Índia – A primeira enrolada a gente nunca esquece…

Deli foi uma das maiores experiências que tive viajando pela Índia. Tanto na parte do aprendizado cultural quanto em aprender como a Índia é um local em que quase todo mundo que te enrolar com algo. Só pra vocês terem uma idéia, já na primeira noite que eu cheguei a Deli, o taxista já tentou me roubar.
Cheguei ao aeroporto e procurei por um posto de táxi pra poder ir pra casa do Avinash, brother que ia me hospedar. Fui a um balcão que vendia táxi “pré-pago” e mostrei o endereço. O cara falou que o táxi pro endereco que eu mostrei custava 200 rúpias. Fui lá, paguei e fui procurar pelo meu táxi. Peguei o primeiro taxista da fila, mostrei o comprovante, mostrei pra onde ia e ele reclamou que praquele lugar era mais caro e que eu paguei menos do que devia. Como há muito tempo eu aprendi a confiar até no cão, menos em taxista, fui ao balcão, mostrei o endereço novamente e realmente foi constatado que havia um erro. O balconista falou que eu deveria pagar mais 160 rúpias. Fui pagar a ele, mas ele falou que tava de boa, que era só pagar ao taxista direto. Como aprendi a confiar até no cão, menos em taxista, pedi a ele que escrevesse no papel aonde eu tinha anotado o endereço quanto a mais eu deveria pagar. Ele foi lá e anotou.
Voltei pro táxi e mostrei pro taxista que ia pagar as 160 rúpias a mais e que tava tudo de boa. Ele foi lá e foi me levando. O aeroporto era deveras longe da casa do Avinash. No caminho, descobri que o taxista não falava bulhufas de inglês, as únicas palavras que ele sabia falar eram as palavras pra tentar me roubar.
Rapaz, mas foi só a gente sair da área do aeroporto (tirando todas as minhas chances de trocar de taxista) que o show começou. Primeiro ele começou a falar “tool fee, tool fee” (taxa de pedágio, taxa de pedágio) e através de gestos ele falou que eu deveria pagar além das 160 rúpias, mais 50 rápidas devido ao tool fee. Na hora vi que era “migué”, haja vista que no recibozinho que me deram no aeroporto estava escrito bem claro “TODAS AS TAXAS ESTÃO INCLUSAS”. Depois de algum tempo tentando falar que eu não ia pagar p* (patavina) nenhuma a ele, resolvi entrar no joguinho dele e satisfazer o meu desejo sádico.
Fiz cara de gringo e comecei a dar a entender a ele através de gestos: – “Jura? Oh, perdão! Como não pude notar tal erro?!?! Claro que tenho que pagar as 50 rúpias devido ao tool fee, claro que vou pagar, não há problema.”. Rapaz, fiz a maior cara de gringo bobo que consegui e o rapaz realmente acreditou que eu tava aceitando o que ele falou. Ah rapaz, pra que? De dez em dez minutos chegava uma “fee” diferente. E era gasoline fee, e era parking fee (taxa de estacionamento), night fee (bandeira 2) e era uma pancada de taxa que ele ia colocando… Chegou uma hora que eu não tava entendendo era mais nada, já que o bicho se empolgou e tinha acabado todas as palavras que o cara sabia em falar em ingles(ele só sabia falar fee e os números em inglês). Ele tava falando era qualquer coisa em híndi seguida da palavra fee. Só sei que demorou quase uma hora e meia pra chegar na casa de Avinash e quando cheguei o preço já tava QUATROCENTAS RÚPIAS a mais! Queima!! Mermão, eu via a felicidade nos olhos do taxista! Cada taxinha que ele inventava (e eu aceitava sem nem reclamar dava só um sorriso e fazia o sinal de ok, ok) ele abria um sorriso de uma orelha a outra. Acho que ele ia só pensando: – “Eita que eu vou me fazer com esse gringo idiota! Vou ganhar dinheiro que só o diabo! Se pá compro até um táxi novo!”. Quando chegamos à casa de Avinash, o bicho tava sorrindo mais que professor de aeróbica.
Mas o meu plano maligno estava apenas começando! Rapaz, mas naquele dia eu tava mais malvado que cupim que rói santo! Chegando à casa de Avinash, pedi ao porteiro pra chamá-lo e o taxista ficou do meu lado. Rapaz, pense num cara que ficou mais aperriado que ateu no dia do juízo final quando percebeu que eu ia chamar um nativo pra poder pagar a conta? Ah, meu amigo, mas aí o cara se desesperou! Começou a falar money, money… e eu só gesticulando: “Relaxa doido, o money tá vindo dali de dentro”. Satisfiz plenamente o meu desejo sádico vendo aquele pobre coitado implorando (literalmente! Tava com a mãozinha estendida e tudo) pelas sonhadas 400 rúpias dele. Cara, o bicho depois de uns 10 minutos começou a fazer foi cara de choro! Eu nunca tinha visto um homem crescido fazer aquilo, cara! Confesso que esse foi o único momento que realmente senti pena do taxista!
Cara do motorista implorando pelas tão sonhadas 400 rúpias dele

