Nepalês fanfarrão

Do Palácio dos Leões para os leões da Suécia!

No sábado eu ainda animei de tentar sair, pois encontrei com uma amiga da UnB que fazia intercâmbio pela Suécia e com o amigo dela, brasileiro também. Conversamos, demos uma volta, mas vimos que nem ia dar pra fazer nada mesmo. Pegamos uma cerveja em um barzinho (oito dólares) e ficou por isso mesmo.

Eu e a Belle em Estocolmo

O massa de ter encontrado esse cara, de nome Felipe acho, foi só uma história que ele me contou. Eu expliquei pra ele que estava viajando pelo mundo e havia passado pela Índia e pelo Nepal. Ele me contou que havia morado com um nepalês e que havia sido a PIOR experiência da vida dele. Como havia acabado de conhecê-lo, fiquei pensando: – Pô, esse cara deve ser muito fresco ou coisa do tipo! Conheci vários nepaleses e os caras eram gente boa demais! Esse brasileiro deve ser um daqueles playbozinhos baratos e por isso ficou frescando com o cara. Nada a ver esse cara!

Depois ele me contou a história. Fica a cargo de vocês julgar.

Ele me falou que toda vez que esse nepalês saía do banheiro e Felipe (acho que era o nome do brasileiro que me contou a história) ia usar, a pia do banheiro tava um verdadeiro estardalhaço! O banheiro fica parecendo uma parque aquático. Água na pia, água no chão, água no teto, água nas paredes, enfim, água pra tudo que era lado! Brasileiro fresco, né? Ficar se preocupando com isso. Ele ia lá e enxugava a bagunça que o nepalês fazia. E isso foi durante semanas até que um dia o Felipe não agüentou mais e foi falar com o cara porque diabos esse figura SEMPRE deixava a pia mais molhado que pintinho na chuva. Se liga na resposta do cara:

– Pô, velho, desculpa, mas é que eu ainda tou me acostumando com o banheiro de vocês aqui do Ocidente. Aqui é complicado demais usar o banheiro! Lá no Nepal, assim que você termina de usar o vaso sanitário tem uma torneirinha do lado, bem baixinha, que é pra você “se limpar”. Aqui não! Aqui a torneira é muito longe do vaso e muito alta! Eu ainda tou pegando o jeito de como fazer pra me limpar nessa bacia branca de vocês! Ela é melhor pra sentar, mas às vezes eu fico com medo dela quebrar!

Exemplo de um banheiro estilo nepalês. Detalhe para a famigerada torneirinha ao lado e também para o fato de que o sanitário tem a mesma cor que nossa pia. 

Sim, se você conseguiu entender, o cara realmente fazia o que você está pensando nesse exato momento. O cara toda vez que ia usar o vaso sanitário, baixava as calças, “obrava” e no final ENFIAVA A “POUPANÇA” DELE DENTRO DA PIA, SENTAVA NA MESMA, E USAVA A TORNEIRA!! Sim, amigo!! Imagina a cena!! Imaginou? Agora imagina o cara fazendo isso na pia da sua casa! Aquela que você escova os dentes TODOS OS DIAS!?!?!?!? Sim! Aquela que você coloca a pasta na escova, a pasta cai na pia e você, mais do que veloz, vai lá e cata da pia pra depois colocar na boca? Hahahaha Pensando bem, eu até que dou razão pro menino, né? Imagina, cê nunca usou um banheiro ocidental antes, quando vai usar olha aquele negócio branco, parecendo uma “forma de bunda” com uma torneirinha, você vai pensar que serve pra que? Pra lavar a mão? Me poupe, né!! Por essas e outras que eu tou até pensando em escrever num papel e colar em cima da pia daqui de casa em inglês “Favor não limpar a bunda”. Sei lá, aparece tanto estrangeiro doido aqui em casa.

E fica a cargo de vocês julgar se o Felipe era fresco ou não. Hahahaha

 Resumo da vida na Suécia 

No mais foi isso, cara. A minha Suécia foi basicamente isso! Devido aos preços extorsivos em todos os lugares os outros dias eu nem saí mais de casa! Pô, só pra dar uma volta no centro eu pagava DOZE DÓLARES de metrô! O preço pra sair de casa era o preço da entrada de uma boa balada aqui no Brasil. PRA SAIR DE CASA!


