Sempre tive uma lista curta de cidades americanas que realmente queria visitar: Orlando, Nova York, Washington e Las Vegas. Cada uma delas tem algo único que me atraiu desde sempre, seja pelos filmes, pela história ou pelo tanto que falam delas. Nessa viagem aos Estados Unidos, consegui riscar a última da lista. Depois de explorar San Francisco, peguei um voo direto para Las Vegas, a cidade que faltava para completar o “bingo”. Finalmente, era chegada a hora de Vegas
Vegas e a luzes
Cara, vou te dizer. Assim que pousei na cidade fiquei tão impressionado quanto João do Santo Cristo com as luzes de Natal. Vegas é indescritível. A Times Square em Nova York e suas luzes são impressionantes e é de longe o meu lugar preferido em Nova York. Vegas é como uma Times Square, só que IMENSA.
Vai por mim, é lindo demais e eu não lembro de algum lugar no planeta onde eu já tenha visto algo tão colorido e reluzente como Vegas.

Se deslocando em Vegas
Muita gente fala que as atrações em Vegas são apenas em uma rua e isso é meio que verdade, já que a Vegas Strip concentra a imensa maioria dos cassinos. Tem um outro lugar conhecido como a antiga Vegas que é bem legal também, mas vou falar dela mais para frente.
Como a maioria dos cassinos estão todos em uma rua só, deu para ficar usando de boa o busão. Quando a gente chegou, tava fazendo um calor infernal, coisa de 40, 41 graus. Apesar disso foi de boa alternar entre caminhar e usar o busão. A gente descobriu o quanto o busão era tranquilo porque uma noite a gente tava andando na rua, viu uns mexicanos descendo de um busão e fomos perguntar para eles como era para dar rolê em Vegas de busão. Os caras foram gente boa demais, explicaram para gente e ainda por cima nos deram um tíquete de 24 horas de uso de transporte público que eles haviam acabado de comprar e não iam mais precisar. Foi muito da hora.

Essa questão de Vegas ser quase que só uma rua é meio que verdade. Vez ou outra a gente saía um pouco da rua principal e todas aquelas luzes e letreiros sumiam. A cidade virava uma cidade normal americana. Até a galera viciada em drogas, que a gente não via na Vegas Strip, começava a aparecer caminhando como uns zumbis nas ruas. Teve um Mac Donald´s que a gente foi que tinha tanto zumbi nas imediações que o balcão deles era meio que modificado para você ter o mínimo de contato possível com o atendente fazendo quase que uma barricada. Era tenso mesmo. Se eu sentia medo? Cara, era só seguir a regra de ouro, não mexe com eles que eles não mexem com você.
Depois eu fui descobrir que existe uma comunidade imensa de pessoas com problemas com dependência química morando no sistema subterrâneo de Vegas. Vi nesse vídeo aqui abaixo e sugiro demais assistir:
Mas, assim, mais uma vez, Vegas é bem seguro. Antes da gente chegar no AirBnb recebemos a instrução do dono do apartamento para entrar no condomínio. O homem mandou quase que um livro de regras para entrar lá. Não podia isso, não podia aquilo, tinha que dar o nome de todo mundo que iria entrar, tinha que se identificar todo dia na portaria apresentando documento para conseguir um passe diário de entrada no condomínio, tinha que rolar no chão, tinha que bater palma, tinha que imitar o Silvio Santos e por aí vai. Cara, primeira vez que a gente chegou o Uber só gritou “tou indo deixar passageiro”, o vigia nem olhou o carro e mandou seguir. Os outros dias a gente entrava e saía e os porteiros estavam nem aí. Isso para ver como era tranquilo por lá.
Outra coisa que é interessante é que, mermão, Las Vegas hoje quase que cheira a maconha. Como por lá é legalizado, cara, pode onde você passa tem aquele cheio de maconha. Os caras fumam mais que uma caipora. Eu me impressionei um pouco com isso.

