Entre cafés e cartagineses – história da Tunísia

Nós nunca ouvimos falar muito da Tunísia que parece ser um país distante e perdido lá no meio das Arábias. Porém, mal sabemos que eles têm uma história muito rica que chegamos até mesmo a aprender na escola.
Os fenícios, povo baseado no Líbano e que foram os reis do Mediterrâneo à época, fundaram devido à localização estratégica um entreposto que depois se tornou uma das cidades mais importantes do Mediterrâneo, Cartago. Os bérberes, povo que existe até hoje e o qual já escrevi sobre no post sobre o Marrocos (ler aqui o post) tomaram a cidade depois. Da mistura de fenícios, bérberes e alguns europeus, formou-se o império cartaginês. Ele chegou a ter quase metade da Península Ibérica, grande parte do Norte da África, as ilhas de Córsega, Sardenha e o Oeste da Sicília. Um império tão forte que começou a preocupar Roma.
Império cartaginês no auge
Os romanos viviam um relacionamento de amor e ódio com Cartago. Tanto que hoje quando alguém quer se referir a algum chato e pedante e que no final sempre quer dizer a mesma coisa, quando ele termina de falar você complementa “Delenda est Carthago” (Cartago deve ser destruída). Isso faz referência ao Senador Catão, o Velho, que podia estar no Senado falando de economia ou golfinhos, mas sempre no final terminava o seu discurso dizendo “Delenda est Carthago”
O desfecho não poderia ser outro e Roma saiu pro pau com Cartago dando origem as famosas Guerras Púnicas que duraram quase 120 anos. Cartago foi sendo devargarinho capitulada, primeiro perdendo suas ilhas no Mediterrâneo, depois a Península Ibérica e depois sendo destruída. Não foi uma guerra tão simples quanto imagina. Em determinado momento, um general cartaginês, Aníbal, atravessou os Pirineus e chegou as portas de Roma com seus elefantes de guerra e Roma quase conheceu o seu fim. Ele era um estrategista tão brilhante que até hoje a forma com que ele organizava e movimentava suas tropas é estudada nos manuais militares. Em resposta, os romanos lançaram um ataque direto a cidade de Cartago que obrigou Aníbal a recuar. Roma venceu a batalha e conquistou Cartago. Eles tinham tanto ódio da cidade que a reduziram a cinzas e escravizaram os seus habitantes.
Após as Guerras Púnicas o Mediterrâneo foi renomeado como Mare Nostrum (nosso mar) e Roma de fato conquistou todo o mundo conhecido pelos Ocidentais. Hoje seria um feito mais ou menos como um país tomar e unificar todo o Atlântico sobre seu poder.
Ainda existem algumas ruínas de Cartago nos subúrbios de Túnis, mas não são da Cartago original. Roma, mais uma vez devido ao posicionamento estratégico de Cartago, reconstruiu uma cidade no mesmo lugar a e renomeou como Cartago, que depois virou Túnis.
Depois da queda de Roma alguns impérios tomaram conta de Cartago, como os vândalos, até que os árabes islâmicos tomaram a cidade novamente, o que se mantém até hoje já que 99% da Tunísia é islâmica e de maioria árabe com algumas minorias bérberes e europeias. Em 1881, se tornou colônia francesa vindo a conquistar a sua independência apenas em 1956. Da colonização francesa houve a herança da língua, o francês que é falado virtualmente por todo mundo, e a urbanização de Túnis, que em sua avenida principal lembra as ruas parisienses com seus cafés
Semelhanças entre os cafés em Tunis (acima) e um café em Paris (abaixo)
Herdaram da França, também, o talento que eu mais gostava: Tortas! Rapaz, eu comia pelo menos uma dessas aí abaixo por dia!
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