Pousada Bonaparte, o terror de Maceió.

Assim, mas o que mais se destacou na nossa viagem foi a pousada que ficamos. O que, ela foi legal? Isso, um lugar perfeito pra você se hospedar se quiser se irritar. Ou hospedar aquela sogra ou seu cunhado folgado. Cara, sem noção! Eu posso falar pra você com conhecimento de causa, afinal, já fiquei em diversas pocilgas no mundo inteiro. Mas essa pousada me deixou impressionado, se destacou. Uma coisa é você ficar num bangalô decrépito em uma ilha da Tailândia como o vídeo abaixo:
Mas aí você entende, é uma região isolada em um país não muito rico e você, by the way, tá pagando 6 reais por noite pra ficar em um quarto sozinho. Outra coisa é pagar 28 reais em uma pousada na quinta maior cidade do Nordeste, com toda a infraestrutura necessária, em um quarto com mais OITO camas e UM BANHEIRO e, bem, não ter direito nem a um colchão. Sim, isso mesmo que você leu! Não havia SEQUER COLCHÃO no nosso quarto! E a gente dormia em que¿ Bem, era tudo menos em um colchão. Cara, aquilo era algo entre uma espuma e uma caixa de ovos. Dá só uma olhada no que dormíamos:
Primeira foto
Bicho, sério, eu já cheguei a pagar um dólar pra dormir em duas pessoas no Nepal quando viajava com a CoraçãoGelado. O quarto não tinha nada, mas pelo menos tinha malditos dois colchões pra podermos deitar em cima. Qualquer lugar que eu viajava, seja na Ásia, seja no inferno, eu sabia que o lugar que iria ficar não poderia ter muita coisa, mas um colchão era o mínimo que eu TINHA CERTEZA que iria conseguir. Colchão é o mínimo que você pode colocar um ser humano pra dormir, abaixo disso você vira, sei lá, um cavalo ou uma geladeira sendo transportada em um caminhão, mas  não um ser humano. Cara, sério mesmo, aí vai mais uma foto, diz se não parece uma espuma que a galera utiliza pra poder colocar embaixo de geladeira em caminhão de mudança.
Sim, a gente dormia em cima disso
Pera, não para por aí. Além de todo esse conforto de dentro dos quartos, ainda tinha o atendimento. Cara, o dono do lugar, um francês, era muito, mas MUITO ignorante! Bicho, chegou um momento que eu achava que ele imaginava me fazendo um favor e não prestando um serviço. O bicho era ignorante! Mas era grosso que só parede de igreja. Você ia perguntar uma coisa pra ele, ele te respondia com sarcasmo e com uma grosseria que nos impressionava. Só pra vocês terem uma ideia, segue um diálogo que eu tive com a simpatia:
– Oie amigo, tudo bom¿ Então, só agora que eu fui perceber, as suas tomadas já são naquele novo padrão de três furos e o carregador do meu celular é no de dois furos. Tu não terias um adaptador pra eu carregar meu celular não¿
– São cinco reais amigo.
– Cinco reais por um “T”?????
– São cinco reais amigo.
– Brother, acho que eu não tou sendo tão claro, eu não quero comprar, eu tou querendo usar só por uma hora pra eu poder carregar meu celular.
– São cinco reais, amigo.
– Cara, peraí! Será se a gente pode ter um pouco de bom senso aqui¿
– São cinco reais, amigo.
– Cara, eu tou hospedado aqui! Eu tou PAGANDO por esse lugar!
– Amigo, comecei a vender depois que eu emprestava e depois ninguém me devolvia.
– Deixa eu ver se eu entendi. Você tá alegando que eu posso roubar o seu T?
– São cinco reais, amigo! – e virou de costa e me deixou falando sozinho.
Cara, aquilo me deixou tão, mas tão revoltado! Porra, eu tava pagando pra ficar na pousada do figura e o cara tava me “usurando” um adaptador! E ainda me chamou de ladrão! É por essas e outras que eu falo! Cara, se for a Maceió, NÃO SE HOSPEDE na Pousada Bonaparte. Eles, a Pousada Bonaparte, se aproveitam de pessoas que fazem reservas pela internet, que não tem conhecimento de como é aquela pocilga, pra poder cobrar o que querem e prestar um serviço como aquele. Cara, vou gastar um certo tempo da minha vida, mas vou fazer o que puder pra fazer com que ninguém volte a ter uma experiência desagradável como a que eu tive. Vou visitar todos os fóruns de mochileiros, albergues, o que for! Mas esse maldito “T” vai sair bem mais caro pra aquele francês ignorante do que ele pode imaginar. Ele vai aprender que as vezes o barato pode sair bem caro 😉
Caso queiram saber o site do pardieiro, é só clicar no link abaixo:
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Noite de UFC