Metrô caro + um povo extremamente educado e rico =? Tcharam! Pessoas pulando a catraca, NA MAIOR CARA DE PAU, no melhor estilo “povão depois de jogo no Maracanã”! E você aí achando que essas coisas só aconteciam no Brasil, héin?

Os outros dias eu só fiquei mesmo foi curtindo a minha casa cinco estrelas. Passava o dia jogando Nintendo Wii (pô, o cara tinha Mario Kart e eu PIRAVA jogando online!) e conversando com o Magnus que era um cara inteligentíssimo. Pra falar a verdade eu aprendi muito com ele acerca da Suécia.

Essa é a residência oficial do primeiro-ministro da Suécia. Se liga na segurança ostensiva! Guarda pra tudo que é lado, né? Eu quase fui lá e bati na porta perguntando pelo primeiro-ministro pra saber se isso era verdade mesmo. Dá pra acreditar, cara? Até a casa da minha avó tem mais aparato de segurança do que esse prédio!

Trocando em miúdos. Estocolmo é uma cidade em que, se você não for lá pra trabalhar e morar, é burrice ir para fazer turismo! Não vale a pena o que você gasta! Estocolmo não tem nada demais! É apenas uma cidade como todas as outras.

Pra não dizer que não tinha nada, tinha um guardinha gordinho dando uma olhada por lá.

Resumo da Suécia pra mim? O que mais eu fiz por lá? Mario Kart online e nada de Suecas Quentes…

Abraços maranhenses

Só um comentário

Anonymous Anonymous said…

crente que vc ia se dar bem com uma sueca quente uhhhh e agora me veem com um sueco quente que paga tudo pra vc cara??o maluco tem razao…toma cuidado…heehe…

1:53 PM

Não vou te menti não, eu ri MUITO desse comentário acima!! 

O cara teve as manhas até de botar o “uhhhh” depois..


UHAEUHAEUHAEUHAUEH

Presepadas na Suécia

Acho engraçado como as pessoas devem estar no anseio de me ouvir falar das presepadas que ocorreram em território sueco. Não tiro a razão, afinal, desde que eu comecei este blog que eu falo de “suecas quentes”. Rapaz, mas acho que o mais engraçado de tudo que ocorreu na Suécia, a única presepada em si, foi não ter ocorrido presepadas lá!

Se alguém ainda tem preocupação de como anda nossa imagem fora do país, não se preocupe. Estamos sendo muito bem representados na Escandinávia exportando música de qualidade.

Por quê? Pô, não vou mentir pra vocês não! Será se alguém achou que eu quando coloquei Estocolmo dentre uma das minhas paradas na Europa o fiz isso porque queria conhecer um país com alta qualidade de vida? Respirar um pouco dos ares da Escandinávia? Passar um pouco de frio? Que nada, brother! Eu, assim como todo cidadão normal iria, fui pra Estocolmo mesmo foi pra ver Suecas Quentes! (uuuhhh!). Assim que cheguei ao aeroporto, assim que comecei a dar um rolê por lá, duas das mais características particularidades da Suécia se fizeram presentes, as minas, LINDAS, andando pelo aeroporto e a ferroada do “Custo Suécia” no metrô.

Suecas quentes (Uhhhhh..) aleatórias no metrô

CLAUDIOMAR, O TERROR QUE VOA NA NOITE

Cheguei numa quinta feira à Suécia. Quando foi na sexta, claro, já tava louco para sair. Pela cara de nerd do Magnus (ou de pedófilo tarado como a galera escrachou o coitado nos comentários do post passado. Pô, galera! Respeito, o cara só foi gente boa! Hahah), vocês devem ter deduzido o mesmo que eu, ele realmente não parecia ser um cara da noite. Devido a isso procurei uma galera do Couchsurfing que estava pela cidade e marquei de sair com eles. Couchsurfing é uma maravilha pra isso, brother. Postei na comunidade da Suécia que queria sair, marquei com uns três ou quatro gatos pingados na praça principal de Estocolmo e, DO NADA, apareceram umas VINTE pessoas! Hahah. Com o Couchsurfing você nunca está sozinho!

Qual a maneira mais fácil de roubar uma bicicleta? Quebrando o cadeado? Serrando a corrente? Claro que não! Isso é coisa pra frutinha! Macho que é macho tenta  roubar é arrancando chão e tudo!

