Chegando na segunda vez à fronteira da Gâmbia – Senegal

E lá fomos nós de novo para sermos extorquidos. Pelo que pude ler na internet, há uma taxa de saída cobrada de todos os estrageiros que deixam Gâmbia pelo aeroporto. Ela custa vinte dólares e é uma taxa de “reforma do aeroporto”. Como tudo sobre a Gâmbia, não consegui checar na internet se essa taxa era para sair do país só pelo aeroporto ou se qualquer um tinha que pagar isso para sair por quaisquer meios. Pelo sim pelo não já separei os vinte dólares em moeda local para ser extorquido.

Entrei na fila para poder pegar meu carimbo de saída e, mesmo procedimento, me tiram da fila. Sigo para a sala do estagiário. Depois vou para uma sala mais arrumadinha. Depois outra. Depois outra e logo chego na sala do chefão. Quem eu encontro ali? Sim, o mesmo fi de uma rã que me extorquiu da primeira vez. Sem uniforme. Sim, ele tava “trabalhando” no dia de folga dele só para arrecadar mesmo. Na cara mais cínica que ele pode fazer, olha para mim, sorri e manda um “lembra de mim?”. Ah miserável. Só sei que ele olha daqui, olha de lá, dá um sorrisinho, carimba meu passaporte e me manda embora. Aparentemente ele já estava satisfeito com o que eu já tinha dado a ele.

Agora o Senegal, enfim salvo. Ou não.

Fronteira que tanto me fez eu perder dinheiro e paciência

Senegal eu já fiquei mais aliviado. País mais organizado, eu não precisava de visto, não tinha como dar problema, né? Ai ai…

Chega a minha vez e o fiscal da froteira começa a gritar “chama seu guia para traduzir!!!”. Respondi que não tinha guia. Ele ficou me perguntando como assim eu viajava a Senegal sem ter guia. Depois me perguntou onde tava meu visto, expliquei que não precisava. Ele olhou para um lado, olhou para o outro e começou a fazer corpo mole. E isso o ônibus me esperando. Eu já sabia o que ele queria. Depois me pede comprovante de vacina de COVID19. Mostrei para ele. Cara, ele se deu ao trabalho de pedir até certificado de vacina de febre amarela. Acho que foi a segunda vez na vida que me pediram isso. Mostrei. Ele ficou meio contrariado, mas viu que não tinha por onde e carimbou meu passaporte. Eu estava de volta ao Senegal são e salvo e, dessa vez, sem precisar pagar propina

Cara, vou te dizer.

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

Voltando para o Senegal por terra saindo da Gâmbia, segunda parte da saga da viagem

Na volta tudo indicava que seria bem mais de boa. Primeiro porque eu já sabia mais ou menos como seria a viagem, segundo que eu sabia que não tinha como me extorquirem já que eu não precisava de visto pro Senegal e por último, bem, meu intestino já tinha dado uma melhorada e o desespero de viajar sem banheiro diminuíra bastante.

Mas tudo só indicava e era óbvio que não ia sair tudo de boa, aparentemente viajar na África subSaariana é assim, você tá sempre no fio da navalha.

A viagem de volta começou a demonstrar que seria de altas aventuras com uma galerinha do barulho na sessão da tarde quando ainda no dia anterior, o taxista que havia me levado e me trazido de Banjul me cobrando 50 reais por isso (uma viagem de 15km e mais 15km de volta) me pediu OITENTA reais para poder estar na porta do hotel no outro dia as seis da manhã e fazer uma viagem de apenas 5 km. “A esse horário da manhã não há táxis na rua e ninguém vai aceitar te levar por menos que isso” – ele me disse. Achei que era papo de taxista então resolvi pagar para ver. Antes de ir dormir conversei com o que parecia ser o gerente do hotel e ele me garantiu que as seis da manhã haveria vários táxis à porta do hotel e bastava eu escolher um para ir à estação de ônibus. Eu não pagaria mais do que 20 reais por isso. Ainda assim, por via das dúvidas ele iria orientar o balconista a chamar um táxi para mim assim que eu acordasse. Já sabe o que aconteceu, né?

No outro dia, por via das dúvidas, preferi acordar as 05:30 da manhã e fui para a recepção do hotel. Cheguei lá, tudo escuro e só um pobre de um fi de uma égua dormindo em um colchão no chão. Por óbvio acordei o cara, falei que precisava de ajuda para conseguir um táxi: – Não ando de táxi – respondeu o fi de uma quenga e voltou a dormir sem nem se dar ao trabalho de olhar na minha cara. Já eram rodados seis da manhã e meu busão saía as sete e meia. Já tinha visto no google maps que do hotel em que eu estava até a estação de busão era uma hora caminhando. Não tive dúvidas, baixei o mapa offline da região no celular (já que eu não tinha 4g), liguei o GPS e vamo embora.

