Nossa, eu tinha uma imagem totalmente diferente de Dakar antes de chegar. Eu imaginei que seria uma cidade grande e totalmente disfuncional como por exemplo foi Nuakchott capital da Mauritânia (única cidade subaariana que eu havia visitado na África tirando a África do Sul), mas é muito pelo contrário. Dakar é uma metrópole no sentido máximo da palavra. Prédios altos, engarrafamentos, multidão de gente caminhando para todo lado, bancos e consultorias internacionais por todos os lados e coisas assim. Outra coisa interessante é que Dakar é cheia de prédios em construção, reflexo do alto crescimento do PIB senegalês nos últimos anos.


Fiquei mais impressionado porque temos uma cidade como essa cercada de países extremamente instáveis, problemáticos, pobres e geralmente em guerras civis como Serra Leoa, Libéria, Mali etc. Na verdade, os senegaleses se orgulham do Senegal ser uma verdadeira ilha de estabilidade e relativa prosperidade em uma região extremamente conturbada.



Outra coisa que é interessante é que em Senegal fica a maior estátua da África. Ela é chamada de estátua do renascimento africano e foi construída por uma empresa norte-coreana.


Apesar de ser da África Subsaariana, é possível ver uma proporção respeitável de pessoas não-negras caminhando pelas ruas de Dakar. Obviamente há os expatriados que trabalham para ONGs, multinacionais e representações diplomáticas, porém a maioria deles são dos que se auto-denominam “libaneses de Dakar”. Sim, há uma proporção importante de descendentes de libaneses na cidade que aparentam fazer parte da elite da cidade. Eles são donos de comércios, restaurantes, imóveis e por aí vai. Ele pode ter nascido em Dakar, o pai dele nascido em Dakar, mas se você perguntar de onde ele é, ele responde “sou libanês de Dakar”. Acho isso interessante, porque no Brasil se você é filho de marciano, quando perguntam de onde você é, a pessoa responde que é brasileira.

Senegal tem várias atrações, mas a principal para mim era ficar perambulando por Dakar, me perdendo naquelas ruas infinitas e no mundaréu de gente que caminha para cima e para baixo como em São Paulo ou Londres.

Por óbvio quando você está andando na rua você vai chamando atenção, porque, ainda que haja muitos “libaneses de Dakar”, como eu disse, não há tantos brancos assim nas ruas. Muita gente vinha falar comigo em francês, às vezes acho que por curiosidade mesmo, mas como eu não consigo falar nada de francês, infelizmente não conseguia responder. Às vezes vinha um ou outro malandro, uns às vezes até mesmo em inglês, mas eu só ignorava porque, enfim, você sabe quando é gente querendo de dar golpe. Acredita que um deles teve a pachorra de me chamar de racista porque eu não quis dar assunto? Pior que alguns amigos já tinham me alertado disso, que vez ou outra vem um malandro falar com você e se você ignora ele te chama de racista.

Por último, conheci uns brasileiros quando estive por lá. Na verdade, do lado da casa do meu amigo havia uma churrascaria brasileira, sim, com esse nome, churrascaria brasileira, com bandeira do Brasil pintada na porta e tudo. O gerente era paraense gente boa demais e a comida era bem boa. Não tinha linguiça, obviamente (lembrar que Senegal é um país muçulmano, então não pode comer carne), mas tinha uma carne que parecia demais picanha. Fui em uma noite onde rolou um aniversário de um brasileiro. A maioria dos brasileiros que conheci ou são missionários de igrejas evangélicas ou trabalham em organizações internacionais. Pessoal foi bem gente boa.


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