Demos um rolê pela cidade e começamos a procurar uma balada pra entrar. Andamos, andamos e nada! Depois de um tempão achamos uma balada que parecia estar massa e todo mundo decidiu entrar. Na bilheteria já veio a ferroadazinha, 25 dólares pra entrar, NO SECO, sem direito a nada lá dentro!Não é possível, é muito caro! – Ficamos pensando. Vamos tentar em outra balada. Fomos em outra, o mesmo preço. Em outra, 30 dólares. Outra, 25… E por aí vai. Depois de uma verdadeira Via Sacra sueca, a galera acabou decidindo entrar na primeira balada de 25 dólares mesmo, a que parecia a mais barata. O que eu fiz? Mermão, me despedi da galera e voltei pra casa, a primeira noite já era. Por quê?Pô, brother, o último metrô de volta pra casa partia só até meia noite e meia. Como eu já tinha pago o tíquete de ida e volta (que custou módicos 12 dólares), se eu entrasse na balada eu teria que pegar um ônibus que só passa uma vez por hora pra voltar pra casa (mais 8 dólares). Além disso, perguntamos na porta e uma cerveja na balada saía pela bagatela de DEZ dólares! Já fez as contas do investimento pra poder investir em uma Sueca Quente? Dez dólares + Vinte e cinco dólares + Vinte dólares (digamos que você precise pagar uma cerva pra mina e vai pegar outra pra você?) = 55 DÓLARES!! Mermão!! Isso tomando só UMA CERVEJA! Cara, tem coisas que o dinheiro não compra, mas tem outras que o dinheiro compra, mas está longe do meu orçamento! Essa grana que eu gastaria em uma noite, eu gastava em uma semana na Tailândia.

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Couch em Estocolmo

             Cara, vou te dizer, tive sorte, viu?

O meu couch em Estocolmo foi aquilo que chamo de “couch cinco estrelas”. Magnus, o cara que me hospedou em Estocolmo, era novo no couchsurfing (isso é muito bom, porque geralmente as pessoas que estão começando são mais atenciosas) e MUITO gente boa. Além de tudo, como se já não bastasse, a casa do cara parecia mais era um hotel!

Pra começo de conversa, tive um quarto só pra mim! Uma cama limpa, com lençóis limpos e um travesseiro que não cheirava a mofo. Pode parecer pouco, mas é bom lembrar que eu estava chegando da Índia, né parceiro? A casa do Magnus era tão high-tech que no quarto dele tinha uma TV de plasma só pra ele e na sala uma outra de plasma IMENSA pra galera! E EU NÃO ESTOU EXAGERANDO! Pra melhorar ainda mais a história, possuía um Nintendo Wii, com mais quatro controles e Mario Kart! Preciso de mais alguma coisa, brother?

Tvzinha de plasma da sala

Mas tem mais! Quando cheguei à casa dele, ele conversava com um amigo na varanda que estava sendo hospedado na casa dele também. Foi só eu chegar, largar minhas coisas no quarto que ele mostrou que eu iria dormir pro cidadão me perguntar o que eu queria comer. A resposta não foi outra, né? – Brother, eu ACABEI de chegar da Índia. Me dá um pedaço de carne pelamordedeus! Fomos para o supermercado e lá já comecei a sentir o choque do “efeito Suécia”: O quilo de carne custava mais de dez dólares! Quando ele me viu na sessão de carnes, tentei desconversar e falar que queria comer frango (pombas, brother! Carne era muito caro! Eu não ia ter dinheiro suficiente pra poder rachar o supermercado com ele). Ele nem quis conversa, falou que agora que eu tinha falado que queria comer carne, deu vontade nele de comer também e o bicho acabou pegando um pedaço IMENSO de um dos cortes mais nobres (parecia ser picanha) e jogou dentro do carrinho de supermercado. No caminho para o caixa, o bicho não parava de jogar coisas dentro do carrinho: chocolates, legumes e verduras, cervejas, guloseimas e o caramba! Comecei a pensar que foi uma péssima ideia ter ido para o supermercado com ele, haja vista que se eu fosse sozinho, ainda que não tivesse alguém pra rachar a conta, eu iria gastar MUITO menos! Malditos suecos, acham que só porque são ricos podem sempre humilhar os pobres mochileiros latinos! Quando chegamos na fila do caixa, Magnus, não satisfeito, num golpe de misericórdia, ainda pegou uma pancada de caixinhas de “Tic e Tac” (ao valor de US$ 1, cada) e jogou em cima da esteira do caixa. Eu sei que não foi muita coisa, mas foi o último prego no caixão de um maranhense que agonizava sem grana.

