Viajando pelo Pantanal – uma velha chata e muita confusão

Passeamos a tarde inteira de barco. Depois de um tempo, o guia parou o barco num cantinho pra gente esperar o pôr-do-sol. Cara, que cena linda, viu? É muito da hora ver o sol indo se pôr devagarzinho lááááá atrás do rio e das árvores. Ficamos admirando aquele sol se pondo e então seguimos viagem de volta para o hotel fazenda.
A viagem de volta, rio acima, também foi bem interessante. O guia ia com uma lanterna focando as margens e dentro dos rios procurando alguma coisa interessante. Cara, o que a gente mais via eram muito, mas MUITOS olhos de jacarés por todos os lados. Mas parecia que uma hora ou outra o barco ia passar por cima de um deles, tanto eram os olhinhos que víamos por todos os lugares. Mas o mais legal mesmo não foi nem os jacarés, o mais da hora foi que teve uma hora que o guia pediu silêncio pra todo mundo e começou a focalizar algo estranho do outro lado da margem. Ele foi chegando perto, perto, perto… Quando vimos, era uma onça, descansando, imponente, do outro lado do rio. Cara, muito legal ver um animal assim, no meio do ambiente selvagem. Só que claro, nada podia ser perfeito. Aquela velha, CHATA, ENJOADA DA PORRA, deu tanto escândalo quando o guia começou a chegar mais perto da onça, que ela acabou entrando pra dentro do mato. MISERÁVEL!
Essa foi a melhor foto que consegui bater com minha câmera maravilhosa

Na volta vim conversando com o guia e perguntei se ele não tinha medo desses bichos de dentes afiados que ficavam andando pra cá e pra lá no Pantanal e ele me falou que nunca houve problema. Piranhas vez ou outra mordem as pessoas, mas disse que não é que nem filmes, onde uma morde e aí já vem uma cambada mordendo uma atrás da outra. Disse que vez ou outra elas até mordem, mas que você, apesar de ficar sangrando, dá pra nadar até a outra ponta da margem antes de ser todo comido. Jacaré então, esse sim era bem mais tranquilo. Ele falou que o máximo que aconteceu de um jacaré ir pra cima de alguém foi numa pousada que ele trabalhava antes. Diz que lá tinha um que era meio que de estimação da galera. Todo resto de comida e de peixe eles iam lá e jogavam pra esse jacaré comer. O jacaré, sabendo que ali tinha comida fácil, ficava por ali mesmo. Os turistas então, adoravam, pois o bicho era mansinho e todo mundo ia bater foto com ele. Até que um dia uma turista tava lá pescando e puxou um peixão imenso com o anzol. Rapaz, pra que? Esse jacaré diz que viu esse peixe no anzol, os olhinhos deles começaram a brilhar e lá se danou ele pra correr atrás do peixe. Mas gente, o detalhe, o peixe ainda estava na vara da turista. Rapaz, diz que esse jacaré começou a correr atrás dessa mulher e essa turista começou a gritar desesperada por socorro achando que ele queria comer ela! Diz que o jacaré só parou de correr atrás dela quando ela largou a vara com o peixe no chão. Eu perguntei pra ele o que ele fez quando viu a cena: – “Eu? Eu não fiz nada, fiquei foi só rindo mesmo, pois sabia que o jacaré não estava correndo atrás da mulher, mas sim atrás do peixe”. Isso, a mulher correndo desesperada, achando que ia ser devorada, temendo PELA VIDA e o cidadão dando risada. Vida de guia é uma graça mesmo.

Depois de realizado o passeio e de ter comido como um bicho quando voltei pro hotel-fazenda (cara, esses lugares que você paga um valor e come até morrer, sempre me fazem muito mal), acatei os conselhos que algumas pessoas me deram antes de eu ir pro Pantanal e fui direto pra cama dormir. Por quê? Bem, todo mundo sempre me aconselhou a não perder duas coisas no Pantanal, o nascer do sol e o pôr-do-sol. Bem, o pôr-do-sol eu já tinha visto, faltava agora só o nascer.

E AMANHECE NO PANTANAL

Acordei cedinho no outro dia, por volta de umas cinco da manhã e segui pra ponte que havia logo perto pra poder esperar o sol nascer. O grande problema foi como chegar nessa ponte. Por quê? Cara, como falei, era um hotel fazenda no MEIO do mato e pra poder sair desse hotel fazenda eu teria que sair andando no MEIO do mato. Qual o problema? Rapaz e o medo de uma onça sair do meio do mato e querer me comer? Pode parecer besteira, mas depois de vir ouvindo história de uma onça que comeu uma menina e só deixou o pé de fora e depois de ver com seus próprios olhos uma no meio de um mato IGUALZINHO o que eu iria atravessar pra poder chegar na ponte, aumentava e muito o meu receio de acabar virar comida de felino. Mermão, chega eu ia tremendo que só vara de bambu verde. Pode parecer besteira, mas rapaz, no meio de um mato escuro (sem mente poluída) qualquer coragem se esvai pelos dedos. De qualquer forma, foi tudo bem pra poder chegar na ponte.
Caminhão que quase me mata atropelado