Em Maceió, a carne é “do sol” mesmo.
Uma noite antes de irmos para Maragogi ia rolar aquela porradaria entre o Cigano e o Cain Velasquez que o Cigano ganhou por nocaute. Na hora isso me remeteu aquela história de quando eu fui ver uma luta entre o Wanderlei Silva e o Chuck Lindell em Santa Bárbara, pois estávamos em uma cidade diferente procurando uma TV pra ver o pau comendo. Marcamos com um amigo que estava em outro hotel mais grã-fino e fomos lá pra poder ver a luta acreditando que um hotel mais caro iria ter uma assinatura do canal Combate. 

Quando chegamos lá não acreditamos quando vimos que o hotel só tinha TV aberta. Bateu um certo desespero quando vimos que a luta estava pra começar e não tínhamos onde ver. Resolvemos fazer o que era certo numa situação como essa. Saímos, literalmente, correndo do hotel em busca de qualquer bar, restaurante, pocilga, prisão, o que fosse, que tivesse transmitindo a luta ao vivo para podermos ver. Lembrei da final da Eurocopa que queria ver quando estava no Vietnã e tivemos problemas semelhante pra poder achar um bar (link aqui).
Dez malucos correndo que nem loucos pela cidade e nada de achar uma TV transmitindo a luta. Quando estávamos próximos a desistir, ouvimos um grito do mais exaltado do nosso grupo e fomos ver o que era. Sim, ele havia achado o nosso eldorado!!! Corremos feito loucos pra poder ir ver a luta.
Chegando lá, ficamos de boa e pedimos uma cerveja. A luta principal ainda ia demorar pra começar. Como tava com um pouco de fome resolvi pedir uma picanha pra comer enquanto esperava. Enquanto isso, o nosso brother, mais conhecido como “neguinho”, começou a conversar com dois cabras GIGANTESCOS sentados na mesa ao lado sobre MMA e ficou logo brother dos bichos. Papo vai, papo vem, começa a luta principal. E nada da minha picanha chegar. Quando soou o gongo e o Cigano começou a trocar tapa com o cara, minha picanha chegou. Rapaz, mas foi eu pegar o garfo e a faca pra comer minha picanha pro Cigano dar uma bolacha na oreia do pobre e ganhar a luta de nocaute. Fácil como roubar doce de criança. Rapaz, pra que¿ “Neguinho” se abraçou com os cabras e começou a pular e a comemorar que nem uma criança (sim, ele é fã de MMA). Meu amigo, quem disse que eu consegui ver o nocaute¿ Os bichos começaram a pular e vir pra cima da minha mesa e eu a me desesperar de ver minha picanha indo pros ares. Depois de muito “Cigano deu no cara” de um lado e muito “Meu Deus, olha a minha picanha!” ficou tudo bem no final.Só consegui ver o nocaute lá pro terceiro replay…
 
Maragogi

No outro dia fomos para Maragogi, uma reserva natural de corais em Alagoas. Cara, vi algumas fotos na internet e realmente fiquei maravilhado com o lugar. Maragogi era de longe o lugar que eu mais esperava visitar quando estava para ir para Alagoas. Se liga nas fotos aí embaixo.
Fomos lá e você não tem ideia. Todos aqueles corais, aquela água azul, aquele céu… Nossa Maragogi foi uma… uma… deixa eu achar a palavra certa…. Maragogi foi uma merda. Puta que pariu, que decepção da porra. Primeiro que o lugar é CHEIO de gente, gente pra todo lado e fazendo barulho. Comecei a nadar um pouco afastado do pessoal pra ver se eu conseguia ver uns peixes e ainda assim tinha pouca coisa. Os poucos peixes que haviam por lá eram sem graça e a diversidade era mínima. Nossa, que decepção, acho que é hora de eu dar uma volta em Arraial do Cabo novamente (link aqui)… Legal mesmo de Maragogi foi só no caminho ir conversando com o guia da van. O bicho era engraçado e foi me contando as história dele de como era a vida no interior de Alagoas há uns vinte anos atrás. Diz ele que veio de um interior onde os principais utensílios domésticos eram um par de cadeiras na porta, um fogão a lenha pra fazer comida e um revólver no bolso pra qualquer eventualidade. Mas assim, com uma naturalidade como quem te pede um copo d´água. Falou que a cidade dele era terra sem lei mesmo e que ele passou uns dois anos assim sem nunca ter sido preso. Eu, claro, perguntei:


Única foto decente que bati de Maragogi..
– Mas a polícia, não te tomava essa arma não?
– Ah, cara, trabalhador assim eles não enchiam o saco não. Sabiam que eu era gente boa e por isso não me perturbavam.
É, inversão de valores é conosco mesmo. No interior de Alagoas, pai de família anda com arma no bolso e não se fala mais nisso =)

Maceió

Esses dias viajei com uns amigos pra Maceió. Aproveitamos que tivemos uma folga aqui em Brasília e uma galera, em peso, resolveu comprar passagens e descer pra lá. Não foi a minha primeira vez na capital de Alagoas, mas com certeza foi a que eu gastei mais tempo conhecendo as atrações que existem próximas a cidade. Digo ao redor da cidade pq Maceió em si não tem muitas atrações. É uma capital do Nordeste como outra qualquer, com algumas coisas legais pra fazer, mas nada muito extraordinário. Tirando uma ou outra estátua do Marechal Deodoro da Fonseca, que parece ser o maior herói da cidade, não existe muito o que olhar.


Aê… Olha o nome do barco!!

No primeiro dia fomos para a praia do Francês, que até parecia ser uma boa praia, pena que choveu o dia inteiro e não deu pra curtir tanto. Eu ainda tentei alugar uma prancha e surfar, relembrando os bons tempos que morava na Austrália, mas percebi que estou demasiadamente enferrujado! Depois de tomar um caldo atrás do outro, achei que seria melhor devolver a prancha antes que eu terminasse por me afogar. Ainda bem que não avisei ninguém da galera que estava indo surfar, bom que não passei vergonha. Voltei cedo pra pocilga que fiquei pra poder dormir logo, já que no outro dia acordaríamos BEM cedo pra poder fazer o passeio da Foz do Rio São Francisco.



Confessa, todo mundo tem uma dessas…
Foz do Rio São Francisco
 
Inicialmente eu planejava fazer um passeio aos cânions do Rio São Francisco, que ficam na fronteira entre os estados de Alagoas e Sergipe. Cara, o lugar é muito lindo e muito da hora! O grande problema é que é longe de Maceió e infelizmente não deu pra irmos pra lá. Tivemos que nos contentar em ir a sua foz (foz é onde o rio encontra o mar), pois era bem mais perto. Fechamos com uma agência e os bichos foram nos pegar na porta da pousada. Quem foi dirigindo a van foi um motorista que fazia as vezes de guia turístico e que, diga-se de passagem, era MUITO engraçado. O bicho era bem figura e viajar com ele era dando risada durante boa parte do caminho.
                     No caminho ele foi mostrando algumas curiosidades da cidade de Maceió. Passamos do lado de um “cinturão verde” e ele foi nos explicar o que era. Apesar de todo o apelo ecológico que eles queriam transparecer, aquele “cinturão verde” foi feito ao redor de um fábrica de corrosivos para que, caso ocorresse um vazamento, pudesse primeiro atingir esse tal “cinturão verde” antes de causar algum tipo de problema para seres humanos. Idílico não? Pois é, se isso é verdade ou não, ele depois mostrou o verdadeiro “cinturão humano” que existia ao redor da fábrica também. Ele não soube informar se era uma invasão ou se foi a própria fábrica que concedeu aquilo, mas ao redor da indústria existiam diversas moradias precárias com várias famílias morando. Diz que aquelas pessoas moravam lá e por motivos de segurança foi colocado um alarme caso algum vazamento ocorresse para que as pessoas “corressem” caso houvesse algum tipo de problema. Isso, não é que havia um plano de socorro ou resgaste dessas famílias, o que havia era um alarme e “dá no pé, cabra!”, “corre pra aquele lado”. Segundo o guia, seis meses atrás o alarme foi tocado e foi uma correria danada pra tudo que foi lado. Imagina a situação, cara, você tá ali de boa em casa, vendo o seu Faustão, todo serelepe e, DO NADA, soa um alarme. Vazamento de uma indústria de CORROSIVOS!!! Meu amigo! Deve ter gente correndo desse alarme até hoje! Depois que se descobriu que foi um alarme falso. Foi brinks. Simples, né? Todo mundo de volta pra casa e finge-se que nada aconteceu. Esses estagiários que ficam tocando o alarme…