Os Ubers de Vegas bons de conversa
E, sim, andar de Uber era uma atração a parte. Cara, a impressão que eu tenho é que os americanos não têm muito costume de conversar no Uber. Então quando a gente entrava no Uber e começava a puxar papo, rapaz… O homem até se assustava. Depois se danava a sair falando da vida. Rapaz, era muito engraçado. Teve um que a gente perguntou só “como tá essa vida?” e o homem se danou a falar, falou da vida dele, falou da mãe, falou da família, falou… falou… falou. Foi muito engraçado. Deve ser chato passar o dia inteiro sem falar com ninguém, então eu acho que os caras ficam meio carentes. Teve um motorista que era nascido e criado em Vegas e a gente meio que perguntou como era crescer por lá. Rapaz, o homem contou da infância, da mãe, da escola… Outro contou para gente que tinha um filho que tava para entrar na NBA e só deixou a gente descer do carro depois de mostrar vídeos do filho dele jogando basquete. Sim, o moleque mandava muito bem.
Mas o mais legal foi o último Uber que nos levou para o aeroporto. Ele era cubano e contou para gente como ele chegou nos Estados Unidos. Cara, ele viajou para Guiana (único país da América do Sul que não pede visto de turismo para cubanos), atravessou pela floresta para Roraima e ficou dois anos em Manaus trabalhando e juntando dinheiro. Depois que ele juntou um bom dinheiro em Manaus ele saiu andando, seguindo por terra, pegando carona, pegando ônibus por Colômbia, Panamá, América Central, México até chegar nos Estados Unidos. Interessante a história dele, né?
Alimentação e supermercado
E, cara, quando a gente viaja aos Estados Unidos a gente entende o motivo dos caras serem imensos de gordo. Em Vegas, por onde você anda tem fast food espalhado. E é o que dá para comer, pois qualquer pratinho mais elaborado, seja um bife com um arroz custa um absurdo. Além disso, a gente ficou quatro dias em Vegas e não vimos, literalmente, um supermercado. Não é zoeira não, a gente chegou em Vegas e queria comprar uns ovos, umas frutas, uns tomates para fazer um café da manhã e simplesmente não achamos. Agora fast food tinha a cada 20 metros. Tudo bem, você pode alegar que a gente poderia pegar um carro e ir atrás de um supermercado, mas isso já é um impeditivo ao americano comprar comida de verdade. Também pode falar “ah, mas estava apenas na área turística”, mais uma vez, isso não é um impeditivo, você anda por Copacabana no Rio e a cada esquina você vê um mercado ou um supermercado.
Lá em Vegas a gente só achava lugar vendendo porcaria. Outras cidades dos Estados Unidos são assim também, fast food em cada esquina e mercado meio longe, mas nada se comparou a experiência que tivemos em Vegas em relação a isso. Outra coisa, comida no supermercado também é cara. Eu lembro de uma vez na Califórnia que eu queria comprar limão para fazer caipirinha e vi que o quilo era dois dólares. Fiz um saco de limão e na hora de pagar a conta deu 60 dólares. Não, não era dois dólares o quilo do limão, era dois dólares POR limão. É por isso que você a galera mais pobre e eles são imensos de gordo, porque acaba que o que sobra para eles é comer no fast food que é o único lugar barato.
Vegas e os cassinos
Sim, Vegas é o lugar dos cassinos, mas como eu nunca entendi a graça que o povo vê em jogar, simplesmente fiquei visitando os cassinos por dentro e por fora. E, sim, vai por mim, tem muita coisa para ser vista dentro dos cassinos. Cada cassino tem um tema, eu fui nos cassinos que tem como tema o Egito, um outro em formato de castelo medieval, o de Paris, o do estilo Veneza na Itália e mais impressionante de todos, o Caesar´s Palace, que tem como tema o Império Romano.
Cara, é muito louco dentro de cada um deles. O Caesar´s Palace, por exemplo, tem uma cópia exata da estátua do Davi de Michelangelo, a sua escultura mais famosa.
Mas assim, eu volto a reiterar, eu nunca entendi a graça que esse povo vê naquelas máquinas caça níquel. Cara, não tem estratégia nenhuma, é só ficar apertando o botão e deixar o cassino levar seu dinheiro embora. Não tem estratégia, você não tem influência alguma no jogo, não tem o que fazer. É literalmente pegar fumar um Derby, sentar em uma cadeira e apertar um botão.

