Depois de Esfahan seguimos para Abyaneh. Era uma cidade escondida no meio das montanhas e, de tão isolada, falava um persa muito arcaico, semelhante ao falado no começo do milênio. A cidade era bem charmosa, mas passamos só uma noite lá.
Depois seguimos para Kashan, uma cidade bem interessante e que, por um curto período de tempo, foi capital do Irã sob a dinastia dos Qazars, reis de origem azari (do Azerbaijão). Sim, assim como a China foi governada um tempo pelos mongóis, os persas também foram governados por estrangeiros. O mais interessante em Kashan (além dos palácios) era um esconderijo subterrâneo que foi construído para se proteger das invasões mongóis.Esse esconderijo foi feito porque à época das invasões dos mongóis, o bagulho era feio mesmo. Não existia meio termo, se ganhassem a batalha, matavam todos os homens, estupravam as mulheres (e as transformavam em escravas sexuais) e escravizavam as crianças. E a gente hoje se achando porque faz textão no Facebook reclamando do governo! Devido a isso, o povo de Kashan fez meio que uma cidade subterrânea para se esconder quando os mongóis passassem. É a cidade subterrânea de Nooshabad. Mano, o lugar era engenhoso demais!
Lá dentro passava um qnat (não lembra o que é qnat? Clica aqui) para abastecimento de água. Túneis que levavam até o topo garantiam ventilação. E, assim, o lugar parecia que tinha sido planejado para um filme do Indiana Jones, porque era um labirinto e com várias armadilhas. Apesar de estar a dezena de metros do chão, não fazia tanto calor e havia um clima fresco lá dentro, até um pouco de frio, tamanha a engenhosidade do sistema de ventilação do lugar.