Vida em Nouakchott – Capital da Mauritânia – Curiosidades sobre a Mauritânia

Os mauritanos são apaixonados por futebol. Rolou a final da Champion´s League entre Atlético de Madrid e Real Madrid e, cara, parecia final de Copa do Mundo! Simplesmente não havia lugares onde ver o jogo nos cafés (lá eles não tem bar) e tinha gente, literalmente, do lado de fora.
A gente acabou tendo que improvisar.
 Assim como no Nordeste tem uns traidores que torcem para times cariocas ou paulistas (além de um time do estado), todo mauritano tem um time local e um time europeu, geralmente espanhol, geralmente Real Madrid ou Barcelona. Quando o Real Madrid foi campeão, os bichos comemoraram demais.
Teve galera passando de carro no meio da rua buzinando e comemorando e tudo. Como falei, parecia final de Copa do Mundo.
Outra coisa estranha é que ser gay dá pena de morte, mas os homens lá andam de mãos dadas, se cumprimentam se beijando, um senta no colo do outro e tudo mais. Às vezes o cara pode ser gay e nem saber, já que se for, ninguém vai notar.
Apesar de ser permitido as mulheres se divorciarem, esse parece ser um dos poucos direitos as quais elas têm acesso. Andam todas empacotadas e sempre com o véu na cabeça. As poucas que vi na rua sem estarem todas cobertas, só com o rosto de fora, ou eram estrangeiras ou bem negras, o que me leva a crer que eram da África Subsaariana, provavelmente Senegal. Nos restaurantes, os garçons eram sempre homens, com exceção de alguns poucos lugares onde éramos atendidos por senegalesas. Os homens usam uma indumentária própria também, chamada de boubou, que parece uma capa que cobre o corpo inteiro. É bem característico de lá e quase todo mundo usa na rua.
Galera de boubou assistindo ao jogo
Aqui um grupo de homens de boubou próximos a um lugar onde se vende detector de metais. Sim, a venda de detectores de metais lá na Mauritânia tá bombando. Acharam ouro no interior do país e a galera tá indo em peso tentar a sorte
Conversei com uma brasileira que havia conhecido um mauritano no Rio. Eles se casaram e mudaram pra Mauritânia. Perguntei se ela usava o véu para cobrir o cabelo ao sair na rua. Ela me disse que às vezes sim às vezes não, mas que gostava de usá-lo porque não precisava ter o trabalho de ficar arrumando o cabelo todo dia pela manhã, como a maioria das mulheres no Brasil fazem. Era só levantar, colocar o véu no cabelo estivesse ele arrumado ou não e sair para trabalhar.
Isso me lembrou de um livro onde eu lia uma discussão entre uma árabe e uma francesa sobre liberdade. Achei interessante quando a árabe falava que as ocidentais eram supostamente mais livres em se vestir, mas havia uma cobrança muito grande de si mesmas por sempre estarem bonitas, bem vestidas e maquiadas até para fazer as coisas mais banais quando saíam as ruas. Isso sem falar no tanto de tempo que elas perdiam fazendo isso todos os dias pela manhã. Sem falar na depilação constante. Apesar de uma aparente maior liberdade, as ocidentais também enfrentavam um certo cerceamento na sua aparência e que nesse estrito ponto as árabes eram mais livres.
Assim como no Marrocos, que também foi colônia da França, na Mauritânia também vendem aqueles doces de confeitaria francesa
Embaixada da França na Mauritânia. Ela é monstruosa, pega um quarteirão inteiro
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