Cara, era seis da manhã, estava um BREU nas ruas. Ainda bem que não havia uma vivalma na rua porque eu estava preocupado de ser atropelado, haja vista que não havia iluminação pública e as poucas luzes vinham das casas. Mochila nas costas e vambora.

Se liga o nível que estavam as ruas. A luz ao fundo é do hotel

Saí caminhando e depois de uns quinze minutos para um carro do meu lado. Abaixa a janela e sai aquela marofa de maconha lá de dentro:

– Para onde você vai?

– Estação de ônibus

– Sobe aí, cabra!

– Tá, mas você vai me cobrar quanto

– Paga o que você quiser

Tinha tudo para ser golpe, mas que escolha eu tinha?

Olhei para um lado, olhei para o outro. Pensei que, bom, no Brasil eu nunca faria isso, mas que, como me haviam garantido que a Gâmbia era um país seguro, subi no carro do cabra. Ele chamava Abraão e era um cara muito simpático. Me foi explicando que dificilmente eu iria conseguir um táxi por aquelas vias àquela hora porque todos estavam esperando as orações matinais para sair de casa (os muçulmanos fazem cinco orações ao dia). Me falou que com muita sorte eu iria conseguir um motorista cristão para me levar ou alguém que estivesse indo ao trabalho, que era o caso dele. No final o pobre do Abraão entendeu que eu estava indo para a estação de polícia e não para a estação de ônibus. Acabou desviando um pouco do caminho mas conseguiu me deixar um pouco mais perto no que parecia ser a principal avenida da cidade. Desci do carro, agradeci efusivamete ao cabra e já comecei a correr temendo perder o busão. Dei três pinotes e parou um táxi do meu lado. Dessa vez mostrei no google maps e o cara me cobrou 15 reais para me levar de lá até a estação de ônibus.

Consegui chegar quase quarenta minutos antes do busão sair e isso foi crucial para eu poder viajar.

O ônibus começou a encher e, de repente, começa um burburinho do lado de fora do busão, um “tua mãe não é homem para um lado”, “teu pai não é mulher pro outro”, poeira voando, cachorro caramelo no meio e populares com ânimos exaltados. Eu sentado no meu banquinho e só observando. De repente vem um cara e pede para ver o meu tíquete de passagem. Ele desce e o cara do lado de fora fica apontando para mim. Depois vem outro cara e checa meu tíquete de novo. E outro. E outro. E toda hora que checavam meu tíquete o cara embaixo soltava as penas para todo lado. Aparentemente venderam a mesma passagem para mim e pro cidadão embaixo. Eu me amarrei no meu assento e não saía de lá de jeito nenhum. Só sei que o busão saiu e deixou o pobre do cara lá fora que a essa hora já xingava pelo menos cinco gerações de todo mundo da empresa. Quase que eu não saio da Gâmbia.

Uma lição que eu aprendi (devido a minha experiência e ouvindo relatos) foi a de, sempre que viajar na África Subsaariana, viaje com prazos alargados porque muita coisa pode dar errada.

Meu dessaranjo intestinal continuava e o busão continuava sem banheiro, então eu teria que tomar cuidado. Uma coisa que eu aprendi foi que quando você está ruim de estomago ou intestino (no meu caso os dois) deve evitar comer frutas e outras comidas frescas (que podem conter bactérias e outros patógenos) e dar preferência a alimentos bem cozidos ou frito ou… ultraprocessados. De preferência com bastante sódio e conservantes e prazos de validades de cinquenta anos. Não tive dúvidas. Antes da viagem comprei duas caixas do mais puro Pringles e estavámos preparados para seguir viagem.

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

Tensão na fronteira Gâmbia – Senegal

Lembra que eu falei que eu não conseguia informação se brasileiro precisava ou não de visto para atravessar a fronteira? Então, precisava, mas um amigo que tinha feito a viagem antes me falou que ele tirou o visto na fronteira e pagou 70 dólares por ele. Fui com receio porque essas coisas mudam do dia para a noite, mas, na pior das hipóteses, pensei, eu não cruzava, ficava no Senegal e achava um jeito de voltar a Dakar.

