O bom de ter pego a excursão no “barco pesqueiro” foi que nosso grupo era bem pequeno. Éramos doze turistas. Em doze acabamos ficando bem amigos e podíamos observar melhor a natureza sem tanta gente ao redor. Algumas vezes observamos a galera dos barcos maiores descendo e era aquela cena de excursão da CVC, um bando de tia gorda, americanos com suas barrigas imensas e menino correndo e gritando, o que acabava por espantar os animais.
A primeira coisa que mais te impressiona em Galápagos é como os animais parecem não ter medo de você. Existe uma regra em que você não pode se aproximar mais do que um metro de cada animal, regra que é exaustivamente repetida e, se for necessário, gritada pelo guia. Essa regra existe porque os animais estão tão acostumados com a presença humana que se você rolar por cima de um leão marinho, acho que é possível ele não fazer nada. As tartarugas, você nada por cima delas e elas não se assustam, se não fosse tão ruim para ela, daria até para segurar no casco e pegar uma carona. E assim são os peixes, as aves e tudo o mais.



O mais engraçado dos leões-marinhos é como eles se comportam quando a gente tá fazendo snorkel. Primeiro que eles são tão grandes que você quando os olha de relance, imagina que seja alguém fazendo snorkel. Segundo que eles são meio territorialistas. Às vezes você está ali, nadando na boa e eles vem nadando em sua direção como quem diz “qual é”. Cara, pode parecer besteira, mas dá um medo danado, porque eles tem dentes afiados e, bem, na água eles são bem mais fortes e rápidos que você. Teve uma vez que um deles chegou tão perto de mim que consegui olhar dentro da pupila dele. Não deixa de ser uma experiência legal, mas mente quem diz que não sente medo, pois eles são bem grandes.
O snorkelling foi algo realmente incrível, de longe o melhor que eu já tenha feito na vida. Consegui ver tubarões, arraias e até, veja você, pinguins. Sim, porque Galápagos tem a particularidade de ter pinguins tropicais, que em algum momento em suas longas viagens, pensaram, “Porque diabos eu vou ficar viajando até o outro lado do mundo e voltar para o frio se aqui eu posso ficar no sol o ano inteiro, comendo peixes adoidado e, ainda por cima, sem predadores?”. Teve um snorkelling que fizemos que quando pulamos na água eu realmente fiquei com medo de quicar dado o tanto de peixes que tinham abaixo. O mais legal é que teve uma hora que eu tava dando um mergulho, tava a uns oito metros de profundidade nadando entre os peixes e só escutei um barulho “Buuuummmm”, mas parecia uma bomba. Foi peixe para todo lado. Quando fui ver, era ave marinha que tinha mergulhado e subia com um peixe no bico. MMUIITOO IRADO! Além da vez que eu vi um pinguim nadando, tentei sair nadando atrás dele e comecei a escutar uma gritaria. Quando vi era a galera da areia me xingando porque eu tava espantando o pinguim. Cara, como eles nadam rápido…


A única parte ruim foi que agora eu fiquei com mais vontade ainda de voltar aqui para mergulhar. Vou acabar ter que dando meu jeito para poder conseguir a grana. Alguém aí querendo alugar um maranhense por um mês?