OMÃ: ENTRE FORTALEZAS PORTUGUESAS E TESOUROS DA HISTÓRIA – UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA!

Depois do Catar dei uma rápida passada por Dubai (que vou descrever melhor no post sobre os emirados árabes unidos) e segui para o Omã.

O Omã, sim, foi um país que eu não tinha a mínima ideia que tinha por lá, só fui mesmo porque estava viajando pelo Golfo Pérsico então, pensei, por que não?

Como não precisa de visto para poder ir para lá, simplesmente comprei a passagem e vamos.

História do Omã

A primeira coisa que me chamou a atenção foi o nome da capital, era um nome que eu já tinha ouvido em algum lugar: Mascate.

Te traz alguma recordação esse nome?

Mascate no Brasil virou sinônimo de caixeiros viajantes, aqueles caras que iam viajando de cidade em cidade vendendo produtos que não estavam disponíveis naquela localidade. Na verdade, houve até uma guerra em Pernambuco que ficou conhecida como a Guerra dos Mascates quando a população de Recife entrou em guerra contra a população de Olinda. Fui pesquisar a improvável possibilidade de ser apenas uma coincidência fonética, mas não, o termo “mascates” para se referir a comerciantes vem realmente devido ao fato do povo do Omã, e de sua capital, Mascate, serem habilidosos comerciantes viajantes, o que levou ao surgimento do termo entre os portugueses. Doido, né?

Na verdade, a região de Omã seguiu a trajetória de grande parte das outras localidades do Golfo Pérsico, esparsamente povoada, dependendo do comércio e da produção de pérolas marinhas.

Ficou assim mais ou menos até quando os portugueses começaram a fazer o caminho para as Índias e lá instalaram um entreposto comercial para ajudar no abastecimento dos navios a caminho do subcontinente indiano.

Na verdade, hoje, próximo de Mascate, você tem muralhas, fortes e torres de observação construídas ainda pelos portugueses que ficaram lá até o esfacelamento do Império Português no século XVI.

Algumas das muralhas e torres que podemos ver ao redor de Mascate. Parte delas construídas pelos Portugueses

Com a saída dos portugueses, tudo voltou ao mesmo marasmo que era desde sempre com povos nômades e baixa atividade econômica.

E então surge o petróleo

O Omã era uma terra tão esquecida que chegou no início do Século XX com apenas 3 escolas no país inteiro. Até que no Século XX o Golfo Pérsico inteiro começou a nadar no petróleo e o Omã foi junto. O país não ficou tão rico quanto seus outros vizinhos do Golfo Pérsico, mas hoje é um lugar relativamente mais rico que o Brasil. E, bem, é um dos países mais seguros do mundo também.

Assim como os seus vizinhos, o país tem um dono e o simpático rapaz que manda no pedaço chama-se Haitham bin Tariq Al Said. Como todo governante absolutista ele quer passar uma imagem de reformador, de grande líder e de amado pelo povo, mas todo mundo sabe como são os calabouços onde são jogados quem se atreve a falar um ai contra o governo.

Foto do Al Said em um pequeno negócio de um indiano. É obrigatório? Acho que não. Mas vai não botar a foto do homem na sua loja. Ele tá em todo lugar, abaixo outra foto em uma sala Vip de aeroporto e também em todas as notas de dinheiro

Além disso, ele tenta passar uma imagem de que tem uma grande preocupação em educar a população, mas o índice de analfabetismo é parecido com o brasileiro (ok, não é ruim, mas não é a maravilha toda para você vender a imagem de grande reformador). Mas, assim, aparentemente há saúde e educação universais e pude perceber na rua que grande parte dos omanis podiam falar alguma coisa de inglês (o que é quase inexistente no Brasil, por exemplo).

Olha o tamanho do iate real

Inicialmente o Omã tentou ser meio que a Suíça do Golfo Pérsico, tentando ser um país neutro e moderador de conflitos na região, mas poucos países levam isso a sério (vez ou outra um ou outro acordo é assinado por lá, mas o conflito atual de Israel x Hamas em 2024, por exemplo, tá sendo mediado pelo Catar e ninguém nem ouviu falar do Omã). Também tenta passar a imagem de um país liberal, o que parece ser parcialmente verdade haja vista que, pelo menos ao tempo que estou escrevendo, havia várias ministras mulheres e aparentemente elas dispões de diversos direitos que não tem em outros países do Golfo Pérsico.

Caixas e caixas de bebidas sendo vendidas no aeroporto. Sim, no Omã é permitido bebida alcoolica. O que demonstra que é um país mais liberal que seus vizinhos

Assim como outros países do Golfo Pérsico, os filipinos, paquistaneses e indianos estão por todos os lugares fazendo os trabalhos de mais baixa qualificação (à exceção dos táxis porque, segundo um taxista me falou, apenas omanis podem ser taxistas). Isso faz com que quase metade da população inteira do país seja de estrangeiros.

Uma bela representação do que são os países do Golfo Pérsico. Shoppings imensos, mulheres com apenas os olhos a mostra e os filipinos limpando o chão
E esse campeão que arrancou a camisa no meio do aeroporto e ficou de boa?

Não sei se é porque lá não tem prédios muito altos (que, portanto, fazem sombra), mas a impressão que eu tive foi de sofrer muito mais de calor lá do que no Catar e em Dubai.

No final, a impressão que ficou do país foi muito boa. Todo mundo era muito gente boa com você pelas ruas e eu adorei as fortalezas portuguesas espalhadas pela cidade inteira. O Omã é um país muito pouco visitado e acho que isso faz com que ele seja bem mais interessante.

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