Passei por Senegal, tranquilo. Chegou a hora de Gâmbia. Peguei a fila e me tiraram de lá dizendo que eu precisava de visto. Havia lido na internet em um fórum uns caras falando que quando tiravam eles da fila, eles iam em uma sala, depois iam em outra, em outra, em outra… As salas iam só melhorando. Primeiro era uma sala mais esculhambada onde tinha um cara que parecia o estagiário. Depois ia melhorando até a hora que você chegava em uma sala com ar-condicionado que parecia ser a do chefe maior onde você era extorquido. Era cela do chefão, a sala do Bowser. Dito e feito.

Quando cheguei na última sala o chefão da imigração começou a me falar que eu precisava de visto, mas isso não era problema, era só pagar a ele que tava tudo resolvido. Quanto? Setenta? Não, CENTO e SETENTA DÓLARES. O filha da puta foi tão sacana que só adicionou 100 dólares ao preço certo. Tentei argumentar com ele que não, que não era isso, que eu sabia que era 70 dólares e ele que não, que não era, que era 170. Que aquilo era dinheiro do governo e ele me daria até um recibo. Dei 80 dólares a ele, mas o cara tava irredutível, falou que eu ou pagava ou eu não passava. Isso o busão inteiro já com todo mundo dentro e só me esperando, doido para me deixar para trás. No nervosismo eu fui tirar os oitenta dólares e acabei puxando dinheiro senegalês junto. Aí que o olho do bicho cresceu. Só sei que vai daqui, vai de lá, não vai passar se não pagar, acabei “fechando” em oitenta dólares mais uns 35 dólares em dinheiro senegalês. Bem, 115 dólares é melhor que 170 e o busão me deixar para trás. Acabou que o bicho fez o recibo mesmo, porém o valor em moeda gambiesa.

Achei que ele tinha me roubado, dito que eu paguei 70 dólares em moeda gambiesa quando na verdade eu dei 115. Que ele tinha feito isso imaginando que eu iria fazer a cotação e eu ver que ele tinha posto 45 dólares a menos no recibo só quando chegasse em Banjul, o que já seria tarde. Mas que nada, eu já sabia a cotação e, realmente, ele pôs que eu paguei 115 dólares em moeda gambiesa certinho. Até hoje eu tou encucado com essa história porque ou era 70 ou 170 dólares, mas 115 eu sei que não era. Mas o cara me deu um recibo com selo do governo da gâmbia, tudo certinho. Será se ele imprimiu um boleto com o governo da Gâmbia? Mas mano, tem todos os dados ali. Enfim, até hoje eu tou curioso com essa história.

Olha o recibo que ele me deu. Diga aí. Não parece oficial mesmo?

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

Iniciando a saga do ônibus de Senegal (Dakar) para a Gâmbia (Banjul)

Meu busão saía as 07 da manhã, mas pediram para eu chegar uma hora. Os caras acham que são empresa aérea – pensei. Ainda bem que eu quase segui a regra, porque saí cedo de casa e deu um trabalho danado achar o lugar do busão. Se tivesse saído em cima da hora, teria perdido o busão.

Busão bacana, cadeira reclinável, cinto de segurança, ar-condicionado e… cadê o banheiro? Mermão, se tivéssemos sorte seria uma viagem de oito horas. SEM BANHEIRO. Aí começou a bater o medo de eu me borrar dentro do ônibus.

Corri no busão da rodoviária mais uma vez (sorte que eu tinha posto papel higiênico na mochila) e fui rezando durante o trajeto. Pior que o ônibus só fez uma parada a viagem inteira e nossa senhora dos mochileiros fez meu intestino aguentar até essa parada. Tivemos que pegar um ferry e ficamos quase três horas esperando para embarcar. Acabou que a viagem de oito horas virou onze e não me borrei. No final, graças a Deus deu tudo certo. Ou quase

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

Como é caro viajar no Senegal

Porém uma das coisas que mais me impressionou viajando pelo Senegal é o quanto as coisas são caras por lá. Cara, é muito caro! Qualquer biboca que você vai comer alguma coisa custa 10 euros (sim, quase sessenta reais).

Um dos almoços mais caros da minha vida

Eu imaginei que iria sair da Europa e iria encontrar uma realidade parecida com o Sudeste Asiático (que é levemente mais rico que o Senegal e muito mais barato) ou, na pior das hipóteses, encontrar preços semelhantes ao do Brasil. Me espantei quando cheguei ao Senegal e comecei a sentir saudades da Espanha! O pior é que você paga preços europeus, mas recebe serviços e produtos de Brasil (na verdade, levemente piores, pois nem um gelinho você pode confiar, já que se a água não for mineral, você pode ter alguns problemas sérios de intoxicação). Outros serviços como táxi e telefonia eu achei mais baratos, mais baratos até que o Brasil, mas, rapaz… comida…

Alguém já viu construírem uma ponte em cima da areia? Eu já vi em cima de rio, até em cima de estrada, mas em cima de areia?