Quando Avinash chegou, já fui logo falando: – “Avinash, eu não sei o que esse cara tá me enchendo o saco, cara! Tá aqui o comprovante do táxi pré-pago que eu paguei lá no aeroporto dizendo que é pra me deixar no teu endereço! Tá aqui omostrando que eu paguei o que devia (é LÓGICO que eu não falei do erro do balcão e que, pelo menos as 160 rúpias que o cara me cobrava a mais, estavam certas!). Ele tá querendo me cobrar quase três vezes mais!”. Ah, menino, Avinash ficou que nem bicho! Eu vi Avinash bater na mesma hora no cara! Na mesma hora mandou o cara ir embora! Falou ele não ia pagar era nem 10 rúpias a mais e que era pra ele deixar de ser cabra safado!

Ah mermao, mas na hora que o Avinash falou que nao ia dar nem 10 rupias a mais pra ele, o cara pegou mais ar que pneu de trator… Na hora que o taxista viu que nao ia receber nada, ficou mais brabo que siri dentro de lata… Beleza, ele tentou me roubar, mas pelo menos as 160 rúpias era direito dele de receber. Avinash chegou até a me perguntar e eu falei que não sabia que diabo o cara estava falando (Hua hua hua, Risada Maléfica). Depois que o taxista começou a se exaltar (pô, cara, as 160 rúpias eu realmente deveria pagar) até o porteiro, bufando, na febre, já veio pra saber o que era. Ficou aqueles tres caras olhando pra ele com aquela cara “qual é, brother?”. De uma hora pra outra o taxista se viu mais bandeado que peru em véspera de natal! Como o taxista era metido a esperto e não a suicida o pobre indiano, franzino e bigodudo, vendo que o bicho ia pegar pra ele, entrou correndo no táxi e foi embora. Mas foi sem nem pestanejar!
Resultado: O pobre taxista que achou que ia fazer uma grana besta em cima de mim, acabou indo embora recebendo a metade do que tinha direito e por pouco não levou umas porradas. Se eu ri? Por pelo menos uma semana esse “feitiço contra o feiticeiro” ou “caça contra o caçador” me fizeram rir MUITO.
E essa foi apenas a primeira das milhares de tentativas de me roubar que tive experiencia na India.
O mal do esperto é achar que todo mundo é besta.

25 comentários em “Índia – A primeira enrolada a gente nunca esquece…

  1. Huhuhu. Primeira! ! !Bom dia. Malandro, que história heim ??? Mas você ainda não respondeu sobre os seus pés!Beijos e atéContinue nas presepas.