Tamanhozinho do pastel, meu brother!
Outra curiosidade que nos foi proporcionada também foi que pudemos ver no caminho uma estátua do Marechal Deodoro da Fonseca (mais uma) em cima de um cavalo. E, vejam só, como vocês iam morrer sem saber disso! O cavalo do Marechal estava com as quatro patas no chão. E daí? Bem, e daí que isso significa que ele havia morrido de causas naturais. Se o cavalo tivesse com duas patas levantadas, significava que ele havia morrido em batalha, e apenas uma pata no chão, que ele havia morrido em ação (não me pergunte a diferença entre ação e batalha porque eu não tenho a mínima ideia!). Interessante, né? Tem coisas que só esse blog sabe fazer você descobrir! Preste atenção nas patas dos cavalos das suas cidades e surpreenda seus coleguinhas com todo conhecimento adquirido aqui!
Outro banho de cultura que nos foi proporcionado foi sobre os motéis lá de Maceió. Segundo o guia, lá em Maceió tinha uma região de motéis que era conhecida como “você que sabe”. Isso vinha da história de quando você perguntava pra alguma menina pra onde ela queria ir e ela respondia “você que sabe”, você já sabia onde levar ela. Depois não tinha desculpa que vc foi pro lugar errado. E sim, havia um motel lá com esse nome, pena que passamos rápido e não deu pra bater foto. Mas que eu achei o nome engraçado, achei…

Tá, eu nunca fui bom com protetor solar mesmo..
Depois de todo esse banho de cultura, chegamos à última cidade antes da foz para poder pegar o barco em direção à foz. Era a cidade de Piaçabaçu e junto com o barco vinha uma guia. Rapaz, mas a vontade que a gente teve foi de jogar a guia na água, viu¿ Eita, mas aquela mulher falava… Nos brindou com mais conhecimento que eu até hoje não sei como consegui viver sem. Pra começar, lá foi filmado o filme “Deus é Brasileiro” (ótimo filme por sinal) e ela ficou toda se gabando por conhecer diversos atores globais. Morri de inveja ali na hora, tudo o que eu mais queria era uma foto com o Antônio Fagundes, não sei como vou viver sem nunca tê-lo abraçado! Depois ela nos brindou com a inestimável curiosidade, que ela contava com um indescritível orgulho, que Piaçabuçu era, pasmem, a única cidade do Brasil que era ESCRITA COM DUAS CEDILHAS!! Sim, amigo, é isso mesmo! Vocês conseguem acreditar? Pois é verdade, é a única cidade do Brasil escrita com duas cedilhas! Você acha que é pouca coisa? Pois você tinha que ver o orgulho que aquela menina falava da cidade dela! Mas enchia a boca pra falar disso!
A foz é um lugar bem bonito. O mais interessante de ver era um farol que ficava suspenso no meio do rio. Perguntamos o que era e nos foi dito que aquilo foi tudo que sobrou de um povoado que existia do lado da praia. Diz que de uma hora pra outra o mar começou a encher, encher, encher e tomou todo o povoado, só deixando como resquício aquele farol. Se tivesse algum ecochato no barco já ia gritar que era aquecimento global, mas, felizmente, esse ponto não foi tocado.
Tomamos um banho e voltamos pro barco. Cara, mas que peça. Bicho, todo mundo pregado e cansado de horas de exposição solar e banhos de rio e a mulher não parava de falar. Mas, mlk, sério mesmo, a mulher parecia uma metralhadora! Tudo o que você mais quer quando está fazendo uma viagem pra relaxar e espairecer é uma mulher que não para de falar besteira e se gabar porque tem fotos com atores globais…