Meu amigo dizia que não há gordos no Senegal porque os senegales se exercitam muito e serviços de fast food ainda não chegaram (o que é uma dupla verdade dado que você vai na praia e é um mundaréu de gente correndo e se exercitando e MacDonald´s ainda não tem no Senegal). Eu não concordo com ele, eu acho que é o povo é magro porque é impossível ficar comendo muito com o tanto que é caro o país.

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

Perambulando pela Ilha de Gorée no Senegal

Um dos passeios imperdíveis que existem em Dakar é você gastar um dia na ilha de Gorée. 

Explico, devido à proximidade do Senegal à América do Sul, Goréé foi um dos portos preferidos pelos europeus para poder “estocar” os escravos. Não tinha nada melhor para fazer isso do que uma ilha a apenas alguns quilômetros de Dakar. Perto o suficiente para não atrapalhar a logística, longe o suficiente para se fugir nadando. Por óbvio as situações os quais os escravos ficavam acomodados eram degradantes. Eram tanto os corpos diariamente jogados ao mar que as praias da ilha começaram a ficar infestadas de tubarões. O próprio Laurentino Gomes descreve nos livros deles que as rotas de migração dos tubarões foram alteradas porque eles passavam a seguir os navios com escravos em direção à América esperando por corpos que eram arremessados ao mar.

Em uma dessas ex-prisões de escravos que pudemos visitar é possível conhecer o que era chamado de portão do não retorno, a passagem por onde os escravos eram embarcados e por onde nunca mais veriam a África.

Porta do não-retorno

A ilha de Gorée carrega um simbolismo tão grande que diversas personalidades já a visitaram como Mandela, Obama e até o Lula quando foi visitar Senegal. Havia muitas outras informações as quais eu poderia falar, porém o inglês do guia era tão horrível que foi isso que eu consegui entender

Quem nos saúda assim que chegamos à ilha? Sim, ele também já visitou Gorée
Sim, o papa já visitou a ilha!
Resquícios de um bunker construído para poder proteger a ilha
Hoje em dia tem famílias que moram dentro dele
Olha que interessante essas torres de celulares em formato de palmeiras
Uma das casas onde eram “armazenados” os escravizados antes de serem embarcados

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Perambulando por Dakar no Senegal

Nossa, eu tinha uma imagem totalmente diferente de Dakar antes de chegar. Eu imaginei que seria uma cidade grande e totalmente disfuncional como por exemplo foi Nuakchott capital da Mauritânia (única cidade subaariana que eu havia visitado na África tirando a África do Sul), mas é muito pelo contrário. Dakar é uma metrópole no sentido máximo da palavra. Prédios altos, engarrafamentos, multidão de gente caminhando para todo lado, bancos e consultorias internacionais por todos os lados e coisas assim. Outra coisa interessante é que Dakar é cheia de prédios em construção, reflexo do alto crescimento do PIB senegalês nos últimos anos.

Um dos enormes prédios que você pode ver por toda Dakar
Arranha-céu contendo consultorias internacionais no meio de Dakar

Fiquei mais impressionado porque temos uma cidade como essa cercada de países extremamente instáveis, problemáticos, pobres e geralmente em guerras civis como Serra Leoa, Libéria, Mali etc. Na verdade, os senegaleses se orgulham do Senegal ser uma verdadeira ilha de estabilidade e relativa prosperidade em uma região extremamente conturbada.

Algo interessante que você vê em Dakar é esse mar de gente se exercitando na praia. A foto não é minha, peguei na internet, mas é assim todos os dias, esse pelotão de gente correndo
Por onde você anda tem cabra para todo lado. Queria saber o porquê disso
Sim, Dakar tem engarrafamente, MUITO engarrafamento o dia inteiro

Outra coisa que é interessante é que em Senegal fica a maior estátua da África. Ela é chamada de estátua do renascimento africano e foi construída por uma empresa norte-coreana.

Apesar de ser da África Subsaariana, é possível ver uma proporção respeitável de pessoas não-negras caminhando pelas ruas de Dakar. Obviamente há os expatriados que trabalham para ONGs, multinacionais e representações diplomáticas, porém a maioria deles são dos que se auto-denominam “libaneses de Dakar”. Sim, há uma proporção importante de descendentes de libaneses na cidade que aparentam fazer parte da elite da cidade. Eles são donos de comércios, restaurantes, imóveis e por aí vai. Ele pode ter nascido em Dakar, o pai dele nascido em Dakar, mas se você perguntar de onde ele é, ele responde “sou libanês de Dakar”. Acho isso interessante, porque no Brasil se você é filho de marciano, quando perguntam de onde você é, a pessoa responde que é brasileira.

