CAPOEIRA EM MINSK, BELARUS

Um dos países os quais eu estava mais curioso e com vontade de conhecer algum instrutor de capoeira era a Bielorússia. Entre outros motivos, o fato do país ser um país fechado onde há menos de uma década atrás nem existia embaixada brasileira.

Marquei de encontrar com a Mila, batizada como instrutora Gata, no local onde ela iria dar a sua aula. De início já me chamou a atenção pelo fato de ser estrangeira (até aí tudo bem, o instrutor do Irã também era, confira sua história clicando aqui), mas principalmente pelo fato dela ser uma instrutorA. Todos os instrutores, mestres, de capoeira os quais eu conheci no Brasil (e até o momento viajando e conversando com capoeiristas pelo mundo) eram todos homens. Mila, seria a primeira mulher. Continuar lendo “CAPOEIRA EM MINSK, BELARUS”

BELARUS OU BIELORRÚSSIA, A ÚLTIMA DITADURA DA EUROPA

Não sei porque, mas a Bielorrússia sempre foi um país que mexeu com meu imaginário. Não sei se pelo nome que soa um pouco exótico para os nossos ouvidos em português ou o fato de ter sido um dos países que sempre me pareceu mais isolado quando pensava em Europa.

A questão é que, como eu já iria para a Ucrânia, que é vizinha a Bielorrússia, aproveitei a oportunidade e decidi também ir a Minsk, capital da Bielorrússia. A cidade em si não tem muitos atrativos a não ser um fato de ser uma daquelas cidades raiz. Enquanto todos os países da Ex-União Soviética seguiram em frente, a Bielorrússia parece ter parado no tempo e Minsk parece uma cidade daquelas que a gente vê nos filmes retratando a ex-União Soviética. Além disso, a Bielorrússia carrega o triste título de última ditadura da Europa pois enquanto todos os países europeus ou são democracias consolidadas ou são simulacros de democracia, a Bielorrússia é uma ditadura de fato governada a mãos de ferro pelo ditador Aleksandr Lukashenko.

PERAMBULANDO POR MINSK

Perambulando pela cidade, além dos fotos os quais pude postar aqui, também fui visitar o grande museu da guerra patriótica, ou para nós, o museu da Segunda Guerra Mundial. Enquanto a Segunda Guerra Mundial é algo que apenas aprendemos na escola para os bielorrussos foi algo bem mais sério. É verdade que a Rússia sofreu muito, porém em Belarus a guerra deixou um quadro quase que apocalíptico. A combinação da tática de “terra arrasada” russa (pois, ao verem que os alemães iriam tomar as cidades, os russos tacavam fogo em tudo e envenenavam as nascentes para evitar deixar qualquer coisa que pudesse ser utilizada pelos alemães) e de “saqueia, destrói e mata” dos alemães, deixou um grande rastro de destruição pelo país. Eles perderam entre um terço e um quarto da população na guerra, quase 85% de sua capacidade industrial, sua comunidade judaica foi simplesmente exterminada, tiveram 209 das 290 cidades destruídas e mais de um milhão de edifícios foram abaixo. Só em 1971 a Belarus voltou a ter a população que tinha antes do fim da Segunda Guerra Mundial. Bem, o museu é bem bacana e tem MUITAS peças, desde armamentos até uniformes e pertences pessoais das pessoas

Além do museu pude visitar também um memorial ao massacre de Khatyn. O memorial serve para lembrar uma história ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial.

Os alemães já tinham tomado quase toda a Bielorrússia, mas focos de resistência partisan ficaram pelo caminho e realizam ataques de emboscadas e sabotagem contra os alemães. Em um desses ataques, os bielorrussos partisans mataram um oficial que era supostamente um dos favoritos de Hitler. A verdade é que o oficial tinha sido campeão olímpico no arremesso de martelo e a morte dele gerou uma certa comoção na Alemanha. Depois do ocorrido, os alemães acharem que seria dar uma ótima ideia dar uma resposta ao ataque. Como supostamente o atacante era ou recebia suporte da vila de Khatyn, ela foi invadida e todos os seus moradores, mulheres e crianças inclusas, presos dentro de um galpão que eles tacaram fogo com todo mundo dentro. Da vila inteira sobreviveram algumas crianças (que se esconderam no mato ou que as mães conseguiram por em cavalos), uma mulher que não estava na vila no dia e um velho que milagrosamente sobreviveu. Para ele há uma estátua segurando o corpo de uma criança, o cadáver do seu filho que morrera na tragédia. No memorial há o local exato onde ficava cada casa e as sepulturas com os nomes de todos que pereceram.

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Memorial de Khatyn

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É uma história triste, é verdade, mas há quem alegue que este memorial foi feito pelos soviéticos para confundir com o nome Katyn (sem o H). Em Katyn ocorreu outro massacre, dessa vez por meio dos soviéticos, onde eles reuniram os principais oficiais e intelectuais poloneses e os executaram a sangue frio após a Segunda Guerra Mundial em uma tentativa de russificação da Polônia.

Por último, visitei algo interessante também. Foi feito por uma ONG que recolhe gatos das ruas e serve como abrigo temporário até eles conseguirem uma nova casa. Eles fizeram algo como um museu de gatos. Não entendi direito o que eles expõe, mas o que sei é que o número de gatos por lá é variável. Quando fui lá havia 16 gatos em custódia. Como parecia ser¿ Rapaz, sei que custava uns 20 reais para entrar e, sim, tinha um cheiro forte de… gato.. no lugar. Mano, era legal, mas o cheiro foi o suficiente para me tirar de lá…1

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Memorial a um desastre ocorrido durante um show em Minsk

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Museu dos gatos
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Grafite dos Gêmeos na Embaixada do Brasil

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Memorial de Khatyn

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Lenin, em uma das principais praças de Minsk

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Memorial a Viktor Tsoi, um dos principais expoentes do rock na União Soviética

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Museu da Grande Guerra Patriótica

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