nem fui no quarto nem nada, com a roupa do corpo, pulei dentro do busão. Depois que eu fui descobrir que a gente não iria mergulhar em Varadero, mas sim atravessar toda Cuba, duas horas e meia de ida, mais duas e meia de volta e ir mergulhar na famigerada Baía dos Porcos, onde uma das mais importantes batalhas de Cuba havia sido travada.
Como não havia conseguido tomar café da manhã, fui num boteco que havia do lado do centro de mergulho e comprei um sanduba na mão de uma mulher que, gentilmente, se ofereceu para encher uma garrafa d´água para mim, assim eu não precisaria comprar uma garrafa de água mineral e economizaria incríveis dois reais.
Fui mergulhar e depois do mergulho, iniciou-se o meu inferno astral. Meu estômago começou a dar voltas e mais voltas. Mais ou menos como gatos lutando dentro dele. E aí? O que será que havia me feito mal? A água? Fui muito fundo no mergulho? Como eu não sabia se o problema era de estômago, circulação ou o que for, tive que descer a escala máxima de precaução e lá estava eu em um hotel all inclusive, bebendo água e comendo frutas. O hotel tinha bar na praia, bar na piscina, bar 24 horas no hall. Tinha rum, cerveja, uísque, vodka e coquetéis a rodo (pina colada, mojito, cuba livre…).
E os caras do hotel resolveram apelar viu? Adivinhando que eu estava passando mal, a cozinha resolveu bagunçar com minha cara. Brother, era camarão, era carne de vaca (que é muito difícil de achar em Cuba), diversas variações de queijo, sobremesa, cerveja a rodo e eu lá, comendo mamão e tomando suco de laranja.
A noite a russaiada pegava as garrafas de vodka, bebia no gargalo, fazia zoada, literalmente tomava banho, um jogando vodka na cabeça do outro, na maior farra, mais ou menos como você imaginaria o comportamento dentro de um barco viking. Me senti em um daqueles filmes americanos quando aparece a máfia russa. E eu bebendo água mineral no balcão. Sem gelo, pois a água do gelo não era mineral.
Como quando você está mal do estômago, o mais recomendável é beber bastante água, fui no balcão pedir uma garrafa d´água para eu levar para o quarto. O barman me falou que não podia me dar uma garrafa, mas se eu quisesse, havia uma jarra térmica no quarto, parecida com uma garrafa de café e que eu poderia encher de água e levar pro quarto. Ele só falou para mim assim “a jarra é aquela ali” e apontou pra um finlandês do meu lado enchendo a dele com rum.
E foi isso. Eu fiquei ali em um resort all inclusive e não pude comer nada, uma noite porque fui mergulhar e outra porque passei mal. Me senti como um episódio do Chaves quando o Quico pergunta para dona Florinda se pode ir tomar banho na piscina e ela responde: “Pode, Tesouro, só não pode se molhar”. No resort todos estavam encharcados e só eu seco como um balde de farinha no meio do Saara.
Mas economizei incríveis dois reais evitando comprar uma garrafa de água mineral!
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