    Curtir

  2. por esses texto seu contando e suas aventuras e demais… tu saca demais nesse tipo de relato… (nao e q teu to babando ovo naum)… mas ate tava com saudade… snif snif… eehehhh…porque esses texto q vc tava fazendo estilo wikipedia… que ate parecia copia… tava muito chato… vamo la contas as aventuras… as suecas quentes.. a indianas em cham ( q deve ser esquisito) … as polacas fogosas… e isso q tamo afim de ver… e baguaceira msm…

    Curtir

  3. a trip pelo q parece ta se encaminhando pra reta final…. deixa o gran-finalle pra quando lançar o livro… nao conta o final p galera.

    Curtir

  4. AUAHOIAHAUOIAHIUAHIOAHIUHUAHAOUOHIHAOIUHAAHAHIOAUHIAHAUHAUIAHIOUAAessa foi MUUUUITO boa!bem feito pra esse taxistaa.. uaaoiuaoaauaiohuihaiohaiuhaivou se meter com maranhense, dá nisso!

    Curtir

  5. ô Claudiomar, você ai conhecendo o mundo e o único lugar que eu queria ir é pra tua terra.E nem isso eu consigo…aff.Que paraibana lascada sou eu.Mas todo mundo tem o sonho de viajar ne?Vc eh fodastico viu!

    Curtir

  6. E tomaaaaaaaaaaa!!!Lá na Índia é assim mesmo, e quando for comprar alguma coisa, tem que pechinchar, sempre!!

    Curtir

  7. Claudiomar!!! Mas isso não é só na Índia não… Acho que é um mal da Ásia em geral… Fora que eles acham que todo mundo que é “branco” é milionário, né! Beijinhos, Lulu

    Curtir

  8. Ola!So passei pra te dar os parabens!Legal seu blog,adorei.Pra vc ter uma ideia,eu tenho que sentar,fazer um cafe,ou um cha,and relax,so I can enjoy your stories better,rsrs.Good job!!!!

    Curtir

  9. eitaaaaaa raca ruim eh a raca de taxista!! pior que eles so mototaxistas e motorista de onibus!! cuidado malandro eauhae

    Curtir

  10. Sensacional!Maranhão, faz o favor de colocar as cotações em dólar pra gente saber quanto dinheiro que é… Eu não faço a menor idéia de qto vale uma rúpia!

    Curtir

  11. Isso não acontece só na Índia, pode ter certeza 😉Taxista é assim mesmo, ainda mais na Ásia!Já estive na Ásia, se você parece gringo e não fala a língua local já era, procure saber os preços com antecedência ou o pessoal não perdoa!Algo que aconteceu comigo, um dia de chuva na China precisava de um documento com urgência e tive que pegar um táxi. Falei o endereço mas o cara começou a dirigir no sentido oposto! Sorte minha que sabia onde era o lugar e sei falar chinês…

    Curtir

  12. caracas vei, muito boa essa estória!!!Já fui roubada por um taxista em Buenos Aires, mas eu tava com tanto medo do cara que eu sabia qye ele ia me roubar eu fiquei impotente, mas é uma grande estória tb!!!!!Cynthia

    Curtir

  13. rpz… sou de salvador BA, estou amando d+ esse seu blog… essa sua vida de sair viajando deve gastar um $ retado em rpz.. tem q ter cacife!!flws parceiro abração!!

    Curtir

  14. Porra, Maranhão, eu me divirto pra caralho com suas historias mundo afora, mas essa foi, seu duvida, a melhor ate agora!!! Hahahaha… Abraços

    Curtir

  15. Faltou, na época, contextualizar monetariamente a situação: Meeeu, quase um quebra pau para deixar de pagar 15 reais! (400 rúpias!) no lugar de 5 reais por uma viagem de mais de hora. hahah. Tá bom, tá bom, a questão não é prejuízo, é ética e princípios (Se bem que Bill Gates também não ficou rico fazendo caridade).

    Curtir

Deixe um comentário