Meu quarto na casa do Magnus

Quando tudo passou e veio a conta (não lembro quanto foi, só sei que foi cara pra cacete!), Magnus só tirou o cartão do bolso dele e falou: – Crédito, por favor! Ãhn? Como assim? Ele ia pagar tudo SOZINHO? Sim, cumpade! Nem acreditei, o cara pagou a conta e falou que não era pra eu me preocupar, já que “eu era seu convidado”! Diante do preço da conta, nem me animei a fazer aquele joguinho do “não, amigo, mas me deixa pagar ao menos uma parte”. Tá louco? Resolvi nem arriscar, hahahaha.

Só sei que quando chegamos em casa ele falou que eu poderia comer o que quisesse. Que comesse sem pena! Cabra safado esse!

Pombas, o couch do Magnus foi um dos melhores que pude experimentar. O cara era gente boa demais e, acima de tudo, me serviu de comida o máximo possível em um dos países mais caros do planeta. Se não fosse ele, com certeza essa Suécia teria sido muito mais difícil do que foi.

Magnus (o gordinho de camisa rosa), eu e um brother que ele hospedou enquanto estive lá momentos antes de eu ir pegar meu avião para a Polônia

Galera, vou parando por aqui. Hoje, mais uma vez, ocorreu uma série de imprevistos e não consegui terminar de escrever tudo. Mas podem ficar tranqüilos, amanhã termino de escrever sobre Estocolmo e posto as presepadas 🙂

Abraços maranhenses

Saindo da Índia, caindo na Suécia! Que choque!

Demorou, mas depois de tanto tempo pisava em “Canaã, a terra prometida”. Encontrava-me no país com maior concentração de suecas quentes por metro quadrado (Esqueça os intermediários, corra para o fornecedor!)!

Suecas quentes!! Uhhhh!

Cara, a Suécia é um país impressionante! É supimpa como tudo por lá parece funcionar, como tudo é tão limpo. Imagina o choque de civilização que tive quando entrei no avião em Deli, na Índia, e saí do avião em Estocolmo, na Suécia? Saí de uma realidade de um dos países mais pobres e caóticos do mundo, com tudo sujo, esgoto a céu aberto, crianças esmolando, trânsito caótico, pra um dos países mais ricos e organizados do planeta! Cara, imagina como era a cena?! No aeroporto de Estocolmo, as pessoas não gritavam incessantemente “táxi, táxi, táxi” no seu ouvido, as pessoas eram educadas e, a melhor parte, ninguém tentava te roubar no preço quando você comprava algo. Isso claro, dependendo do seu conceito de “roubar” já que um lanche no Mc Donald’s em Estocolmo, uma das “refeições” mais baratas possíveis, custava DOZE DÓLARES! Pensando bem, acho que era melhor ser roubado antes. Na Índia pelo menos você poderia negociar com o ladrão!

Saí daqui
E caí direto aqui. Nem dá pra sentir a diferença, né? Fala aí, se eu não falasse vocês nem iam notar!

E como tudo é tão caro! Logo na chegada do aeroporto deu pra receber uma “ferroada” do “fator Suécia” e conhecer o já lendário custo de vida sueco que tanto pavor e pânico costuma disseminar entre os mochileiros! Só pra pegar um singelo metrô, que em Brasília custa “módicos” dois reais, do aeroporto pra casa do figura que ia me hospedar tive que pagar DEZ, reais? Não, DEZ DÓLARES!! Sim!! Dez dólares pra ir de metrô, não de táxi, pra casa do cara que ia me hospedar. Barato, né? “Ah, Claudiomar, mas isso é porque você estava saindo do aeroporto e aeroporto sempre é caro”. Ah é? Então toma! Sabe quanto era pra ir ao centro e voltar da casa do brother que me hospedou em Estocolmo? Módicos DEZ DÓLARES!!! Pelo menos era ida e volta, né? O aeroporto era só ida, hahaa. INSANO! Melhor de tudo foi o nome da minha estação de trem. Se liga no diálogo entre mim e o cara do balcão do metrô:

– Bom dia, senhor, que linha devo pegar pra descer na estação de Bálstra?

– Como, senhor?

– Bálstra?

– Bálstra? Não há nenhuma estação com esse nome. Posso ver como se escreve?

– Claro, essa aqui ó!

– Ah, você quer ir para a estação de Bostra?

– Bostra?? Como é que é, siô? O siô tá é de sacanagem com minha cara? É Bostra mesmo o nome do lugar? Arf… ok… vou indo, espero que esse lugar não seja uma Bostra (desculpe pela piada infame, não tinha como não resistir!).

Dá pra acreditar? O nome do lugar que fiquei em Estocolmo chamava-se Balstra, mas lia-se “Bostra”!! Hahahaha. Fica até complicado pegar uma mina na balada assim, não? Imagina o diálogo:

– Vamo lá pra casa? Tem um cantinho aconchegante pra nós dois…

– Onde você mora?

– Bostra!

– Er… não vai dar, amanhã tenho que acordar cedo pra fazer exame de sangue!

Sobre a parte econômica e geopolítica da Suécia. A Suécia é um país que faz parte da União Européia, mas, assim como a Inglaterra, não faz parte da chamada “Zona do Euro”. O que isso quer dizer? Quer dizer que a Suécia, assim como a França e a Alemanha, também adotou a livre movimentação de capitais e pessoas dentro do seu território (como já expliquei antes, não há postos de imigração entre a Suécia e nenhum país membro da União Européia), mas não adotou o euro como moeda corrente. A moeda ainda corrente na Suécia é a coroa Sueca que detém uma taxa de câmbio de mais ou menos 2 dólares = 10 coroas suecas.Outro fator que eu achei interessante é, ô paisinho pra ter gente louca, viu? Na Suécia parece que TODO MUNDO é louco! Mermão, por onde você anda, você vê adolescentes com cabelos coloridos, espetados, raspados… Parece que a sociedade por lá é muito liberal. Além disso tem o outro fator que eu achei MUITO interessante. Cara, como tem casal gay andando pelas ruas de lá, viu? Parece que todo mundo é gay! Você vê mais casais gays abraçados nas ruas do que casais héteros. Depois os caras não sabem por que ninguém mais tem filho naquele país! Pô, cara! Cê tinha que ver as loiras abraçadas no parque e se beijando! Desperdício total!! Tá com problema de decréscimo de população? Eu tenho a solução! Libera uns vistos pra uns latinos lá na Suécia pra você ver! Vai ter crescimento populacional de uns 50% ao ano se soltar a gente por lá!! Eu então!! Seria o primeiro a me voluntariar!!Não sei dá pra perceber direito nessa foto, mas é que eu a bati MUITO rápido e muito de relance. Não dá pra ficar batendo foto de todo mundo no meio da rua, né cara? Essa mina foi MUITO engraçado. Tou eu andando na rua, calmamente, quando uma mina com ORELHAS DE GATO ROSAS cruza comigo NO MEIO DO CENTRO DE ESTOCOLMO!! Ah não! Aí já era demais! Segui ela uns passos, ela entrou em uma loja e eu meio que tentei tirar uma foto. Eu fiquei até imaginando ela vendo eu a seguir! A mulher olha aquela cena: um latino, baixinho, entroncado, com uma CARA DE TARADO correndo atrás dela e tentando fotografar! Eu ia até preso numa brincadeira dessas, hahahaha. A amiga dela de cabelo rosa acabou até ficando coadjuvante!

E por último, outro coisa que me deixou surpreso quando cheguei à Suécia. Cara, cheguei à Suécia em agosto, mês que deveria ser o pico do verão! Já estava me imaginando de calção olhando as suecas quentes (uhhhh) andando de biquíni pelas ruas. Mas que nada! Tava um frio de lascar, brother! Frio de congelar pingüim!! Quando cheguei por lá faziam incríveis 15 graus nas ruas!! Beleza, pra você pode não ser tão frio, mas lembra que eu sou maranhense, né brother? Se liga no casacão que eu tava usando andando por lá!

Frio demais!

