Dubai e os Emirados Árabes Unidos

Depois de ter passado por Catar, Omã e Bahrein era chegada a hora de eu visitar o meu último país do Golfo Pérsico, os Emirados Árabes Unidos.

Uai, Emirados Árabes Unidos ou Dubai? Então, apesar de muita gente se confundir, Dubai não é um país, Dubai é uma das cidades (ou emirados) que fazem parte de um país chamado Emirados Árabes Unidos.

Conforme já expliquei várias vezes, essa região sempre foi parcamente povoada devido as agruras do clima. Antes da descoberta do petróleo, a região consistia principalmente de pequenas comunidades nômades que viviam da pesca, do comércio e da agricultura nos poucos oásis. No entanto, tudo mudou com a descoberta de petróleo nos anos 1950, que trouxe uma revolução econômica e social para o país.

Dubai, em particular, surgiu como um ícone desse desenvolvimento. De uma vila de pescadores no século XIX, ela se transformou em uma metrópole global de renome no século XXI. A visão e o dinamismo de seus líderes impulsionaram o crescimento vertiginoso, resultando em arranha-céus futuristas, ilhas artificiais extravagantes e uma economia diversificada.

Hoje, Dubai é um dos principais destinos turísticos do mundo, conhecido por seus arranha-céus imponentes, centros comerciais luxuosos e uma vida noturna vibrante.

Prédios, prédios, prédios, por todos os lugares

Apesar de Dubai ser o emirado mais conhecido, a capital e maior Emirado é Abu Dhabi (apesar da população de Dubai ser maior). O que fez Dubai ser mais conhecido é que, como eles não tinham tanto petróleo quanto o seu vizinho Abu Dhabi, Dubai resolveu investir tubos de dinheiro para poder transformar a cidade quase que em um parque de diversões de concreto e ser conhecida mundialmente pelo turismo. E, bem, meio que deu certo, hoje em dia o turismo é a grande locomotiva da economia de Dubai, com o petróleo respondendo hoje em dia por menos de 8% da economia.

Como é a vida em Dubai

E, bem, a cidade é bem bacana mesmo. O problema é que ela é cara que só o diabo e toda espaçada. Assim, tem um bolsão aqui e ali de concentração e depois uns espaços vazios imensos. Então, assim, qualquer rolê mínimo que você quiser fazer leva a horas e horas dentro de metrô, trem, ônibus… Isso quando você não se perde. Cara, quando você se perde, aí sim é um problema, porque tudo é muito grande, as avenidas são muito espaçadas, então você passa um bom tempo andando, andando e andando.

Assim como no Catar, lá também tem a seção “gold” do metrô. É só um vagão separado com um estofado mais afrescaiado e que custa seis vezes mais para você entrar

O Golfo Pérsico é conhecido pelo calor insuportável que faz por lá, mas como eu fui em janeiro eu passei foi frio. Na verdade, teve lugar que eu fiquei menos que o planejado porque eu não tinha levado casaco e frio me castigava, até porque ventava muito.

Devido ao espaçamento da cidade, esses patinetes fazem um sucesso imenso em Dubai

O emirado é governado desde 1833 pela família Al Maktoum e, bem, vocês podem imaginar o quão é tranquila a dissidência política por lá. Hoje o dono do pedaço chama-se Mohammed bin Rashid Al Maktoum e, como todos os tiranos da região, adora posar de reformador ou grande mente brilhante do país.

O homem adora espalhar frases motivacionais de coach barato pela cidade. Vai lá criticar para você ver…

Para vocês terem conhecimento do quão fofo é o rapaz, em junho de 2019, a princesa Haya Bint al-Hussein, esposa do rapaz, supostamente fugiu da família real em busca de asilo político na Alemanha. O caso, nunca bem esclarecido, desencadeou um processo de divórcio que está sendo disputado nos tribunais de Londres. Ela, por via das dúvidas, nunca quis voltar para Dubai depois disso e está morando em Londres até hoje.

Esta não é a primeira vez que um membro próximo da família real de Mohammed Maktoum tenta escapar. Duas das filhas do sheikh, Latifa bint Mohammed al-Maktoum e Shamsa al-Maktoum, já haviam tentado fugir anteriormente. Latifa alegou ter sofrido abusos e prisão domiciliar no palácio real, enquanto Shamsa teria sido supostamente sequestrada em solo britânico e levada de volta ao Dubai em um jato privado.

Tudo isso levanta questões sobre o funcionamento interno da família real do Dubai e coloca em destaque preocupações sobre os direitos humanos e a liberdade individual em uma das regiões mais opulentas do mundo.

Além disso, como em todo Golfo Pérsico, nos Emirados Árabes Unidos muitos trabalhadores estrangeiros, principalmente vindos da Índia e arredores, enfrentam condições complicadas. Uma vez no país, alguns são submetidos a uma forma moderna de servidão, muitas vezes devido a dívidas acumuladas após a chegada. O confisco de passaportes é uma prática comum, especialmente entre trabalhadores não qualificados ou semiqualificados.

O ambiente de trabalho também apresenta seus próprios desafios, com operários enfrentando temperaturas escaldantes que podem chegar a 40°C a 50°C durante os meses mais quentes, como agosto.

Imagina você gastar milhões em um carro para quando você estacionar o povo ficar escorando nele na maior folga do mundo
Sim, mano, o povo é folgado mesmo. Olha só onde ele pôs o filho

As más condições de trabalho provocaram tensões significativas, como evidenciado pelo tumulto no estaleiro de construção do Burj Khalifa em março de 2006. Cerca de dois mil e quinhentos trabalhadores protestaram contra os baixos salários e as condições precárias, resultando em danos substanciais. Muitas vezes, a aplicação das leis trabalhistas existentes é inadequada, resultando em problemas significativos, especialmente para os residentes estrangeiros, que compõem cerca de 80% da população.

Além disso, a homossexualidade é ilegal nos Emirados Árabes Unidos e pode resultar em prisão.

Em um país conhecido por sua modernidade e luxo, há muita coisa em Dubai que fica debaixo do tapete para que o turismo possa florescer.

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