Na ponte, outro problema, onde eu deveria ficar acomodado pra esperar o nascer do sol? Cara, não é besteira, o nascer do sol ia demorar um pouquinho pra poder começar e eu também não ia sair de lá exatamente após o sol nascer, era preciso passar um tempinho por lá. Procurei um pouco e quando estava pra me sentar no parapeito da ponte pra poder esperar o sol nascer eu só escuto FOOOOOMMMMM e lá vem um caminhão que nem um louco. Juro que a primeira coisa que eu pensei foi em me jogar de cima da ponte, haja vista que eu acreditava que REALMENTE ia ser atropelado. Na hora consegui achar um espacinho pro lá e me abriguei do caminhão. Pantanal doido, quando não te mata com onça, quer te matar com caminhão!

Depois do amanhecer no Pantanal, fomos para uma cavalgada. Cara, não sei vocês, mas eu NUNCA havia cavalgado na minha vida. Bicho, é muito interessante!!!! O cavalo parece um carro! Você puxa ele pra um lado, ele vai pro lado que você puxou, puxa ele pro outro, ele vai pro outro! Que nem um volante!! Aí você puxa pra trás, ele para! Cara, que mágico! O legal foi só ficar passeando por aquelas fazendas e poder observar melhor os passarinhos cantando. Tentei até bater foto de uns tuiuiús, mas não deu muito certo.

VOLTANDO PARA BRASÍLIA
Depois de todo esse passeio, era chegada a maldita hora de voltar para casa. Expliquei mais ou menos pro dono do hotel fazenda como era meu plano pra poder voltar pra Brasília e ele fechou de me deixar no lugar que o ônibus em direção a Campo Grande ia parar. Comprou minha passagem e tudo. Rapaz, os caras desse Hotel Fazenda Lontra Pantanal são gente boa mesmo. Super recomendado.
“Curioso” o nome desse lugar, não?
Enquanto esperávamos, ele, pra variar, foi me contando as mesmas histórias que havia por lá e que todo mundo contava: Problemas com o Paraguai e gente sendo atacada por onça. Não precisa eu repetir mais uma vez as histórias que eu já havia escrito. De qualquer forma, foi só interessante ouvir ele me falar que o guia que levou a gente pra fazer o passeio do pantanal, não só falava inglês, como falava espanhol, francês e hebraico. Sim, o cara falava hebraico! Disse ele que tinha guias lá no Pantanal que os caras não sabiam escrever o nome, mas sabiam falar duas ou três línguas tamanha a convivência que eles tinham com estrangeiros desde pequenos.
Peguei o meu busão e segui em direção a Campo Grande.
Cheguei em Campo Grande por volta das cinco da manhã. Meu voo pra Brasília só saía de lá meio dia. Sem problemas, eu já tinha planejado o que iria fazer. Fui caminhando até o centro de Campo Grande e procurei próximo a rodoviária alguma pousadinha onde eu pudesse dormir umas três ou quatro horas e talvez tomar um banho. Sussa, acho que uns 30 reais pra isso estava de bom tamanho. Rapaz, não era tão fácil como parecia.
Cara, eu chegava nas pousadinhas e explicava “Não, eu tenho um voo pra daqui a pouco, só quero tomar um banho, trocar de roupa e tirar um cochilo”, mas bicho, era difícil dos caras entenderem, viu? Rapaz, todo canto só queriam me cobrar diária inteira, 60 reais pra cima só pra eu passar algumas horas lá dentro. Até que… Bem.. até que teve uma única pousada que aceitou me hospedar. O cara falou que fazia um preço camarada e que só me cobraria 20 reais por isso. Beleza, só comecei a desconfiar de que algo não estava de boa, mas tranquilo. Pedi, pra poder dar uma subida e conferir o quarto, rapaz… pra que?
Primeiro que quando eu estava indo pro quarto, no corredor cruzei com uma simpática, digamos, “donzela” bem parecida com a Amy Winehouse. Sim, como essa foto abaixo.
Já comecei a ficar com um pouco de receio de ficar por lá, mas rapaz, depois que eu vi o quarto foi que me deu mais nojo ainda. A Pousada Bonaparte de Maceió parecia um hotel cinco estrelas comparado com aquele muquifo (sim, o lugar era ruim MESMO!). Meu sono até passou nessa hora. Resolvi pegar minhas coisas e seguir pro aeroporto. Ia esperar o avião sem dormir mesmo…
Minha máquina já estava meio que morrendo, então essa é a única foto que consegui tirar do muquifo. Infelizmente saiu tremida e só vi depois
Não ENSISTA, eles só recebem dinheiro lá

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.
Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!
Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog
Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Um comentário em “Viajando pelo Pantanal – uma velha chata e muita confusão

Deixe um comentário