O mais engraçado disso tudo foi a grande ironia. Viajei por seis semanas em um dos países mais HOSTIS a mochileiros! A Índia é famosa por dar dor de barriga em TODO MUNDO que viaja por lá! Tem até um nome pra isso: “Delhi Belly” (significa Barriga de Deli). Esse nome faz alusão à temida dor-de-barriga que você tem comendo aquelas comidas TOTALMENTE nojentas da Índia. Comigo, graças a Deus, nem aconteceu nada. Comi até comida com barata, mas meu estômago, acostumado a digerir farinha com guaraná Jesus, nem pediu arrego. A galera pagava um pau absurdo pra mim! – Pô Claudiomar, você viajou um mês e meio na Índia e não ficou doente? Como você consegue?

Pois é. Depois de seis semanas na Índia ILESO o que acontece quando chego em um dos países mais seguros e limpos do mundo? Isso! Fico doente! Peguei uma gripe por causa do frio…

Santa ironia, Batman!

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Saindo da Índia

Após Goa ainda viajei por mais lugares na Índia. Fui do extremo Sul para o extremo Norte do país. Parece besteira, né? Imagina uma viagem do Paraná até o Maranhão e você vai ter uma ideia da magnitude que estou falando. Sim, amigo, peguei um trem de Goa até Deli (pela terceira vez fui a Deli) e após Deli peguei um outro trem em direção à Amritsar, capital de Punjab, lar dos Sikhs e cidade onde se encontra o mais do que magnânimo Golden Temple a “Capela Sistina” da religião Sikh.

Golden Temple

Três dias de trem no final… Filé…
De Amritsar ainda segui para a Índia tibetana (local onde se encontra o governo tibetano no exílio e lar de Dalai Lama), depois Agra (Taj Mahal) e depois, pela quarta e última vez, voltei a Deli para poder pegar o meu voo em direção à Suécia, a terra das suecas quentes (Uhhhh).
Como já explicitado em um post passado, vou pular o post acerca dessas interessantíssimas regiões do norte da Índia porque quero fazê-los com calma e também porque não agüento mais escrever sobre a Índia. Só pra vocês terem uma ideia, eu comecei a POSTAR sobre a Índia em Setembro de 2008, quando ainda estava na Turquia. Por que eu digo “postar” com tanta ênfase? Porque, apesar de começar a postar apenas em setembro, lembro de já ter começado a escrever sobre a Índia quando havia chegado à Polônia, portanto em agosto de 2008!! Éguas cumpade, depois de mais de seis meses escrevendo apenas sobre um país, acho melhor dar um break, né? Se não for assim, daqui a pouco o blog vira “A Índia numa mochila”.
Engraçado que ainda tem muita coisa pra escrever 🙂
Mas então, vamos “tele transportar” o blog e ir direto para o aeroporto em Deli.
Pra começar, havia deixado uma PANCADA de coisas na casa de Avinash, aquele indiano que me hospedou quando estive a primeira vez em Deli. Por precisar esperar apenas duas noites em Deli, decidi ficar logo num hotel e nem pedi pra ele me hospedar. Ah rapaz, mas passei um sufoco pra pegar minhas coisas, viu? Cara, eu ligava, ligava, ligava e nada do moleque atender. Já estava cogitando postergar minha passagem mais uma vez quando, enfim, consegui ver o irmão dele e o cara me deu os meus bregueços.
Depois disso foi só voltar para o hotel e me preparar pra poder pegar o voo em direção à Estocolmo.

No aeroporto de Deli, a saga começa

Uma curiosidade que achei interessante na Índia. Devido ao constante estado de ebulição que o país enfrenta com o Paquistão, entrar em um aeroporto na Índia, por medidas de segurança, só é permitido se você possuir um comprovante de passagem. E não tem nem “ai”! Não é que nem aquela história no Brasil em que você vai, entra no aeroporto, vai no balcão do check-in e só apresenta a identidade pra voar. Se não tiver a passagem NÃO ENTRA. O aeroporto, cara, parece até uma zona de guerra! O cara que vai checar o seu comprovante de passagem tem um simpático rifle escorado no ombro dele. INSANO TOTAL!

Fila da galera esperando pra ter os comprovantes de passagens checados no aeroporto

Na primeira vez que precisei ir ao aeroporto, a caminho do Nepal, até tentei conversar com o carinha mostrando meu passaporte brasileiro pra ver se ele deixava eu entrar sem comprovante. Aonde! Não teve nem conversa, tive que ir num guichê de uma agência, fora do aeroporto, pra poder pedir pra eles imprimirem pra mim!