Outros jogos como Blackjack e uma espécie de poker até tem um pouco de estratégia e é legal você ver o povo com alguma emoção jogando. Cara, teve uma mesa com duas chinesas que a gente viu cada uma tirar um calhamaço de cinco mil dólares e entregar pro dealer como se aquilo fosse nada. Parecia que estavam mexendo com dinheiro de banco imobiliário. O dealer pegava o dinheiro, contava e botava dentro de uma caixa empurrando com um pedaço de madeira. Sério, parecia que tava mexendo com papel velho.
Eu lia nos fóruns de viagens sobre os cassinos de Vegas e lá dizia que dava para facilmente você gastar hooooorraaassss visitando cada cassino. Que dentro eles são lindos (o que é verdade) e muito legais de visitar (sim, isso é verdade mesmo). Nos programamos para gastar um turno de cada dia em cada cassino e, cara, meio que em meia hora a gente já tinha visto tudo o que a gente queria ver tirando algumas poucas exceções como o Caesar´s Palace e o cassino com inspiração em Veneza. Não é como um parque temático como os da Disney que tem um bando de coisa para ver. Assim, no final, o lugar é um cassino e se você não vai para lá para jogar e também não para lá para comer em um restaurante, meio que não tem muita coisa para se ver fora do salão principal. Mas sim, ainda assim vale muito a pena visitar. Mais uma vez, os nossos preferidos foram o de Veneza e disparado o Caesar´s Palace.
E tem os shows!
Cara, em Vegas tem show de tudo que você pode imaginar. Tem musicais, tem shows de mágica, tem shows de música, tem escape rooms de zumbis, tirolesa, montanhas russas no meio da cidade, cara, tudo o que você possa imaginar. Obviamente que tudo isso custa e custa caro, muito caro. Ainda assim como tínhamos dois dias cheios em Vegas optamos por ir em dois eventos diferentes, no primeiro dia fomos na mais do que famosa Esfera de Vegas e no segundo a um show do Cirque du Soleil.
Visitando a Esfera de Vegas
A Esfera de Las Vegas, oficialmente chamada de MSG Sphere, é impressionante por ser a maior estrutura esférica do mundo, com 112 metros de altura e 157 metros de largura. O exterior da esfera é coberto por mais de 1,2 milhão de luzes LED, tornando-a uma gigantesca tela digital 360º que exibe imagens, vídeos e animações com uma qualidade visual muito boa. Essa capacidade de se transformar em qualquer cenário visual, desde uma bola de basquete até uma paisagem de tirar o fôlego, proporciona uma experiência muito legal para quem a vê de longe ou de perto, especialmente à noite, quando se torna o centro das atenções na Las Vegas Strip.

Além da estrutura externa, o interior da Esfera é igualmente impressionante. O espaço foi projetado para ser o melhor local de entretenimento imersivo do mundo, com capacidade para cerca de 18.000 pessoas e uma tecnologia de áudio e vídeo inovadora. A experiência visual interna é proporcionada por uma tela curva 16K que envolve completamente a gente, criando uma sensação de imersão total. Tem também um sistema de som avançado, que permite que o áudio seja transmitido de forma precisa a cada assento, além de que cada assento também balança acompanhando alguns movimentos das apresentações. Quando fomos, dava para você assistir um clipe do U2 ou para ver um documentário sobre a Terra. Acabamos decidindo pela Terra.
Dentro da esfera já é uma atração a parte, pois tem vários leds, robôs, muita coisa legal para você dar uma interagida. A única coisa que não é legal é que eles não te deixam entrar de mochila e, para entrar, você precisa deixar a mochila em um armário com cadeado que custa a bagatela de 10 dólares. Cara, 10 dólares para eles, é como 10 reais para gente, só que 10 dólares para gente é quase 60 reais. O jeito foi sair colocando tudo nos bolsos, dobrar a mochila portátil, pôr no bolso e vida que segue. O ingresso já tinha sido caro o suficiente para entrar.


