Perambulando por Banjul, capital da Gâmbia

Apesar de ter comprado uma passagem de Dakar para Banjul o busão acabou me deixando em Bakau, uma cidade do lado. Isso foi bom porque aparentemente todos os hotéis e os turistas ficam em Bakau. Aparentemente Banjul é uma cidade ocupada e comprimida por rios o que a impede de crescer. Enfim, foi melhor, porque só desci na estação e segui para o meu hotel.

O hotel parecia bonzinho, apesar de, como tudo na região, ser caro, muito caro. A título de comparação, os airbnbs que eu aluguei no centro de Madrid e de Granada foram quase metade do preço do que eu paguei na Gâmbia. Sim, para ficar em um hotel no qual eu só podia beber água mineral, não funcionava a internet e onde eu não podia confiar em um gelo para pôr na Coca-Cola.

Para piorar os dois caixas eletrônicos próximos ao hotel estavam quebrados. Quase fui dormir com fome, só conseguir jantar porque o tio do hotel aceitou eu deixar para pagar quando fosse embora. Sim, acabei tendo que comer fiado.

O hotel estava lotado. Só europeus. E, cara, que interessante só tinha gente idosa. Pelo que pude apurar, quase todo mundo que lá estava era da Noruega ou Suécia e eles fugiam do frio glacial do inverno do Norte da Europa. Ainda assim, fiquei curioso. Porque eles viajavam para lá? Pô, o lugar era caro e com pouca infraestrutura. Tudo bem, América do Sul, Caribe e Sudeste Asiático eram bem longes, mas porque eles não viajavam para o Norte da África que é bem mais barato e com muito mais infraestrutura? Pelo que eu entendi existem empresas especializadas em oferecer pacotes fechados para a Gambia para aposentados desses países e, bem, eles são aposentados, não sabem das escolhas que podem fazer  para viajar. Talvez o fato de tudo lá ser mais selvagem também os atraia. Não sei. Os velhinhos não falavam inglês tão bem.

Porem outra coisa triste que eu acabei descobrindo foi que vários dos velhos da Europa viajam para a Gambia para poder fazer turismo sexual. Mas, assim, aquele turismo sexual feio mesmo. O infantil hoje parece ser bem mais combatido, mas é normal você andar pelas ruas da Gambia e ver uns velhinhos com uns homens gigantes andando com eles ou tomando café. E velhinhas também. Enfim, sendo maior de idade, cada um, cada um. Me lembrou muito Sósua na República Dominicana

Senhor de idade tomando café e sentado ao lado de um rapaz que lhe fazia companhia. Não posso afirmar se alguém prestava serviço a outrém, mas essa é a cena mais comum que existe na Gâmbia

Saí andando pelas ruas e, cara, como quase não há calçadas no país você acaba andando pela areia quase que o dia todo. Quando você volta pro hotel o tênis está cheio de areia, parece que você passou o dia na praia.

Como fica o tênis depois de um dia caminhando pelas cidades da Gâmbia
Quase não existe calçada. Quando existe é com areia para todo lado

Vi que não dava para poder ir caminhando até Banjul e resolvi procurar um taxista. Batemos um papo e o cara aceitou 50 reais para poder me levar e me trazer de volta. No final foi até bacana, pedi para ele me levar em um lugar e ele me levou em dois. Acabei passeando pelo centro da cidade de Banjul, batido fotos dos principais prédios do governo do país e no final subi o arco 22 para bater umas fotos panorâmicas da cidade.

Apesar de todas as dificuldades, foi uma viagem bacana.

Na volta expliquei pro taxista que iria embora no outro dia as sete e meia da manhã e perguntei quanto ele queria para estar na porta do meu hotel as seis da manhã. Ele me pediu OITENTA reais para fazer um trajeto de cinco quilômetros.

Óbvio que recusei.

Óbvio que iria começar outra saga, dessa vez para voltar pro Senegal

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