Mas voltando ao assunto “Europa”. Não sei vocês que já foram pra lá, mas pra mim foi um grande trauma a primeira vez que fui entrar na União Européia. Mermão, imagina o meu desespero!?!? Já imaginou se eu fosse barrado e os caras me mandassem de volta pro Brasil? Caraca, velho! Eu ia perder TODA a minha viagem! Além de que, pra melhorar ainda mais a situação, aquela crise em que negaram a entrada de dois pesquisadores brasileiros quando eles estavam na Espanha, estourou MUITO próxima à minha viagem. Você quer motivação melhor pra viajar do que ser bombardeado dia e noite com manchetes do tipo: “Brasileiros são barrados diariamente em postos de imigração na Europa?”?

Pois então, era assim que eu ia viajar.
Ah, meu amigo! Mas eu não deixei barato! Imprimi uma cópia do meu plano de saúde, uma cópia da minha passagem de volta ao mundo, uma cópia de alguns extratos bancários do meu pai, tirei extrato bancário da minha conta nos EUA e no Brasil, imprimi a carta do cara que dizia que ia me hospedar em Estocolmo (portanto, eu teria como provar onde ficar em Estocolmo) e fui levando!!! Separei um calhamaço de documentos pra poder apresentar na imigração assim que chegasse. Eu podia até não conseguir não entrar, mas que eu ia dar um trabalho miserável pra eles antes de eles me mandarem de volta, eu ia! Ah, mas eles iam ler TODOS aqueles meus documentos antes de me mandarem voltar. Ah, mas iam.
Quando já estava na fila de check-in o espanto! Caraca, percebi que na passagem de volta ao mundo que eu havia imprimido constava apenas que eu tinha um voo de Deli para Estocolmo, de Estocolmo para Vasórvia e de Varsóvia para Turquia, mas não havia marcado o voo ainda. Ou seja, eu tinha uma passagem apenas de ida para a Europa!! Mermão, isso poderia me causar um problema grave, afinal, o básico que todo oficial de imigração quer quando você entra no país dele (ou no continente, como é o caso da União Européia) é que você tenha um meio de entrada e um de saída! Mermão, eu não tinha minha passagem marcada, o que fazer?
Cara, corri pra uma lan house que tinha no aeroporto, fiz uma ligação pro BRASIL, pedi pros caras marcarem minha passagem de saída da União Européia pra duas semanas depois e imprimi! Tudo isso em menos de 15 minutos, pois já estava na hora de fazer o check-in. Peguei a passagem velha, joguei no lixo e fui fazer o que tinha de ser feito.
Fiz o check-in de boa.
Mas como tudo sempre tem que dar errado, quando estava me dirigindo para a imigração, a constatação! Caraca, eu havia jogado a impressão certa da passagem fora e continuava com o comprovante errado que mostrava que eu tinha apenas a passagem de ida pra Europa! Não, não basta ser burro, o cara tem que ser MUITO burro! Não pensei duas vezes! Voltei para o banheiro, peguei um saco plástico que tinha na bolsa, coloquei a minha mão no saco fazendo uma luva e enfiei no cesto de lixo. Procurei, procurei, achei e, antes de jogar fora, mais uma vez, chequei a passagem e vi que REALMENTE, DESSA VEZ, havia jogado a passagem errada fora! Chequei, joguei fora e fui pegar meu avião.
Ufa! Parecia que tudo ia dar certo!

Entrando na União Européia

Entrei na União Européia por Viena. De lá iria pegar minha conexão em direção à Estocolmo. Como a viagem Viena – Estocolmo seria algo como uma viagem “doméstica” (eu não cruzaria postos de imigração, já que minha viagem começaria e terminaria dentro da União Européia), o posto de imigração o qual eu passaria seria na Áustria.
Desci do avião com meu camalhaço de folhas embaixo do braço e fui marchando disposto a enfrentar a imigração de frente! Eles não vão me barrar! É preciso bem mais do que um gordo de farda pra me mandar de volta pro Brasil! “NUNCA SERÃO!!” já dizia Capitão Nascimento!
Entrei na fila destinado aos estrangeiros e fiquei esperando a minha vez.
A fila foi andando… Andando… Andando… Até a hora que o cara na minha frente começou a ser entrevistado.

Aeroporto de Madrid nos tempos da crise

Era um daqueles indianos típicos, saca? Ah meu cumpade, mas o oficial da imigração danou-se a fazer pergunta pro cidadão. De onde vinha, pra onde ia, por que iria entrar na União Européia, onde ia ficar e pá pá pá. Cada pergunta a mais que o oficial fazia, mais meu coração palpitava e mais eu via a minha “Suécia Quente” se desfazendo no horizonte! O cabra perguntou, perguntou, perguntou, perguntou… Mermão, depois de uns dez minutos perguntando e o indiano gaguejando mais que uma galinha, mais que a Ruth Lemos, o oficial chamou um pessoal que tava lá e o indiano foi dirigido a uma salinha! Mas que bela motivação a se ter antes de ser entrevistado por um cidadão de origem germânica, que dentre outros estereótipos, a sua mais famosa, é a de não ser o mínimo simpático.
Tentei por alguns segundos ouvir os gritos de terror e socorro do indiano sendo espancado ou o de seus ossos sendo quebrados antes de caminhar aquela distância de menos do que um metro e meio, mas me sentindo em direção a uma jaula cheia de leões. Saca aquela parada que você vê em filmes? Que diz que a vida passa em seus olhos segundos antes de você morrer? Cara, eu achava isso a maior besteira do mundo até ter a vida passando em meus olhos segundos antes de ser entrevistado… E digo isso SÉRIO MESMO! Fiquei lembrando o quanto fiquei feliz quando descobri a passagem de volta ao mundo, da minha felicidade ao meu pai concordar em me ajudar a pagar pela viagem, da primeira sueca quente que vi ao chegar nos EUA, das diversas presepadas pelo caminho, dos indianos me roubando, das suecas quentes de top-less na praia em Bali etc. Caraca, passaria ou não pela imigração?
Parei na linha amarela. O cara pediu o meu passaporte. Entreguei a ele. O mesmo cara que segundos antes havia enviado um indiano para a cadeira elétrica agora detinha o futuro da minha viagem e conseqüentemente do meu blog em suas mãos. O oficial foi lá, olhou pra foto, olhou pra mim, puxou o carimbo e PLAM! Próximo!!
Só isso…
Ãhn? Como assim? Eu estava dentro da Europa? E as pessoas me espancando? E os cientistas brasileiros que não puderam entrar? E todo o trabalho que tive pra poder juntar esse calhamaço, agora inútil, de folhas? Enfiar a mão no lixo? Ah não, brother!! Não dava! Fique uns dez segundos querendo acreditar que eu REALMENTE tinha entrado quando percebi que era verdade, estava definitivamente na Europa.
Feliz? Claro que não, brother!! Depois de toda essa epopéia, depois de ficar horas no avião treinando meu inglês para uma possível entrevista, eu realmente queria ser entrevistado! Pô, é um direito meu! É um direito meu ser constrangido no guichê de imigração!! É um direito meu ser revistado! É um direito meu ser espancado numa salinha obscura de aeroporto! Pô e agora? Eu passei e fiquei sem histórias pra contar! Ah meu, sacanagem! Eu quase que voltei lá e falei: “Ow brother, e aí? Não vai me entrevistar não? Ow, eu sou latino americano! Sou perigoso! Posso ter drogas! Posso assaltar bancos! Você acha que aquele indianozinho de nada poderia lhe dar problemas? Você tá é por fora! Eu sou muito mais hardcore que ele!! Já ouvi falar das Farc?”
Arf… saco isso. Ficar sem história é algo que me deixa transtornado!
Nem o fato de que, quando eu cheguei ao aeroporto da Suécia, uma policial, LINDA por sinal, me abordou no aeroporto e me perguntou de onde era e pra onde eu estava indo. Falei que era brasileiro e estava indo ao banheiro e ela falou: “Tudo bem!”. Estranho! Na hora me deu uma vontade de falar que nem o Bocage quando foi abordado na porta do Café Nicola por um policial perguntando quem ele era, pra onde ia e de onde vinha:
Eu sou o poeta Bocage

E venho do Café Nicola

Vou deste para o outro mundo

Se me disparas a pistola

Estranho esse povo…