Um dos diversos restaurantes de “senegales de Dakar”

Senegal tem várias atrações, mas a principal para mim era ficar perambulando por Dakar, me perdendo naquelas ruas infinitas e no mundaréu de gente que caminha para cima e para baixo como em São Paulo ou Londres.

Ruas de Dakar

Por óbvio quando você está andando na rua você vai chamando atenção, porque, ainda que haja muitos “libaneses de Dakar”, como eu disse, não há tantos brancos assim nas ruas. Muita gente vinha falar comigo em francês, às vezes acho que por curiosidade mesmo, mas como eu não consigo falar nada de francês, infelizmente não conseguia responder. Às vezes vinha um ou outro malandro, uns às vezes até mesmo em inglês, mas eu só ignorava porque, enfim, você sabe quando é gente querendo de dar golpe. Acredita que um deles teve a pachorra de me chamar de racista porque eu não quis dar assunto? Pior que alguns amigos já tinham me alertado disso, que vez ou outra vem um malandro falar com você e se você ignora ele te chama de racista.

Existem duas profissões “de macho” no Senegal. Uma é essa aí, os caras ficam andando nas ruas com tesoura para fazer as unhas de outros homens. A outra, eu não consegui bater foto infelizmente, é a de costureiro. Você tá na rua e de repente você vê um cara batendo uma tesoura e andando, literalmente, com uma máquina de costura nas costas. Ao contrário do Brasil, manicure e costureiro são vistas como “profissões de homem”.

Por último, conheci uns brasileiros quando estive por lá. Na verdade, do lado da casa do meu amigo havia uma churrascaria brasileira, sim, com esse nome, churrascaria brasileira, com bandeira do Brasil pintada na porta e tudo. O gerente era paraense gente boa demais e a comida era bem boa. Não tinha linguiça, obviamente (lembrar que Senegal é um país muçulmano, então não pode comer carne), mas tinha uma carne que parecia demais picanha. Fui em uma noite onde rolou um aniversário de um brasileiro. A maioria dos brasileiros que conheci ou são missionários de igrejas evangélicas ou trabalham em organizações internacionais. Pessoal foi bem gente boa.

Entrada da churrascaria brasileira que ficava do lado da casa do meu amigo
Olha como enchia a churrascaria

ostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

Como viajar ao Senegal. Como conseguir visto pro Senegal

Conforme expliquei no post anterior, um amigo do tempo de Brasília se mudou para o Senegal e me convidou para visitá-lo e óbvio que aceitei o convite. Comecei a estudar as rotas e me empenhei em chegar em Dakar de qualquer maneira. Acabei achando a melhor rota sendo por meio de Madrid na Espanha com uma conexão em Lisboa.

Dakar é uma cidade bem desenvolvida, na verdade uma das cidades africanas mais desenvolvidas, e por isso existem diversas empresas que fazem voos diretos para lá, uma delas é a Tap Portugal com um voo direto de Lisboa. Por essas lógicas que só as empresas aéreas saberiam explicar, o voo custava uns 40% mais caro se eu comprasse Lisboa-Dakar do que Madrid-Lisboa-Dakar. Como você deve ter imaginado, comprei o voo saindo de Madrid e também um voo, em separado, Brasília-Madrid e assim cheguei em Dakar

A questão do visto é bem simples. Brasileiros felizmente não precisam de visto para poder visitar o Senegal. Porém, sabe-se lá por que, apesar de você não precisar de visto você precisa de uma tal de uma “autorização de embarque” que é emitida pela Embaixada do Senegal. Não é nada demais, basta mandar um e-mail à embaixada em Brasília dizendo quando você vai, quando você volta que eles emitem o documento e te mandam por e-mail. Além disso, você também precisa estar com duas doses de vacina contra o COVID para poder entrar. Obviamente não me pediram nada disso na imigração quando eu cheguei ao aeroporto, só perguntaram o endereço onde eu ia ficar e bola para frente. O aeroporto fica do outro lado do mundo (meu amigo foi me buscar no aeroporto e levou uma hora para ir e outra para volta. De bicicleta? Não, de carro mesmo) e os voos de Portugal costumam chegar em um horário bem canalha (chega de madrugada), então tenha em mente isso quando for viajar para lá. 

Ah sim, como toda e qualquer viagem, carreguem sempre o seu comprovante de vacinação contra febre amarela. Posteriormente vocês vão entender por que

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog