Miami: Cruzeiro, Bahamas e um Furacão: A Jornada que Quase Deu Errado

Depois de Las Vegas pegamos um voo para Miami. De lá iríamos seguir de cruzeiro para os Bahamas, país que eu ainda não havia visitado. Acabamos pegando esse cruzeiro porque era um preço bom e viajar para o Bahamas de outra forma era sempre bem mais caro.

Descemos em Miami e o máximo que fizemos na cidade foi seguir para o nosso Airbnb para descansar já que o voo de Vegas a Miami foi longo, na verdade cruzou quase os Estados Unidos inteiro de uma ponta a outra. Descansamos e no outro dia pegamos o Uber e seguimos para o porto para pegar o navio.

No chão do elevador tem dizendo qual dia da semana estamos. Acredite, se não tem isso você realmente perde noção de que dia está

Inicialmente eu confesso que eu tinha um certo preconceito com cruzeiros. Achava que era um passeio daquele de tio velho aposentado, mas, cara, vou te dizer, acabei me surpreendendo. Primeira coisa que me chamou a atenção é como eles são organizados. Cara, estamos falando de uma logística para receber quase 8000 hóspedes em um pequeno espaço de horas e também acomodar quase 2500 tripulantes. É realmente algo bem interessante observar isso.

Observar a tripulação é outra coisa interessante também. Cara, parece que você está visitando aqueles bares do Star Wars, já que tem gente de todo canto do mundo trabalhando nesses navios. Mas sim, a grande maioria são indianos, chineses e filipinos.

No começo eu acabei não gostando muito porque eu fui descobrir que internet era paga a parte (e bem cara) além de que as bebidas, mesmo não alcoólicas, não estavam inclusas, só podia beber água. Mas no final achei até bom, foi uma oportunidade para se desintoxicar um pouco de refrigerante e internet.  Depois eu descobri que eu tinha alguns dólares de crédito por conta do pacote que eu comprei e os usei para comprar internet e alguns refrigerantes, ainda que não tenha gastado todo o crédito.

Comida no cruzeiro é a rodo. Você come o quanto quiser, quantas vezes quiser e tem vários restaurantes diferentes com pratos diferentes pelo barco inteiro. A noite você ainda pode reservar um restaurante mais requintado para poder ficar comendo pratos mais chiques, mas eu gostava mesmo era do buffet.

Comida para todo lado!

Além disso, tinha aquilo que eu achava que era a coisa mais de  tiozão dos cruzeiros: os show. Eu achava que era aquela coisa bobinha, para tiozão ver. Rapaz… Eu curti bastante. Na verdade curti bem mais do que a apresentação do Cirque du Soleil que eu vi em Vegas. Eram uns shows bem legais mesmo. Teve um show de patinação que tinham patinadores que chegaram a até mesmo a fazer parte da equipe nacional americana de patinação.

Outra coisa interessante é que no cruzeiro tem uma galera que vai em umas excursões enormes! É muito engraçado, eles fazem camisas personalizadas e todo os dias estão circulando pelo hall com as mesmas roupas.

Por fim, eu fiquei pensando na questão da segurança. Estamos falando de quase 10.000 pessoas confinadas. A título de comparação, quase metade dos municípios do Brasil não tem essa população. É um mundaréu de gente se divertindo e, principalmente, bebendo. Como faz para controlar todo esse povo? Conversei com uns seguranças que ficavam patrulhando o navio e eles me explicaram que, como o navio era de bandeira americana, lá todo mundo estava sob leis americanas. Então, assim, se duas pessoas saíssem no tapa, o que aconteceria? Ele me explicou que eles tentam o máximo resolver as coisas na boa, mas em situações específicas eles podiam usar a força e até mesmo “prender” pessoas. Dentro do navio tem até mesmo celas para conter pessoas até a hora que o navio possa chegar em um porto e a polícia possa assumir o caso em questão.

Como falei, o cruzeiro é como uma mini cidade em movimento.

Desembarcando do cruzeiro

Beleza, o cruzeiro foi muito legal, a viagem pros Bahamas foi super bacana. Agora era hora de descer do navio e aproveitar as duas noites que ainda tínhamos para aproveitar em Miami. Pelo menos assim era o plano.

Rapaz, quando ainda estávamos no navio começamos a ouvir as notícias sobre o furacão Milton, aquele furacão que ficou nas manchetes de jornais por um bom tempo em outubro de 2024. Quando começamos o cruzeiro, ele estava previsto para ser forte, depois mudou para muito forte e quando estávamos descendo do navio haviam mudado a previsão para apocalíptico. E o melhor era que a festinha com os quatro cavaleiros do apocalipse estava marcada para acontecer bem no dia do nosso voo de volta de Miami. Sério. No. Dia. Do Voo. De. Volta.

Começamos a ficar um pouco preocupados com isso, porque poucas coisas me deixam mais desconfortáveis e preocupados do que morrer. Começamos a falar com as pessoas e todo mundo falava “ah, cara, de boa, é só estocar comida, fechar as janelas e esperar tudo passar”. Mas, mano, como a gente ia fazer isso? A gente tava em um Airbnb cuja hospedagem acabava, veja você, no dia do apocalipse, haja vista que, mais uma vez, era o dia em que iríamos pegar o voo de volta para Brasília. Então, a gente ia estar meio que desabrigado no fatídico dia. Uai, então era só ir pro aeroporto, pegar o avião e ir embora, não? Então, não! Dois dias antes da gente viajar já estavam falando em fechar o aeroporto até o furacão passar. A companhia aérea podia até pagar o nosso hotel, mas com certeza eles não iriam procurar um para gente. Nas TVs a gente via o governo falando em estocar comida, água e dando endereços onde você poderia pegar sacos de areia e também abrigos caso “a sua casa fosse destruída”.

Eu e Bruna não pensamos duas vezes. Descemos do cruzeiro as nove da manhã e seguimos para o aeroporto de Miami para tentar pegar o voo de volta no mesmo dia antes do furacão chegar. Chegamos no aeroporto e não havia ninguém da GOL haja vista que o voo era só as 10 da noite e o povo do check in só iria chegar por volta das 6 da tarde. Enfim, decidimos ficar por lá e ver o que iria acontecer.

As horas foram passando. 10 horas, 11 horas, meio dia, uma hora, duas horas, quando foi umas três da tarde, em um dos nossos passeios pelo aeroporto para passar o tempo a gente só escuta um tumulto, uma gritaria, cachorro correndo para todo lado e policial gritando. E um bando de viatura da polícia com a sirena ligada no alto e carro cantando pneu. Pronto, o furacão tinha chegado dois dias mais cedo.

Nada!

Mano, acredita que teve uma ameaça de bomba e atentado terrorista no aeroporto? Bem. No dia. Que. A gente. Tava. Lá. Pronto, além de dançar com cavaleiros do apocalipse a gente ainda teria que lidar com um atentado terrorista. Só sei que não pensei duas vezes, saí correndo para onde a polícia tava gritando e voltei pro meu saguão.

Depois parece que era alarme falso, mas que parecia aquelas cenas de filme, parecia.

Cara, aquela viagem tinha tudo para ser zicada.

No final, aprece que foi alarme falso e foi só o susto.

https://aeroxplorer.com/articles/miami-airport-shut-down-and-evacuated-for-investigation-into-suspicious-item.php

Bom que ajudou a passar um pouco o tempo.

Mas, assim, ainda tínhamos que tentar a nossa passagem.

Quatro da tarde. Cinco. Seis horas da tarde começou a chegar o pessoal da GOL.

Conversa daqui, implora dali, acabou que o pessoal do aeroporto foi super gente boa e conseguiu por a gente no voo sem taxas. Argumentamos o óbvio, era melhor a gente ir logo naquele dia porque, como havia previsão do aeroporto ser fechado nos próximos dias, ia ficar muito mais caro para companhia aérea ficar pagando hospedagem e alimentação para gente até a hora de voltarmos para casa.

Entramos no voo e seguimos para Brasília.

E como foi o furacão? Bem, na parte Noroeste da Flórida foi realmente apocalíptico, mas acabou que em Miami não aconteceu quase nada. Na verdade, parte da galera da Flórida foi até se abrigar em Miami. Nosso voo dois dias depois, como foi?

Não só não foi cancelado, como ele saiu no horário, ao contrário do voo onde fomos recolocados dois dias antes que saiu com duas horas de atraso.

O importante foi que a gente chegou vivo e mais uma vez não ficamos desconfortáveis morrendo.

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