E, sim, foi muito legal, apesar de ter sido caro que só a peste, ainda assim foi uma experiência única que eu sugiro a todos. O som é fenomenal e a tela é realmente uma coisa que eu nunca tinha visto na minha vida. É imersivo, é impressionante, é inesquecível. Assim, valeu cada centavo e olha que foi centavo demais para poder pagar aquilo ali. Mas sim, a esfera é uma daquelas experiências que não existe algo sequer parecido em todo o planeta, pelo menos não que eu já tenha visto.
Show do cirque du soleil – uma visita marcante
Depois do indescritível dia que foi a nossa visita a esfera de Vegas, chegou o dia de assistirmos a uma apresentação do Cirque du Soleil. Cara, essa era de longe a atração que eu estava mais ansioso para assistir pois uma vez o Cirque du Soleil tinha vindo aqui em Brasília e a apresentação foi uma das coisas mais fantásticas que eu já tinha visto na vida. Posso dizer que o show do Cirque du Soleil que eu vi em Brasília foi a segunda maior apresentação coreografada que vi na vida depois do Arirang da Coreia do Norte. Era umas acrobacias malucas, uma galera que voava, alto, mas MUITO alto, enfim, coisa de louco.
E eu estava ansioso. Fiquei pensando, cara, se aqui no Brasil que é uma periferia para eles, foi uma coisa fantástica, imagina como seria na sede deles, em Vegas? Pro público americano? Cara, pagamos o ingresso do show e fomos. Já na entrada havia dezenas de placas dizendo “não use celular”, “celular não é permitido”, “espectadores utilizando celulares serão retirados da plateia”… Rapaz, fiquei pensando, cara, nem na esfera era desse jeito. Dentro da Esfera eles deixavam filmar à vontade. Então se na esfera que foi algo fantástico, podia filmar, imagina como não seria o circo que nem deixava a gente filmar? Escolhemos logo o espetáculo mais famoso, o “KÀ”. Chegamos cedo para não ter probabilidade de dar algo errado. Sentamos no nosso lugar e só aguardamos.
E aí, como foi?
Cara… foi… uma das coisas mais CHATAS, TEDIOSAS e sem GRAÇA que eu já assisti em toda a minha vida. A apresentação até tinha uns recursos multimídia legais, uma baita estrutura de luzes e coisas assim. Mas a apresentação? Cara, foi um mix de “Os Trapalhões” sem graça com acrobacias mambembes que não aconteciam nem nos circos que eu ia quando criança no Aterro do Bacanga em São Luís. Juro para você. Eram umas acrobacias bobas, umas cenas de luta que nas aulas de capoeira você aprende já na faixa branca e umas palhaçadas nível Zorra Total. Juro! Era coisa boba mesmo. Teve uma cena que rolou umas acrobacias com um pêndulo que até foram legais, mas, sério, nada que você não visse em qualquer circo que passe aí pela sua cidade. E eu ali pagando quase o valor de um aluguel em dois dos piores lugares para assistir aquela coisa caquética.
Você pode argumentar “Ah, mas o nome é Cirque du Soleil, logo é um circo, tava esperando o que?”. Cara, eu tava esperando aquele Cirque du Soleil que eu vi em Brasília, que tinha ex-atletas olímpicos fazendo acrobacias mirabolantes, shows de mágica que até hoje eu me pergunto como o cara fez aquilo e uns palhaços que eram super engraçados mesmo sem nem falar português. E olha que eu paguei um décimo do preço em Brasília do que eu paguei em Vegas e ainda assim fiquei em um lugar muito melhor.
Visitando Freemont Street, a antiga Vegas
Por fim, eu não podia deixar de falar da Freemont Street, mais conhecida como a Old Vegas. A Fremont Street está localizada no que é conhecido como “Old Vegas”. Ela foi o centro da vida noturna e dos cassinos da cidade até a expansão da Strip, mantendo até hoje um quê de clássico e da atmosfera nostálgica. O local é famoso por seus cassinos históricos, como o Golden Nugget e o Binion’s, que datam dos primeiros dias da cidade, além da vida noturna, shows ao vivo e entretenimento gratuito. O mais legal de lá é o “Fremont Street Experience”, um imenso teto de LED que fica passando vídeos sincronizados com música em uma experiência sensorial imersiva.

Lá também tem artistas de rua, apresentações de música ao vivo e diversas opções de entretenimento. Quando eu ainda tava lendo sobre o lugar eu via que Fremont Street era o lugar para quem desejava vivenciar uma energia autêntica e vibrante de Vegas ainda nos primeiros anos. No início eu achei que ia ser um passeio daqueles “faça um passeio que ninguém faz e blá blá blá”. Mas, cara, quando cheguei lá… Juro para você, foi a parte que eu mais curti de Vegas. Os cassinos que tinham lá era realmente o que você imaginava como era um cassino no começo de Vegas. Uma galera mal encarada jogando roleta, poker, blackjack e umas mulheres dançando só de biquini em cima das mesas. Do lado de fora, o teto de LED é nada menos do que impressionante. Os artistas de rua são muito interessantes e os shows… cara… Eram 3 palcos em diferentes pontos da avenida tocando música sem parar. Tudo isso de graça. Sério, o som era muito legal, a estrutura era muito top e a galera era muito animada, até porque, como era de graça, misturava todo tipo de gente. De toda experiência em Vegas, a Freemont foi de longe o mais legal e divertido que eu pude ver, até porque, mais uma vez, eu não jogo, então cassino era algo muito sem graça. Vai por mim, se um dia for a Vegas, não deixe de ir na Freemont street.
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2 comentários em “Las Vegas Além dos Cassinos: Experiências Únicas e Histórias Inesperadas”